sexta-feira, setembro 30, 2022

Depois não se queixem...

A Europa vive por estes dias um turbilhão de questões, de problemas e de desafios que a vão colocar à prova durante as próximas décadas, questões delicadas, de muito complicada resolução, problemas internos com vários membros e as suas derivas totalitárias, como é o caso da Hungria, um pouco da Polónia e mais recentemente com a Itália, problemas externos com os tiranetes da época, falta de afirmação do projecto europeu, tibieza e falta de coragem dos lideres europeus, parvoíces imbecis como o Brexit, em suma a União, que disso tem pouco, está em profunda crise.

Para ajudar ao já deprimente cenário, em Itália a eleição de uma espécie de Le Pen à italiana, que dá pelo curioso nome de Meloni, deixou os líderes da UE com um grande melão, tendo em conta que uns dias antes na Suécia, conhecida como paradigma da tolerância da integração de outras culturas, as eleições viram um partido conotado com a Direita mais extrema ser presenteado com uma votação confortável, prenunciando uma tendência que paulatinamente vai correndo pela Europa.

Mas que Diabo, será que os europeus foram violentamente possuídos pelos demónios do nacionalismo, do racismo e da xenofobia de um dia para o outro? Questão interessante. A minha resposta será não, o actual fenómeno tem muitas causas, vou tentar referir algumas. Se olharmos cuidadosamente para, digamos, as últimas quatro décadas anteriores, verificamos que os sinais desta aparente viragem, já lá estavam, apareciam aqui e além, as mais das vezes prontamente desvalorizados pelos “democratas”, as populações achincalhadas, o começo da impunidade e da ausência de Estado são algumas dessas razões.

Durante estas últimas quatro décadas as sociedades da Europa têm sido metralhadas por dedos apontados, por causa da sua História, por terem colonizado, aqui e além, por terem destruído este povo ou escravizado aquele, as culturas dos povos europeus, o exemplo português é gritante, têm sido menorizadas, achincalhadas sendo quase vergonha os europeus assumirem as suas heranças históricas e culturais com tudo o que elas possuem de bom, menos bom e mau. O “politicamente correcto”, a falta de Educação e de cultura, gerou hordas de deserdados culturais, quase analfabetos, que sentindo-se marginalizados tem sido presas fáceis dos discursos maviosos das várias expressões das Direitas mais ou menos extremas.

Mais, as Democracias europeias instituíram políticas de promoção de um parasitismo social, que fez surgir uma verdadeira “subsídiocracia” que se instalou e aclimatou às sociedades europeias, dessa política social, vivem muitas minorias, étnicas, religiosas e outras, que se aproveitaram dessas benevolentes políticas para, e bem, viverem como podem, sem dedicarem sequer uma hora ao trabalho, isto não é discurso populista, é a realidade facilmente constatável por quem quiser ser intelectualmente honesto. Claro que tais políticas, geraram naqueles que trabalham um sentimento de injustiça, que se foi agudizando, como explicar a quem trabalhou uma vida inteira que vai receber quinhentos euros de reforma, e que o vizinho que nunca trabalho meia hora na vida receba trezentos porque é duma etnia qualquer ou de uma nacionalidade qualquer ou de um bairro dito problemático, aqui a Democracia falhou, nunca fez esta explicação, nunca promoveu nem valorizou o trabalho, o esforço nem o mérito, bem antes pelo contrário.

Os democratas, voltaram a falhar ao deixar criar um estado geral de impunidade, que tem levado ao caos, países que tinham taxas de crime muito baixas, vêem-se hoje a braços com enormes problemas, causados por esquemas completamente falhados de inclusão/integração de minorias étnicas e ou religiosas, há décadas que se deitam toneladas de milhões de fundos para cima destas situações, com bem poucos resultados, aparentemente nem uns querem integrar, nem outros se querem incluir, daí resultando os conhecidos problemas sociais, com as consequentes ocorrências de fenómenos de racismo, xenofobia e sectarismo de parte a parte, sim porque como estou farto de afirmar, estas questões são de foro humano e não de uma cor em particular, não alinho nesses discursos, de vítimas únicas e de algozes únicos.

Em Portugal, triste exemplo, a solução tem passado sempre por atirar dinheiros públicos para cima dos problemas, o que apenas tem criado ainda mais problemas, criando uma subsídio dependência parasita que se instituiu numa cada vez maior faixa populacional, e que há muito extravasou uma conhecida alegada minoria étnica. Os problemas decorrentes desta mistura explosiva, de impunidade, ausência de Estado e parasitismo subsidiado, estão por aí espalhados por aldeias vilas e cidades, bem à vista de todos, só alguns muares, de partidos esquerdelhos, de olhos cobertos de cobertas de cabedal grosso, aqui na terra chama-se “entrolhos”, parecem não ter percebido o estado a que isto chegou.

E é explorando, esse abandono a que a Democracia e os democratas votaram quem trabalha, quem paga impostos e quem é honesto preteridos em favor da escumalha, agraciados quase que diariamente com escandaleiras obscenas protagonizadas pelos tais democratas politiqueiros, que as extremas Direitas de cariz fascista e totalitário se insinuaram, conquistando e capitalizando esse descontentamento, subindo nas votações, arranjando espaço para passar as suas mensagens, e os povos, fartos de serem pisados pelos “democratas”, fartos de serem achincalhados pela escumalha, caem na esparrela.

Aproveitando a modorrada populaça embrutecida, as direitas extremas calcorreiam o seu “caminho das pedras” para o seu mui esperado milagre, o poveco boçal anda entretido com as suas questiúnculas comezinhas sem perceber ainda que a Democracia é uma planta que precisa de muitos cuidados e de ser constantemente alimentada, a sua fragilidade faz com que qualquer falta de cuidado a faça começar a definhar

A culpa da subida desenfreada das extremas Direitas e dos seus discursos de ódio, cabe inteiramente aos “democratas” da Esquerda e da Direita, que abandonaram as pessoas, para se concentrarem essencialmente nos jogos de Poder e no esburgo dos erários públicos, por isso quando a coisa der para o torto, depois não se queixem, recordem-se que foram atempadamente avisados.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

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