O senhor ministro Portas, veio à televisão declarar
que o OE agora aprovado era um orçamento para as famílias, “um orçamento pró
famílias” segundo a sua visão das coisas, isto vindo de alguém que não é casado
e não tem filhos, faz-nos ficar muito desassossegamos é tal e qual ouvir um
padre a falar de sexo.
Ora este tal orçamento “pró-familias” e continuando
como o padre, vai efectivamente fecundar ainda mais as famílias, não falamos de
uma galadela sub-reptícia atrás das moitas ou de uma cobridela desbragada entre
um alpendre, falamos efectivamente de uma grande fecundação para todos os que
não enquadram o tal desígnio pró-familias, que objectivamente é o grosso da
maralha pagante.
O CDS, lá conseguiu desta vez enfiar pelo gorgomilo, qual
porno chanchada ao estilo “garganta funda” os benefícios para as famílias
numerosas. Importa antes de mais perceber que em Portugal só há famílias
numerosas de dois estratos sociais, a saber dos “dondocas” endinheirados que
fazem filharada porque são muito tementes a Deus, à Pátria e à família e a
rataria subsídio dependente que como tem tudo de borla não se importa de fazer
filhos dado que quem os paga são os otários pagantes de impostos.
A este propósito fartamo-nos de rir um destes dias,
com um «pater famílias» da alta, bastamente chateado com a segurança social e
com as finanças, porque e vamos citar, «…tive de comprar a casa ao lado pois
não ia ter oito filhos numa casa só de três assoalhadas…» e que, «… as finanças
tributaram a segunda casa como casa de férias e retiraram o abono de família às
crianças…».
Só rir esta rapaziada, especialmente o «…tive de
comprar a casa ao lado…». Se teve de comprar é porque pode, se tem oitos filhos
é porque pode e ou quer, por isso não se queixe. As opções que se tomam devem
fazer de nós responsáveis por essas mesmas decisões, neste caso parece que não,
o senhor e a esposa, fazem filhos e nós pagamos. De notar que a esposo rematou
como convém a qualquer família de bem, que os filhos são, «…uma bênção…»,
efectivamente são, não discordamos e ainda melhor se for o dinheiro dos
contribuintes a pagar. Já lhes pagávamos os colégios privados e agora vamos
também pagar-lhes o IRS, como medida “pró-família” esta foi do melhor.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse
fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que os seus
esbirros politiqueiros e os seus colegas da coligação discutissem iniciativas,
como seja, um aumento da rede pública des creches e jardins de infância, com
boas dotações de pessoal auxiliar e docente, para além de boas condições de
salubridade e preparadas para serem efectivamente creches e jardins, não essas
coisas inenarráveis que são os jardins integrados em centros escolares.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse
fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que as licenças
de maternidade fossem de 3 anos integralmente pagas, sem perda de vínculos as
empresas e fiscalizaria as empresas que intimidam as mulheres para não terem
filhos, é fácil saber quais são, pois algumas até pertencem a amigos da corja
politiqueira.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse
fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que as fraldas e
tudo o que seja necessário aos bebés até aos 3 anos, tivesse um IVA de taxa
reduzida, e não venham com tretas da União Europeia como desculpa.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse
fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que acabe a
obscena descapitalização da Escola Pública em prol do engordar do cu anafado
dos interesses privados dos colégios e escolas, os dinheiros públicos parcos
como são não devem servir para engordar os interesses de alguns em detrimento
dos muitos que pagam.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse
fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que as escolas
servissem efectivamente para ensinar, com horários coordenados entre as
associações patronais, por forma a não cercear o direito que as crianças têm de
estarem com os pais, além disso teríamos Escolas, dignas desse nome e não o
estrume lectivo que hoje nos servem como escola.
O senhor ministro Portas, se efectivamente quisesse
fazer um orçamento em prol das famílias, faria a sugestão para que acabasse a
vergonhosa exploração dos manuais escolares, somos dos países que mais gasta
neste capítulo e sem préstimo que se veja, ao não ser mais uma vez o
favorecimento dos interesses gulosos dos grupos ocultos que promovem este
disparate.
Cumprindo esta meia dúzia de sugestões, o senhor
ministro Portas, teria efectivamente um orçamento em prol das famílias e em
prol da natalidade de um país que estão a matar, mas como o senhor ministro é
mais um da Corja, prefere atirar areia para os olhos da maralha e ajudar quem
vota nele. Ao invés de um orçamento pró-familia, chamaremos a este documento,
um orçamento pró Cara………!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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