sexta-feira, dezembro 15, 2023

Por aqui entretido na terra dos cara de ku...

 

                                                       Fonte da imagem: https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/cara-de-bunda/cara-de-cu/

 

 

É muito difícil viver aqui nesta “terra de caras de ku”, acendes a televisão e dás logo de caras com uma trupe de “caras de ku”, tipas esqueléticas de mamas colossais quase parecendo vacas leiteiras, cagam postas de pescada sobre a vida de outros “caras de ku”, é aquilo a que chamam crónica social, as beiças delas prenhes de botox fazem coro com os rapazes que lá aparecem, todos muito sensíveis, muito “metrocoisos”, uma corja patética, todos muito dados à intriguice, elas e eles, umas autenticas “putas regateiras” como dizia a minha avó, e não se enganava nada a minha boa avozinha.

Mudo de canal, enfastiado, aterro num pavilhão fechado, mais “caras de ku”, musica dita “popular, moçoilas já entradotas de saias curtas a cantar cançonetas com uma brejeirice própria de indigentes intelectuais, seguidas por rapazotes de melena pintada a puxar pelo sentimento em cantigas “românticas” enquanto ali em baixo os pategos ensaiam coreografias de uma alegria falsa e plástica, atrás do artista em cima do palco um coro de mamalhudas vai dando à perna e pronto, assim se divertem os “caras de ku” na sua terra.

Mudo novamente de canal, caio numa discussão kafkiana do tipo “sexo dos anjos”, quatro ou cinco “caras de ku” armados em mauzões zurzem em tudo o que mexe, são uma versão sem botox, uma versão intelectual, dos “caras de ku” da crónica social, estes aqui armados das suas licenciaturas e doutoramentos, dão um ar verdadeiramente intelectual, infelizmente aquela arenga toda não passa de uma conversa da treta, conotados com as esquerdas e ou com as direitas, debitam aquelas abstrusidades estafadas, como quem se peida, ao sabor da brisa, - são mesmo“caras de ku” penso.

Insisto, troco novamente o canal do ecrã, numa sala semi circular umas centenas de “caras de ku” entretêm-se a vociferar uns contras os outros, num pulpito, um deles vocifera, berra, acusa, é da oposição, os outros os da situação apupam e riem, os da oposição batem palmas, um verdadeiro circo medíocre dos “caras de ku”.

Desligo aquela porra da televisão. Sento-me ao computador, ligo-me a uma rede social, dou logo de caras com mais um “cara de ku”, a debitar imbecilidades, a vangloriar-se de cretinices, faz obra dirão uns, aquelas cretinices são vendidas aos “caras de ku” como se fossem os jardins suspensos de uma qualquer Babilónia, abaixo na secção dos comentários é um rol exasperante de lambekuzismo, desligo logo, estou sem pachorra, é sábado, vou à tasca habitual…

Saio pela rua fora, os “caras de ku” perseguem-me, ou será que só eu, que já estou perturbado e vejo “caras de ku” por todo o lado, estarei a ficar doido? Provavelmente estou já como os loucos, a quem a bruma tolda a vista e a música faz sonhar, mais normais que eles porém não há, e o que é ser “normal”, perguntam-se as gentes em surdina, não ousam sonhar estes normais, digo eu.

As ruas a estas horas pristinas ainda têm pouca afluência, os “caras de ku” bisonhos e ensonados volejam pelas ruelas mal amanhadas de passeios cheios de carros estacionados que nos obrigam a ir pela via, ou não fosse isto uma terra de “caras de ku” comandadas por mais e maiores “caras de ku”, finalmente chego à minha tasca de eleição, onde me recebem com um sorriso e um aperto de mão, aqui felizmente são raros os “caras de ku”, não que também não os haja por aqui, no entanto ainda é um oásis, onde me refugio horas a fio, uma ilha de gente boa, num grande mar oceano de “caras de ku” que vão passando, nesta terra de “caras de ku”.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

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