sexta-feira, outubro 17, 2014

Endechas a Crato



Endechas a Crato 
 
Aquele ministro de horror
Que me tem cativo,
Porque sou professor
Já não quer que seja vivo.
Eu nunca vi a rosa
Em suaves molhos,
Ralhar contra estes abrolhos
Não que fosse mais fermosa.
 
Nem na escola professores,
Nem no ministério competência
Me parece feio
Como os meus terrores.
Rosto singular, incongruência,
Olhos esbugalhados,
Pretos e tarados,
Capazes de matar.
 
Uma sem graça em recato,
Que mora nesse crato,
Pera ser senhor
De quem é cativo.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Sem opinião
Não percebe as tramas e novelos.
 
Lentidão sem pudor,
Tão triste figura,
Coelho lhe jura
Que jamais o trocará.
Quieta mansidão,
Que Cavaco acompanha;
Bem parece estranha,
Mas decente não.
 
Presença cheia de torpeza
Que atormenta a mais mansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Professor que sou cativo
Que me tem cativo;
É. Pois nesta trampa que vivo,
É à força que vivo.

Nota: Não é fácil emular o grande Camões, que nos perdoará esta pequena brincadeira, feita tendo por base o seu poema “Endechas a Bárbara”, quisemos brincar com o estado miserável da Educação e com um ministro e um governo miseráveis, um bando de sevandijas que há muito deveria ter implodido, por junto com a lesma de Belém. Que nos perdoem os leitores e acima de tudo o grande Camões, pela leviandade literária.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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