O Bispo das Forças Armadas, na homília pascal, abriu o saco dos gatos e arrimou com o báculo nos costados da Justiça. Quem conhece o homem, sabe que é um daqueles que não as poupa, dizem até que tem mau feitio, verdade ou não, o certo é que Dom Januário, acertou na “mouche”, alias a sua pontaria tem melhorado muito desde que priva mais directamente com o meio castrense.
Disse o senhor Bispo que se sente e cito, “envergonhado com a justiça em Portugal”, pois pudera, com o actual estado da coisa em Lusas paragens, não admira que o eminente prelado, esteja em revolta, agora imagine o Reverendo Bispo, o que não ou como não se sentem, os pobres diabos cá de baixo que todos os dias topam com os dislates e trafulhices diários de uma Justiça sacripanta e ordinária, feita à medida para bandidos, bandalhos e bufões, à qual cada vez menos apelamos, por sabermos de antemão que aos costumes disse nada!
Atiram-me agora uma refinada pedrada os sindicatos e representantes do Juízado nacional, apoucando, as reservas do Bispo, que não se revêem nos ditos, que é da moda zurzir no canelo da Justiça. Concedo, que anda em guisa de moda, arrear à bruta na Justiça e nos Juízes, por outro lado, também percebo que a sociedade, ou pelo menos alguns sectores dela se sintam, enjoados, envergonhados, enojados e até com asco, desta Justiça, que todos os dias, se nos revela, mais e mais incapaz, inepta e inútil.
Que os doutos e inteligentes senhores Juízes, não se revejam neste contexto de envergonhanço nacional a propósito da sua Justiça, a mim tira-me do sério e faz-me temer pela saúde dos iluminados magistrados, porque das duas três, ou os senhores Juízes são curtos de vista, pelo que urge contactar a embaixada de Cuba par reservar alojamentos nas excelentes clínicas de tratamento ocular desse país subdesenvolvido e estrangulado por um absurdo e estúpido bloqueio, ou pior, os meritíssimos foram atacados por alguma síndrome esquisita, que ataca as meninges dos meritíssimos e lhes faz claudicar as capacidades intelectuais, incapacitados de ajuizar com a douta sapiência que se lhes reconhece o real estado de absoluto miserabilismo em que se encontra a prossecução da Justiça nesta inenarrável anedota à beira mar plantada, os magistrados obscurecem-se do saber vivendo num mundo deles enquanto nós vivemos neste bem real.
Indague-se, investigue-se, curem-se os meritíssimos Juízes dos seus medos e desvarios, porque este “ensaio sobre a cegueira” merece atento estudo, aliás esta foi sempre a crítica que fiz ao panorama da magistratura portuguesa, o alheamento dos senhores Juízes do absoluto estado de miséria da Justiça, que já não é de hoje. Só lhes ouvi as vozes recentemente, irados e ofendidos, porque o actual Governo se preparava para lhes dar umas machadadas nas alcavalas e mordomias a que têm direito, muitas que são, ser Juiz pode ser muito mau, mas viver com o ordenado mínimo é muito pior!
Por isso aplaudo de pé a atitude do senhor Bispo, mesmo não fazendo parte do rebanho dos alucinados da hóstia, consigo ter a honestidade de ver quando alguém dessa hoste até revela um pingo de intelecto, esse é sem dúvida o caso de Dom Januário Torgal Ferreira.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
2 comentários:
Mil vezes mau feitio, mas sem papas na lingua:preto no branco. Até que enfim que alguém da Igreja desembucha.
Ás vezes a "classe"tem um destes "artistas"como o Bispo de Setúbal,que vão dizendo umas coisas,mas logo a seguir vão á confissão e ficam absolvidos do pecado.
~Só conheço um que dizia umas coisas e não entrava nestes esquemas,foi o Bispo do Porto,só que nessa altura isto piava mais fino...Agora qualquer um anda de cravo ao peito,têm dias....
Um abraço
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