sexta-feira, outubro 31, 2014

Orçamento pró-familias!



O senhor ministro Portas, veio à televisão declarar que o OE agora aprovado era um orçamento para as famílias, “um orçamento pró famílias” segundo a sua visão das coisas, isto vindo de alguém que não é casado e não tem filhos, faz-nos ficar muito desassossegamos é tal e qual ouvir um padre a falar de sexo.
Ora este tal orçamento “pró-familias” e continuando como o padre, vai efectivamente fecundar ainda mais as famílias, não falamos de uma galadela sub-reptícia atrás das moitas ou de uma cobridela desbragada entre um alpendre, falamos efectivamente de uma grande fecundação para todos os que não enquadram o tal desígnio pró-familias, que objectivamente é o grosso da maralha pagante.
O CDS, lá conseguiu desta vez enfiar pelo gorgomilo, qual porno chanchada ao estilo “garganta funda” os benefícios para as famílias numerosas. Importa antes de mais perceber que em Portugal só há famílias numerosas de dois estratos sociais, a saber dos “dondocas” endinheirados que fazem filharada porque são muito tementes a Deus, à Pátria e à família e a rataria subsídio dependente que como tem tudo de borla não se importa de fazer filhos dado que quem os paga são os otários pagantes de impostos.
A este propósito fartamo-nos de rir um destes dias, com um «pater famílias» da alta, bastamente chateado com a segurança social e com as finanças, porque e vamos citar, «…tive de comprar a casa ao lado pois não ia ter oito filhos numa casa só de três assoalhadas…» e que, «… as finanças tributaram a segunda casa como casa de férias e retiraram o abono de família às crianças…».
Só rir esta rapaziada, especialmente o «…tive de comprar a casa ao lado…». Se teve de comprar é porque pode, se tem oitos filhos é porque pode e ou quer, por isso não se queixe. As opções que se tomam devem fazer de nós responsáveis por essas mesmas decisões, neste caso parece que não, o senhor e a esposa, fazem filhos e nós pagamos. De notar que a esposo rematou como convém a qualquer família de bem, que os filhos são, «…uma bênção…», efectivamente são, não discordamos e ainda melhor se for o dinheiro dos contribuintes a pagar. Já lhes pagávamos os colégios privados e agora vamos também pagar-lhes o IRS, como medida “pró-família” esta foi do melhor.   
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que os seus esbirros politiqueiros e os seus colegas da coligação discutissem iniciativas, como seja, um aumento da rede pública des creches e jardins de infância, com boas dotações de pessoal auxiliar e docente, para além de boas condições de salubridade e preparadas para serem efectivamente creches e jardins, não essas coisas inenarráveis que são os jardins integrados em centros escolares.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que as licenças de maternidade fossem de 3 anos integralmente pagas, sem perda de vínculos as empresas e fiscalizaria as empresas que intimidam as mulheres para não terem filhos, é fácil saber quais são, pois algumas até pertencem a amigos da corja politiqueira.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que as fraldas e tudo o que seja necessário aos bebés até aos 3 anos, tivesse um IVA de taxa reduzida, e não venham com tretas da União Europeia como desculpa.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que acabe a obscena descapitalização da Escola Pública em prol do engordar do cu anafado dos interesses privados dos colégios e escolas, os dinheiros públicos parcos como são não devem servir para engordar os interesses de alguns em detrimento dos muitos que pagam. 
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que as escolas servissem efectivamente para ensinar, com horários coordenados entre as associações patronais, por forma a não cercear o direito que as crianças têm de estarem com os pais, além disso teríamos Escolas, dignas desse nome e não o estrume lectivo que hoje nos servem como escola.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que acabasse a vergonhosa exploração dos manuais escolares, somos dos países que mais gasta neste capítulo e sem préstimo que se veja, ao não ser mais uma vez o favorecimento dos interesses gulosos dos grupos ocultos que promovem este disparate.
Cumprindo esta meia dúzia de sugestões, o senhor ministro Portas, teria efectivamente um orçamento em prol das famílias e em prol da natalidade de um país que estão a matar, mas como o senhor ministro é mais um da Corja, prefere atirar areia para os olhos da maralha e ajudar quem vota nele. Ao invés de um orçamento pró-familia, chamaremos a este documento, um orçamento pró Cara………! 

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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