Dom Parlapatão de cima do seu cadeirão ajaezado em ouro e veludo resolveu-se a excomungar. O gordo traseiro anafado da santa madre, engordado a prebendas e alcavalas de quem aos outros prega a moral e as virtudes do paupério viver, enquanto que intra muros conventuais e outros que tais se lança em orgíacas e báquicas safardanices.
Mas quem está de fora racha lenha, no dizer do popular que não popularucho rebanho, sempre pronto a erguer a cruz e a deitar lenha na fogueira, porque aquilo de que aqui se fala é de um auto de fé, que por terra de Vera Cruz desses brasis de pai de santo, atira às eternas chamas uma menina pobre, que por malasorte caiu nas garras de um imundo dejecto que esta humanidade beatíssima produz, triste sina a daquela inocente que não lhe bastando as sevícias terrenais enfrenta agora por decreto dos Parlapatões a condena clerical da eterna excomunhão.
E não foi de modas Dom Parlapatão, excomungou a plebe toda, família e médicos todos por junto agrilhoados à malsã condenação, com um pequeno, mas, de excepção, falta a essa mãe santa de cruz ao alto, condenar e afastar-se da atitude imunda de um abusador, a esse ou sobre essa não recaiu, nenhuma excomunhão, nenhuma admoestação nem sequer a mais pequena repreensão, agiu em consciência Dom Parlapatão, pela sua voz a de todos os Parlapatões, Papões e Sacristães, ancorados nas suas parlapatanices escritas, a que dignamente chamam a palavra de deus, este é sem dúvida um Deus menor, mesmo muito mesquinho e patético, com deuses destes ainda bem que existem incréus.
Pobre menina, que nem, naqueles que se dizem defensores da moral dos costumes e da família, encontra colo, encontra amparo para as suas desgraças. Dom Parlapatão e os outros Parlapatões, impantes de soberba, pecado capital, aliás justamente esquecido as mais das vezes pelos parlapatanistas, demonstram assim a sua atitude pró vida, a sua proximidade ao radicalismo selvagem que tão céleres são a criticar nos Parlapatões de outras Parlapatanices patéticas, que invocam o nome de deus para se rebentarem, massacrarem, humilharem e vilipendiarem o seu semelhante, simplesmente porque ou não parlapatanizam das suas parlapatanices.
Enredado, em púrpura e escarlate, entretecido em vil metal amarelo, escorrendo a sápida gordura do frango campestre doado pela alma caridosa do rebanho que assim tenta aliviar a consciência e comprar bilhete para as etéreas paragens, Dom Parlapatão, castiga, lança excomunhões e anátemas, dogmas e parábolas, que muitas vezes nada dizem, tanto palavreando. Os grossos garfos adornados de auríferos cachuchos engastados em raras pedras coloridas, entre sedas e festins, os Parlapatões, clamam a exegese do piedoso acto, quando eles próprios, mostram ser as mais ímpias das Hárpias.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
1 comentário:
Olá amigo
Porque é que estes fungos,não se preocupam com o que se passa no seu,deles,reino?Dinheiro que os desgraçados deixam na caixa registadora de Fátima e que por obra do demo,foi parar ao BPP,para ser usado em alguma obra de caridade...Pedofilia,cada vez mais,tendo como actores alguns dos seus membros...
Mas falarem em casamento,aborto,filhos e outros assuntos do "ramo"não são matérias que estejam dentro da sua alçada,pelo menos ás claras,porque ás escuras os gajos nem usam saias...
Aquele bêbado brasileiro quando disse que a lei de deus é superior á dos homens,deveria logo de ser internado no Júlio de Matos brasileiro ou então mandado para um desfile de Carnaval com uma corda no cachaço e as patas a abanar.
Um abraço
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