quinta-feira, novembro 30, 2023

Suinos, porcos, recos, varrascos e javardos...

 

                            Fonte da imagem: https://www.vectorstock.com/royalty-free-vector/cartoon-pigs-farm-animal-characters-group-vector-20864725

 

Portugal é, e sempre foi, como qualquer um de nós muito bem sabe, um país de porcos. Temo-los de todas as muitas subespécies, temo-los em todas as “classes” sociais, profissões, confissões e respectivos redis.

A provar esta nossa propensão para o multicultarilismo da javardice, é olhar para as nossas ruas, claro que as mais distintas, serão aquelas dos ditos “bairros sociais”, aí claro está há uma especial apetência para a lavajice suína, é uma espécie de “resistência”, viver no esterco é uma forma de protestar, contra todos os “ismos” que me vou poupar de enumerar, sobejamente por todos conhecidos, contra os quais aquela rapaziada luta, eles lutam contra tudo, excepto contra a sujidade, contra a porcalhice, se calhar começavam por aí, digo eu.

Mas, não vamos estigmatizar esses locais, como locais preferenciais da porcalhice, bem longe disso, o javardismo, está democraticamente distribuído, ruas, ruelas, becos, estações de transportes públicos, parques infantis e o mais que se queira, percorrendo as ruas de bairros das ditas “classes” mais abastadas, uma coisa notamos logo, uma igual falta de zelo em tudo quase idêntica ao resto, os porcos são os mesmos, o espírito porcino que alimenta a javardice do “bairro social” é a mesma do "bairro da elite" ou de outro bairro qualquer, estão assim irmanados nessa predisposição para a sujidade, sendo que no que toca à porcalhice, raramente se encontram grandes diferenças.

Ora não contentes que essa realidade, eis que a globalização, conjuntura económica, demográfica e social, nos faz chegar varrascos de outras procedências, marrãs e leitões de outros continentes pululam agora pelas lusas terras, trazendo os seus admiráveis hábitos de limpeza. Por exemplo, os filhos da senhora que os deu à luz junto ao Ganges e arredores, possuem verdadeiramente notáveis noções de javardice, basta ver os locais por onde eles param, para verificar como ficam imundos pejados de garrafas e latas abandonadas, papéis todo polvilhado de urina e dejectos aos cantos mais escondidos, nada de novo portanto.

Os filhos da senhora que os deu à luz em terras de Vera Cruz, são outro excelente exemplo da grande irmandade da javardice que une os cidadãos do Mundo, curioso é que a Portugal aportam essencialmente as variantes mais suínas do espectro humano, são do melhor que há no Mundo, é impressionante esta nossa capacidade de atrair porcos, que vem juntar a sua javardice à já muita javardice nacional.

Resumindo, a porcalhice, a javardice, a falta de zelo e gosto pelos locais que habitam, é mais uma característica humana que nos une, mais uma vez se prova que o racismo é uma grossa estupidez, em Portugal isso prova-se com muita facilidade, seja o porco preto, branco, castanho ou de outra qualquer cor, une-os a todos a suprema javardice que revelam no seu quotidiano, e para tal basta olhar para as ruas, ruelas, estradas e autoestradas deste pardieiro chamado Portugal, fomos, somos e seremos cada vez mais um país de suínos, porcos, recos, varrascos e javardos...


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

sexta-feira, novembro 17, 2023

Portugal zoológico

 

                                                   Fonte da imagem: https://neofeed.com.br/

Portugal é um país que pede meças, a qualquer outro país do Mundo no que concerne à diversidade e quantidade de espécies animais que por cá habitam. É sobre essa muita e fantástica diversidade que hoje nos vamos debruçar para descobrirmos a maravilha natural que é Portugal.

Começamos pelo mais óbvio pelos mamíferos. Portugal de Norte a Sul, tem várias espécies de bois e consequentemente de vacas, muita vaca tem este país. No que toca aos bois, a espécie mais abundante é o boi capado, uma criatura bisonha, que vive a ruminar, que até raspa o solo com a pata, mas nunca passa disso, é observável nos vários habitats que compõem a biosfera lusitana, tanto em climas costeiros, como em climas interiores mais secos e menos propensos à vida, mesmo nesse ambientes mais agrestes, quando passamos lá está o bom do boi capado, a ruminar.

Existem também muitos ursos ,muitos camelos e muitos asnos, estas três espécies estão também presentes no território nacional em grande número, a par com os cães, os ursos e os camelos, por exemplo, apesar de existirem em diversos habitats, abundam pelas estradas, ruas, vias e ruelas, não é preciso andarmos distâncias longas sem toparmos com um ou mais, por vezes aparecem aos pares e ou em manada, também adoram os parques de estacionamento dos hipermercados,onde os podemos ver em toda a sua glória. Os asnos são uma espécie que se estende harmoniosamente distribuída pelo conjunto territorial do país, ocorrendo em todos os habitats continentais, estendo inclusivamente a sua presença aos territórios insulares, em Portugal o asno é um animal que medra com facilidade, está por todo o lado.

Os canídeos são uma conhecida espécie, com muitas raças, muitas dessas raças estão abundantemente representadas no todo de Portugal, no entanto, alguns habitats em especial são mais propensos à presença de cães, nomeadamente as instituições públicas, existem matilhas e matilhas de canídeos devotados aos líderes, sempre prontos a abanar a cauda, sempre dispostos a servirem de capacho protector do chefe, servindo-o com dedicação abnegada e com a consequente devoção canina.

Um outro mamífero, autóctone cuja maior concentração se localizava no Norte do território nacional, tem conhecido, mercê da facilidade de deslocação das espécies, uma grande expansão e maior dispersão pelo território português, falamos do macaco, nas suas várias espécies, Portugal tem recebido muita macacada, saguins, gorilas, chimpanzés, orangotangos, bonobos e afins, que polvilham de exotismo a bela e imaculada Natureza deste maravilhoso país, toda esta macacada é cada vez mais uma componente bem vinda, e mais numerosa, que colmata as eventuais lacunas de diversidade que até há umas décadas afectavam a fauna das belas terras lusas

No que toca aos mamíferos, é importante referirmos uma outra espécie muito representada transversalmente na sociedade portuguesa, os ratos, nomeadamente da subespécie «mus sacrista», o nome científico do muito conhecido rato de sacristia, animal que encontramos disseminado de Norte a sul deste país, notando-se a sua actuação em muitos sectores do dia a dia do país, são uma espécie um pouco nociva que rói as costuras frágeis que mantêm o equilíbrio natural, fazendo sempre a coisa pender para as fantasias etéreas, mas são infelizmente uma espécie ter em conta, dada a sua capacidade de dissimulação e adaptação.

Um animal que a par dos cães, aparece muito pelas instituições públicas, é o elefante, fácil de darmos por ele, é nestes habitats que preferencialmente se move, aliás sempre que entramos numa destas instituições por exemplo os balcões dos serviços públicos, basta olharmos calmamente através dos montes de papelada, dos monitores dos computadores, que de imediato vemos as trombas do pouco simpático e deveras perigoso animal.

Genericamente temos de ressalvar as muitas cobras, lagartos e outros repteis que por cá existem, bem como os muitos tubarões que assolam as nossas costas e carteiras, no capitulo dos parasitas, Portugal é um habitat preferencial e muito procurado por pulgas, carraças, percevejos e sanguessugas, o território nacional é muito profícuo em parasitas, as espécies referidas são apenas as mais importantes, as que mais parasitam.

Termino referindo, as aves, que as temos em fartura, muitas extremamente raras, pardais, picanços, corvos e pêgas, alem de muitas araras, alguns papagaios que até sobem ao mais alto dos poleiros, temos também águias, leões e até coisas imaginárias como sejam os dragões, em suma Portugal é uma paraíso de bicharada, um verdadeira zoológico gigante, onde basta estarmos com atenção para vermos, um camelo, um boi, uma vaca, uma pêga ou um cão, muitas das vezes basta olharmos para o lado e ou até somente para um espelho, para vermos um asno, uma vaca e ou um urso, o Portugal dos bichos é uma das grandes maravilhas naturais deste Mundo.

 

P.S. - Muito fica por referir, a flora, cheia de urtigas, calitros, figueiras do inferno e junça, as zonas costeiras do belo berbigão e ameijoa, os rios cheios de cagalhões, metais pesados e outras merdas.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

sexta-feira, novembro 10, 2023

Os comentadeiros

                                                                Fonte da imagem: https://www.jornaltornado.pt/mediocracia-e-oraculo-comentadores/

 

A propósito desta recente trapalhada politiqueira que agora redunda na queda do actual governo e consequente marcação de eleições, com o circo mediático que este tipo de barracas sempre produz, ademais apimentado pelas investigações decorrentes da indiciação dos vários tabardilhas politiqueiros implicados nas alegadas negociatas e trafulhices tão costumeiras, que sinceramente já não espantam ninguém, tenho perdido tempo, e reforço o “perdido”, a assistir aos vários comentadores, que enxameiam os vários canais de televisão nacionais, a discorrer sobre o assunto.

Quero no entanto ressalvar, que dentro desta classe, “os comentadores1” à que distinguir, entre comentadores e comentadeiros, sendo que os primeiros, chamem-se “politólogos”, termo que alguns não gostam ou cientistas políticos, são os que melhor e mais genuinamente nos informam, independentemente de sabermos que cada um deles terá a sua inclinação política que por vezes e muito raramente transparece nos seus comentários, ainda assim, a maioria dos que ouvi, são gente sabedora, que faz por ser imparcial, produzindo comentários inteligentes, com interesse e com vários graus de inteligibilidade.

No quadrante oposto estão “os comentadeiros”, os Marques Mendes, os Santanas Lopes, as Alexandras Leitões, os Jorges Coelhos, as Catarinas Martins, os Paulos Portas, os Pedros Santos e quejandos, só para alumiar alguns, que não passam de “comentadeiros”, rapaziada com agendas políticas, que usam as influências bem como as redes de clientelismo que criaram nos tempos em que ocuparam cargos nos vários governos e estruturas políticas para assegurarem primeiro que tudo uma renda fixa, depois uns para assegurarem palco, porque o seu ego necessita dessas luzes, outros necessitam de um espaço que lhes permitirá manterem-se à tona sem serem engolidos pela espuma do oblívio.

Esta classe dos “comentadeiros” está, qual campo em poisio, infestada de erva daninha politiqueira, a maioria dentro deles a fingir que não são políticos, chegando alguns deles até, a quase demonstrar algum grau de abjecção no que toca à rapaziada politiqueira, que são os seus colegas, isto deve ser lindo de ver as conversas em privado desses que renegam a pertença à chusma e os seus colegas despeitados, ora dizia eu que, esta classe dos “comentadeiros” esconde também, e ali acima na lista faltam muitos nomes, muita gentinha com imensas responsabilidades políticas, tendo em conta os cargos que ocuparam e a quantidade de tempo que por lá vegetaram, responsabilidades no actual estado de miserabilismo desta choldra que chamamos Portugal.

Ouvir esta tropa fandanga, pessoalmente, provoca-me em geral uma reacção quase alérgica, que vai do asco ao vómito, pergunto-me quem, mentalmente estável, dedica tempo a ouvir, qualquer destes vários exemplos do rebotalho politiqueiro nacional, que na maioria das vezes se entretém a apontar o dedo aos respectivos rivais políticos, internos e ou externos, seguindo as agendas partidárias que cada um segue, pergunto-me igual se esta gente não tem pejo de muitas vezes proferir as maiores das inverdades como se fossem dogmas inquestionáveis, isto quando quem os vê ainda guarda memórias dos seus actos, bem sei que; “presunção e água benta…”, mas ainda assim, os discursos da vasta maioria desta súcia é absolutamente degradante, o bom disto é que nós, a populaça ignorante, quando os vê, muda de canal, por vezes vejo o Circo de Montecarlo, os de lá pelo menos são verdadeiros e têm piada.

Mais estarrecido fico com os salários2 que os canais de televisão se predispõem a esbanjar com esta gente, é verdadeiramente escandaloso, pagar por patranhices patéticas, por opiniões enviesadas e envenenadas, pagar por dados que qualquer 5 minutos na wikipédia também nos fornecem, é uma realidade que me ultrapassa completamente, porque acham os directores de informação ou quem quer que seja que contrata esta tropa, que a presença desta tralha politiqueira acrescenta o que quer que seja à já muito fraca qualidade das televisões? Mistério!

Resumindo, os canais de televisão nacionais, estão cheios de comentadores, comentadeiros e outras aves raras palradoras, não esquecemos a campanha “comentadeira”, que lhe granjeou a imensa popularidade que o fez ser eleito como actual Presidente da República, o homem passou tanto tempo a ser “comentadeiro” que mesmo no cargo que hoje ocupa não consegue largar essa capa, e sempre que pode e ou lhe dão conversa lá aparece o “comentadeiro” que empurra o Presidente para um canto. E o que dizer dos “comentadeiros” dos futebóis, uma raça à parte capazes de estarem horas a discutir o sexo dos anjos sobre uma das mais fúteis das actividades humanas, mas é o que temos meus caros, as mais das vezes mais vale mudar para o Canal Panda.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

1Os comentadores residentes da televisão portuguesa - https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/36627

2https://sol.sapo.pt/2019/04/05/quanto-ganham-os-politicos-e-ex-politicos-como-comentadores/

 

sexta-feira, outubro 27, 2023

As bolinhas de tinta

 


 

 Adoro esta coisa portuguesa do “decoro” da “reserva”, um tique que nos ficou dos 48 anos de canga ao pescoço, do tempo do lúbrico sacrista o famoso “Botas” de Santa Comba, não que hoje a tenham largado, mas isso são contas de outro rosário como sói dizer-se, outra parcela desta equação desta coisa tão lusa que são os “bons costumes” e a patética resignação que nos advém dos adoradores de altares, ah esta nossa propensão para a ratice de sacristia, que tanto jeito tem dado ao longo destes quase 900 anos que este pardieiro leva de existência.

E é a esta doce resignação dos condenados, que os nossos politiqueiros se habituaram desde que a tal “Democracia” nos entrou pela casa adentro, não que a tenhamos pedido, mas pronto. Habituados então à mansidão, longe vão os tempos das “feras gentes” de que falava o zarolho poeta, agora e há muito, que o que temos são, as mui mansas gentes, os politiqueiros habituaram-se a que não importa que trafulhices e trapaças façam, o poveco não reage, quando muito nas eleições seguintes vota em massa, aqueles que ainda votam, no outro partido de farsantes impostores, que mais não fará que o mesmo dos anteriores, num ciclo vicioso que nos persegue há umas 4 décadas.

Ora, assim desabituados de um contraditório que é essencial à tal Democracia, os nossos politiqueiros, foram fazendo o que querem, quando querem e como querem, o escrutínio é quase nulo, logo a coisa quase sempre corre bem, é por tal, por causa dessa “mansidão” quase bovina da populaça, que no limite, de quando em vez, se dedica a gritar umas palavritas de ordem, todos bem alinhados, por detrás de barreiras de metal e polícias arreados de escudos, capacetes e cachaporros, o politiqueiro sente-se então seguro, "vozes de burro não chegam ao céu", pensa o politiqueirote medíocre.

Mas a coisa está a mudar, parece-me, lentamente, como quase sempre acontece por cá, primeiro foram uns cartazes, que parece que ofenderam muito o senhor Primeiro-ministro, e que fizeram correr regatos de tinta e muitas acusações, de um lado os seráficos apóstolos do “decoro” e dos “bons costumes, do outro os mafarricos, que ardam no fogo infernal para todo o sempre, esses defensores despudorados da Liberdade de expressão e da Democracia. Pior foi quando, umas miúdas parolecas, resolveram, atirar umas bolitas com tinta, primeiro ao excelente ministro Galamba, exemplo cimeiro da presteza politiqueira nacional, posteriormente agraciando outro portento do intelecto político, o ministro Medina, com também uma saraivada de bolitas de tinta.

As raparigas contestam as políticas nacionais sobre o clima, sobre a poluição e essa coisas menores, resolvendo então atirar as tais bolitas de tinta, a coisa resolveu-se com uns gritos esganiçados e com a detenção das perigosas meliantes, espantados os politiqueiros e os seus cães de fila foram lestos a zurzir na miúdagem, criticando claro está a ausência do “respeitinho” e da “ordem”, aparentemente ausentes da educação daquele miudagem, e o que não faltou meus caros de gente, gentinha e gentalha a cagar postas de pescada, criticando as miúdas por aquela estouvada atitude, tão contra a moral e os bons costumes da populaça bovina. Desde o intelectual penteadinho, ao macavenco do dia a dia que vocifera nas redes sociais, quase todos se insurgiram contra aquelas cachopas desocupadas que ao invés de estarem em casa a estudar para serem boas mães, boas esposas e boas donas de casa andavam por ali a brincar com bolinhas de tinta atentando contra a dignidade dos senhores ministros, curiosamente o único que vi “defender” o acto foi sua excelência o senhor Presidente da República que a esse propósito disse, “que a contestação dos jovens demonstra que estão preocupados com as alterações climáticas e que essa não é uma realidade nova em Portugal”.

Pois meus caros, pessoalmente tenho a dizer-vos que muita sorte tem os nossos politiqueiros, por cá levam com bolinhas de tinta, noutros países, é certo que menos civilizados que o nosso, o habitual são os ovos, os tomates, os legumes podres e até sacos com estrume.

Pessoalmente, apesar de a ideia de ver a escumalha politiqueira levam com sacos de estrume pelas trombas me seja gratificante, eu aconselharia ao invés o tijolo de burro, mesmo partido ao meio, parece-me um muito melhor argumento que meras bolitas de tinta, nada como levar com um tijolo de burro nos cornos, para que se abra a pestana e se perceba que tem de respeitar as pessoas, mas claro que isso nunca vai acontecer, a contestação, estará sempre a cargo de meia dúzia de miúdos e ou miúdas, por que o resto do povaréu, continuará, manso, capado, cooperante e sabujo. Curiosamente aquelas miúdas mostraram ter mais bolinhas, que 99% da boiada capada que compõem o poveco deste pardieiro.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

sexta-feira, outubro 20, 2023

Ser português, nascer em Portugal e ter passaporte português

 

                                                                Fonte da imagem: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues

 

Passando o estafado cliché, de sermos um povo andarilho, migrante, emigrante e imigrante, o que é um facto, o título deste artigo traduz, três diferentes realidades, daquilo que vou chamar “portugalidade”, um termo que pretendo que traduza uma realidade difícil de definir, se é que se consegue traduzir concretamente essas coisas da pertença a estes delírios “pertencionistas” grupais com que tanto gostamos e necessitamos, enquanto humanos, de nos identificar.

Começo então com o “ter passaporte português”, de acordo com o Henley Passport Index, uma plataforma de classificação global dos países de acordo com a liberdade de viagem, necessidade de visto, desfrutada pelos titulares do passaporte desse país para seus cidadão, indica que o passaporte de Portugal ocupa ex aequo com outros três países um honroso quinto lugar no índice, os detentores de um passaporte português podem viajar para 188 países sem necessitarem de visto prévio, o que torna então o passaporte nacional um documento muito apetecido, tanto, que até os roubam1 e falsificam2.

Mas possuir um passaporte de Portugal significa que a pessoa é português? Não! Graças aos vários subterfúgios, legais e ou menos legais, que ao longo destes anos foram sendo criados para “vender a nacionalidade”, Vistos Gold ou a lei dos Sefarditas, por exemplo, muitas pessoas possuem passaporte português, mas muitos nunca cá puseram um pé sequer, para essa grande e vasta maioria, Portugal é apenas um país através do qual se acede facilmente à Europa, e que possuir um passaporte de Portugal dá muito jeito para viajar Mundo fora, ter um documento que atesta que se é português, infelizmente não significa que se o seja.

Quem nasce em Portugal é português? Não! Na teoria sim, basta nascer por aqui para ser português, na realidade, muita gente que aqui nasce, não quer e ou não pode ser português. Não há volta a dar, as coisas sentem-se ou não, nascer num local não nos faz automaticamente pertencer a esse local, pior, se nascermos num determinado local mas as nossas influências culturais, sociais e ou económicas forem as dos países de origem dos nossos progenitores, a tendência é não nos sentirmos de todo pertencentes, corremos o risco de sermos excluídos e ou excluirmos-nos, criando uma situação de uma quase “orfandade” cultural e ou identitária relativa ao país a que supostamente pertencemos, nascemos num país, vivemos nesse país mas não nos sentimos de todo como cidadãos desse país.

Vemos esse sentimento de não pertença, presente em vários extratos populacionais de Portugal, nascidos em Portugal mas que não querem e ou não se sentem portugueses, isso não é bom nem é mau, é uma realidade que apenas confirma que quem nasce num determinado país não é necessariamente cidadão desse país, mesmo que “no papel” essa pertença esteja averbada.

Vamos então ao que é ser português. Não vos consigo dar uma definição, do que é “ser português” para mim é algo que se sente nas entranhas, não é um bem tangível, não é por gostar de sardinhas e ou de fado, saber o hino e respeitar a bandeira, que se é português, apesar dessas características serem parcelas daquilo que gosto de chamar “portugalidade”, ser português é mais sentir, do que verdadeiramente ser, nem sequer é preciso viver em Portugal, lembro-me de há muitos anos ver na televisão uma reportagem que mostrava um velho liurai timorense, que entrevistado, a propósito de já não sei o quê, a meio da entrevista, vai buscar uma velha bandeira nacional que tinha escondido dos japoneses por alturas da segunda Guerra, o homem desata a chorar cantando o hino e mostrando a bandeira, na sua simplicidade aquele homem, na minha opinião, mostrou ser mais português de quem muitos que por aí andam a gabar-se de serem patriotas.

Pessoalmente acredito que o “ser português” tem essencialmente que ver com o respeito e amor que se tem a esta velha nação, não interessa se somos pretos, brancos e ou verdes, “ser português” é algo superior a isso tudo, e insisto, que tem maioritariamente que ver com o respeito que este país, as suas gentes e a sua História tem de nos merecer e sobre a qual nos devemos sentir orgulhosos, porque é esse o percurso que nos trouxe até ao presente, sem revisionismos imbecis, sem juízos de valor patéticos e muito menos sem gente medíocre que mais deseja denegrir do que aceitar a realidade e trabalhar sobre ela para não repetir o menos bom, melhorar e aproveitar o bom e preservar as memórias, porque as memórias são importantes.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

1https://tvi.iol.pt/noticias/sociedade/ultimas-noticias/passaportes-roubados-de-embaixada-portuguesa

2https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/homem-indiano-tenta-entrar-em-portugal-com-passaporte-falso-comprado-por-200-euros?ref=DET_RelacionadasInText

 

terça-feira, outubro 10, 2023

Proibir é preciso?

 

Fonte da imagem: https://nypost.com/2016/06/02/yes-you-can-tell-your-kids-no-smartphones/

 

Proibir actos humanos, tem ao longo da nossa História sido um método recorrente de enquadrar as acções humanas, criando um quadro legal que consubstancie possíveis penas para os transgressores, em especial as menos nobres que decorrem de falhas graves que são também, a par das mais nobres qualidades, uma componente do ser complexo que é o Humano.

Recordemos o Código de Hammurabi1, um dos códigos legais mais antigos e completos que se conhece, ditado pelo rei babilónio Hammurabi, que reinou entre 1792 e 1750 a.C. No entanto, e apesar dos muitos códigos legais e proibições neles constantes, a espécie humana, foi e provavelmente será sempre propensa a que alguns dos seus elementos sejam em dada altura os propiciadores da prevaricação, quero com isto dizer que teremos sempre, ladrões, homicidas e até aqueles que furam a “proibição” apenas como acto de desafio.

Introito feito, vamos ao que interessa, recentemente (Julho de 2023), a Unesco publicou um relatório2, onde se advoga a proibição da utilização de smartphones nas escolas, fazendo fé no mesmo relatório, parecem existir provas de que a utilização excessiva de smartphones está intimamente associada a uma diminuição do desempenho escolar, além de que os elevados níveis de tempo de ecrã parecem alegadamente possuir um efeito negativo na estabilidade emocional das crianças, até aqui nada de novo.

Antes de continuar, devo informar-vos que durante uma década, 2001-2011, fui responsável por dinamizar acções formativas, gratuitas, para pais, professores, crianças e jovens, sobre os perigos que se escondiam por detrás daquela aparentemente maravilha da tecnologia que despontava, “a Internet”,“ os elevados níveis de tempo de ecrã” eram já nessa altura uma preocupação, porque juntando o tempo de computador ao da televisão, corríamos o risco de um excesso, em 2011 já nos preocupávamos com telemóveis, consolas de jogos e tablets, infelizmente foi uma década em que andei armado em Santo António a discursar aos peixinhos. Fui um dos pioneiros dessas preocupações, sendo que um desses pioneiros, provavelmente o decano de todos é um bom amigo, cujo projecto3 (vide nota abaixo) vos aconselho a visitar.

O relatório da Unesco, surge sustentado em vários estudos. No que à proibição da utilização de smartphones no espaço escolar concerne, são apresentados três estudos, realizados em três países, Bélgica, Reino Unido e Espanha. Ficamos a saber com o relatório da Unesco que em 2022 um em cada sete países, possuíam legislação que limitava e ou mesmo impedia a utilização de telemóveis no espaço escolar.

O estudo espanhol4, (Beneito, P., Vicente-Chirivella, O. 2020), apresenta uma relação directa, entre a proibição do uso de telemóveis em duas províncias espanholas, com uma subida nos índices de proficiência e sucesso escolar de PISA e uma diminuição nos problemas relacionados com o bullying, o estudo belga5 (Baert et al., 2020), virado para o sucesso académico no ensino superior quando relacionado com a utilização de telemóveis, termina a revisão da literatura sobre o tema sem conclusões claras acerca dessa influência, abrindo a porta à necessidade de novas investigações, um terceiro estudo6 (Beland, L.P., Murphy, R., 2016), estudou a efeito da proibição da utilização de telemóveis em escolas de quatro cidades do Reino Unido, chegando os seus autores à conclusão de que essa proibição tem efeitos diferentes em diferentes tipos de alunos.

A experiência proibicionista já tem alguns anos, mesmo cá em Portugal há escolas onde os telemóveis foram banidos há já muito tempo7, tendo esse afã da proibição chegado recentemente espoletado pelo relatório da Unesco bem como um estudo realizado em Portugal8 no entanto um outro estudo sueco9, revela que quando utilizados com supervisão activa, os telemóveis, parecem não ter os resultados tão nefastos como aqueles que outros estudos sugerem.

Aqui chegados, que conclusão retirar? Pessoalmente é minha convicção que a “proibição” per si, é contraproducente, podendo originar outro tipo de problemas e conflitos, além de propiciar uma ainda mais excessiva utilização, um balanço destas medidas, só poderá ser efectuado daqui a um ou dois anos, após uma investigação que depois traduza os resultados obtidos em indicações sobre possíveis caminhos e estratégias a seguir, a minha convicção fundamento-a em décadas de experiência a estudar esta temática, quer na literatura que vou consultando quer nas evidências científicas que dessas leituras podem ser extraídas, proibir nunca é uma boa solução, neste tipo de situações, prefiro soluções de compromisso, sérias, bem desenhadas e efectivamente levadas com seriedade, espero ter-vos dado ferramentas para que pensem seriamente sobre um problema que existe, coincidentemente no Parlamento discutiu-se o uso de telemóveis nas escolas, com vários partidos a sugerir propostas sobre o tema. Estava em questão um projeto-lei apresentado pelo Bloco de Esquerda onde se propunha proibir o uso de telemóveis durante o tempo de recreio da escola para os alunos até ao sexto ano, o dito projeto-lei foi chumbado pelo PS e pelo PSD10.

Existe um excesso de utilização dos smartphones por parte dos mais jovens, essa é uma realidade indismentível, em particular nesta última década, esse excesso de utilização há décadas que é conhecido, sendo numerosos os estudos que apontam para os malefícios, pessoalmente sou adverso a proibições, porém se descobrirem que proibir, é o método mais eficaz, que serve para fazer crianças mais felizes e mentalmente mais saudáveis, que se proíba então, até fazerem essa descoberta, optem antes por mostrar bom senso.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia


Referências:

1https://www.history.com/topics/ancient-middle-east/hammurabi

2 https://www.unesco.org/gem-report/en/node/604

3 https://www.miudossegurosna.net/

4 https://www.emerald.com/insight/2632-7627.htm

5 www.elsevier.com/locate/ijedures

6 www.elsevier.com/locate/labeco

7https://observador.pt/2023/05/27/escola-de-lourosa-proibiu-telemoveis-ha-seis-anos-e-os-alunos-nao-sentem-falta-deles-peticao-online-quer-que-seja-assim-em-todo-o-pais/

8https://www.dnoticias.pt/2023/2/7/347412-estudo-aponta-que-os-jovens-retiram-tempo-a-familia-ao-sono-e-ao-exercicio-para-estar-on-line/#

9 https://www.academia.edu/42819427/Does_Banning_Mobile_Phones_in_Classrooms_Affect_Educational_Results

10https://tek.sapo.pt/mobile/equipamentos/artigos/ps-e-psd-dizem-nao-a-proposta-de-proibicao-do-uso-de-telemoveis-na-escola?utm_source=newsletter_Tek&utm_medium=email&utm_campaign=20231006_numero-de-ciberataques-esta-a-crescer-e-sao-mais-sofisticados-ajudados-por-inteligencia-artificial&utm_content=articles_two_/mobile/equipamentos/artigos/ps-e-psd-dizem-nao-a-proposta-de-proibicao-do-uso-de-telemoveis-na-escola&elqTrackId=a2d35ecfc38f45ad992495fb4ec79278&elq=400947acfd7d4fea9c0ae25755512358&elqaid=9750&elqat=1&elqCampaignId=9322

 

terça-feira, setembro 26, 2023

A arte de bem se governar

 

 Fonte da imagem: www.obloghumanista.blogspot.com

 

      Que o senhor Silva é um ressabiado, já se sabia. Que o senhor Silva é um egocêntrico presunçoso, também já se tinha dado por isso, agora que o senhor Silva parece não ter qualquer filtro que por modéstia, siso e ou decência o impeça de fazer declarações estúrdias ou de escrever “barbaridades” patetas, para depois juntar tudo isso num molho para lhe chamar um livro, enfiando o dito pela goela dos atarantados cidadãos nacionais, como se aquelas pasquinices medíocres, fossem doutas palavras de um sábio, disso ainda o não sabíamos capaz, apesar de naquela porcaria escrita a que chamou “Autobiografia Política”, já existissem indícios dessa tendência para o desvario demente.
Convém esclarecer o desavisado leitor que o senhor Silva, anda há uns módicos 43 anos, a lombrigar pelos corredores do Poder, em 1980 foi ministro das Finanças do VI Governo Constitucional  chefiado por Francisco Sá Carneiro e Diogo Freitas do Amaral,  cinco anos depois veio a farsa da rodagem do carro, tornando-se posteriormente presidente do PSD ganhando de seguida as eleições legislativas vindo a ocupar o cargo de  Primeiro-ministro passando depois em 2005 a Presidente da República. O que o senhor Silva realmente quer é promover-se, imortalizar-se, criar um aura de heroicidade, de capacidade e decência, quer ser tudo aquilo que não é.
O senhor Silva quer à força promover-se, quer figurar como um grande da História, o seu egotismo desmesurado faz com que perca a noção do ridículo, o homem anda perdido, ainda não percebeu que jamais passará de uma nota de rodapé, apesar das quatro maiorias com que foi obsequiado pelos analfabetos funcionais que existem por cá, ainda hoje não consigo perceber como é que uma nulidade da grandeza do senhor Silva consegue ser eleito tantas vezes com maiorias absolutas, mesmo a imbecilidade congénita do povinho eleitor não é suficiente para explicar tal desgraça, foi mesmo um fenómeno e aí honra se faça ao homem que os conseguiu enrolar 4 vezes.
Mas passemos à História. O senhor Silva foi Primeiro ministro desde 1985 a 1995, uma década portanto. De positivo o reforço da integração de Portugal na Europa, ao tempo ainda apenas uma aliança económica, a Comunidade Económica Europeia (CEE), tendo até existido uma música dos GNR na sua formação inicial que dizia no refrão “Quero ver Portugal na CEE”, entretanto na segunda governação do senhor Silva  entraram em vigor mudanças fiscais, como a introdução do IRS e do IRC, imposições da legislação europeia transpostas para a nossa ordenação jurídica para harmonizar a política fiscal comum.
O que mais me assombra no senhor Silva é a falta de vergonha, o senhor Silva foi o grande promotor das privatizações, ou seja foi o grande iniciador do desmembramento de sectores essenciais do tecido produtivo nacional, verdade seja dita que o modelo que iniciou foi seguido por todos os seus sucessores no cargo, foi o plantador mor de alcatrão e da política do betão, verdade seja dita que o seu consulado viu um grande crescimento económico, foi a década em que realmente nos sentimos europeus, apesar da sua política de salários miseráveis, apesar de esse crescimento ter sido conseguido grandemente à custa dos milhões que diariamente entravam nos cofres do Estado nesses anos, milhões que serviram, é verdade, para fazer o país avançar, não tanto como deveria e poderia ter avançado, infelizmente, todos esses milhões não criaram, como hoje se pode constatar, um país sustentável, o senhor Silva teve tudo na mão, e fez pouco, infelizmente fez muito pouco, e do pouco que fez, muito, foi profundamente mal feito.
Os casos são mais que muitos, no que à transparência concerne, por exemplo, o senhor Silva demonstrou uma falta de transparência atroz. Foi um dos presidentes "mais gastadores da Europa", como explicava o "Diário de Notícias" em 2011, a Presidência da República tinha um orçamento anual de 16 milhões de euros e cerca de 500 pessoas a trabalhar lá, num fartar vilanagem do típico “jobs for the boys”. A falta de transparência verificou-se também com as aquisições, durante uma década, se pesquisarmos o portal Base onde estão registados os contratos públicos, não existe um único  ali registado respeitante a essa década em que o senhor Silva por ali vegetou, isto porque todas as aquisições foram sempre efectuadas  recorrendo ao subterfúgio do ajuste directo e sem qualquer divulgação, num valor que o Tribunal de Contas acredita chegar aos 4,2 milhões de euros só em 2014, no que toca à transparência e à honestidade estamos conversados.
Mas ainda há mais, por exemplo, o senhor Silva terá pago apenas metade do IMI devido, respeitante à sua modesta casita de praia, durante 15 anos, isto porque os dados comunicados pelo senhor Silva às Finanças relativos à habitação não eram verdadeiros. Não espanta porém que o senhor Silva tenha declarado em Dezembro de 2010, numa outra barracada de que falaremos seguidamente que "para serem mais honestos do que eu, têm que nascer duas vezes", realmente o senhor Silva é a personificação da honestidade.
Para mim a cereja em cima do bolo, no que concerne às trapalhadas do senhor Silva, é sem dúvida, o BPN mais a SLN. Os governos do senhor Silva criaram uma das mais persistentes redes mafiosas de compadrio de que há memória. Não vou alumiar nomes, mas alguns deles continuam por aí pelas televisões a opinar, mais comummente a dizer baboseiras, mas vou recordar Deus Pinheiro, Duarte Lima ou Oliveira e Costa, mas há mais infelizmente muitos mais.
Com a SLN, o senhor Silva e a filha lucraram imenso com a venda das ações dessa Sociedade Lusa de Negócios, essas acções do senhor Silva e da filha, compradas a um preço mais baixo que aquele a que os accionistas compraram,  foram posteriormente vendidas, por ordem do presidente da administração (Oliveira e Costa), à SLN Valor, principal accionista da SLN, onde se juntavam os maiores investidores individuais da empresa, entre eles o mesmo Oliveira e Costa, por um preço superior, essa venda, teve um lucro de 147,5 mil euros para o senhor Silva tendo a filha também  lucrado com o mesmo tipo de ações cerca de 209 mil euros, se isto não é ser honesto não sei o que será a honestidade. Já agora a casinha de praia,  aquela sobre a qual o senhor Silva sonegou informação às Finanças, fica “curiosamente” num “feudo” de antigos administradores da SLN.
Aliás o BPN, foi um banco, expoente máximo das trafulhices ligadas aos consulados do senhor Silva, não é à toa que o BPN ficou sobejamente conhecido como o banco do PSD, uma estância de encosto de ex-ministros e secretários de Estado e barões ligados ao PSD e ao senhor Silva, não quero com isto dizer que o senhor Silva participasse das maroscas, mas delas deveria ter algum conhecimento dado que, por exemplo, em determinada altura encerra a continha que detinha no BPN, de 23 de Novembro de 2008 a 14 de Dezembro de 2010 - já depois da nacionalização do banco -, a conta n.º 6196171 foi fechada e dela deixaram de constar os valores mobiliários de fundos de investimento que o senhor Silva e esposa detinham por via do BPN, mais um caso “curioso” portanto, um caso de excesso de honestidade talvez.
Mas não fica por aqui a coisa da honestidade, senão vejamos,  a propósito do banco do amigo Salgado, o senhor Silva garantiu nos monitores das televisões nacionais, desta vez sem migalhas de bolo-rei a saírem-lhe da boca entaramelando o discurso, que "os portugueses podiam confiar no banco", infelizmente para muitos dos acreditaram na “honestidade” do senhor Silva meros 13 dias depois o BES caía com tal estrépito e estrondo que ainda hoje se ouve.
Para terminar, parece que o senhor Silva, na sua mais recente pasquice escrita, entre outras críticas mais ou menos acertadas,  terá criticado o actual Primeiro-ministro escrevendo que “o PM deve evitar responder em público às críticas do PR”, curta é a memória do senhor Silva, pois enquanto foi Primeiro-ministro, respondeu várias vezes a críticas do então Presidente da República, mais uma vez o senhor Silva perdeu uma excelente oportunidade para estar calado, ou então querendo encher a boca, coma bolo-rei. Para mim o senhor Silva representa tudo do pior que o Portugal político contém, o senhor Silva é um péssimo exemplo de governante, um político medíocre e um governante igualmente medíocre. O senhor Silva devia ter vergonha, é das últimas pessoas a poder falar no tom arrogante com que fala, como se fosse um génio, coisa que bem sabemos não é.
Muita coisa fica aqui por escalpelizar, por exemplo, não directamente, mas dá que pensar, a venda do Pavilhão Atlântico ao genro do senhor Silva, ali mais uma vez com o dedo do amigo Salgado, o “buzinão” na ponte 25 de Abril e a carga policial, o refinamento da seita mafiosa dos “jobs for the boys” com a nomeação de cerca de 15 pessoas com ligações familiares aos seus ministros nomeadamente esposas dos ditos, a reforma de (dez mil Euros) brutos que não lhe chega para as despesas, esta última declaração, foi para mim a gota de água, para que eu sentisse doravante profundo asco, nojo e incómodo, sempre que esta criatura aparece nas televisões, confesso que não sou sequer capaz de o ouvir a debitar imbecilidades, ou mudo de canal ou tiro o som ao aparelho, termino com as palavras sábias, de homem que muito admiro o General Garcia dos Santos, instado a dar a sua opinião sobre o senhor Silva, numa entrevista dada ao Jornal Público em Agosto de 2023, disse o senhor General,“Não gosto desse homem nem pintado”, subscrevo.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

Bibliografia consultada:
    1. https://www.publico.pt/2016/10/01/politica/noticia/cavaco-pagou-metade-do-imi-que-devia-ter-pago-durante-15-anos-1745761
    2. https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/30-anos-de-cavaco-silva-um-momento-5-cavaco-silva-em-cinco-actos
    3. https://observador.pt/especiais/cavaquismo-lado-negro-da-forca/
    4. https://visao.pt/atualidade/politica/2016-01-09-cavaco-dez-crises-e-casos-quentes/
    5. https://www.dn.pt/portugal/cavaco-e-filha-lucraram-com-accoes-da-sln-1248925.html
    6. https://tvi.iol.pt/noticias/sociedade/programa-ana-leal/ana-leal-venda-do-pavilhao-atlantico-investigada-ha-suspeitas-de-favorecimento-ao-genro-de-cavaco
    7. https://expresso.pt/opiniao/a-grande-historia-do-bpn=f446092
    8. https://www.publico.pt/2011/01/08/politica/noticia/cavaco-comprou-accoes-da-sln-a-um-preco-mais-baixo-que-os-accionistas-1474206
    9. https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/cavaco-silva-garantiu-que-os-portugueses-podiam-confiar-no-banco-apenas-13-dias-antes-da-queda-do-bes
    10. https://www.publico.pt/2023/08/07/politica/entrevista/garcia-santos-nao-tiros-25-abril-causa-guerra-colonial-2059259
    11. https://www.dn.pt/politica/dez-mil-eurosmes-nao-chegam-para-despesas-2255125.html
    12. https://poligrafo.sapo.pt/politica/artigos/familygate-governo-de-cavaco-silva-tinha-15-mulheres-de-ministros-e-de-secretarios-de-estado