Quase todos nos recordamos da tragédia
ocorrida na praia do Meco há quase 7 anos, onde faleceram, vítimas de
infaustos e misteriosos desígnios 6 jovens estudantes de um
estabelecimento de ensino superior, todos recordamos a velhacaria,
trafulhice e compadrio a que assistimos durante o faz de conta que foi a
investigação e julgamento desse caso.
O processo, a investigação e o
julgamento tal como escrevi na altura e mantenho, deveria fazer os
políticos, os juízes, os polícias e a sociedade portuguesa borrar a cara
com trampa e esconderem-se. Curiosamente nada disso se passou. Houve
uma farsa investigatória, uma farsa processual, uma farsa judicial que
culminou num julgamento e numa sentença que remetem igualmente para a
farsa, essa é a minha humilde opinião, que até hoje mantenho, por mais
que consulte opiniões de gente versada em Direito não mudo de opinião
antes mais questões, dúvidas e evidências sobre a justeza daquilo que
penso se revelam correctas.
Os familiares das vítimas resolveram, e
bem, levar o tema ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem,
apresentando uma queixa, esse tribunal, não surpreendentemente, vem
agora a condenar o Estado português, por aquilo que é uma trapalhada do
mais miserável que existe, o Estado fica então condenado a pagar uma
indemnização ao queixoso.
Esta condenação, que era esperada por
qualquer pessoa com pelo menos dois neurónios funcionais, não vem trazer
nem justiça e nem aplacar a imensa tristeza, revolta e angustia que
aquelas seis famílias devem sentir todos os dias das suas vidas desde o
trágico evento, no entanto é uma sentença importante para reforçar
aquilo que todos nós os cidadãos que vivemos no Portugal real bem
sabemos, a Justiça em Portugal é algo em que não se pode ter muita fé!
Ainda mais que a trapalhada miserável e
terceiro mundista digna daquelas republicas das bananas terceiro
mundistas que é o processo do roubo das armas em Tancos, processo que
bem demonstra a podridão política e judicial no seu melhor, o caso das
mortes na praia do Meco, é revelador da miséria que infecta as “elites”
medíocres de um país medíocre, gentalha torpe, que arruína vidas como
quem amarrota um papel desnecessário, e esse para mim é dos maiores
ensinamentos deste infeliz caso. Para quem o queira ver, o quão
descartáveis são, para a gentalha que está por detrás desta maquinação,
as vidas das pessoas.
Não afirmo isso de animo leve, afirmo-o
apenas baseado na realidade, não tenho provas, tenho apenas a firme
convicção, se quiserem a fé, de que este caso é disso um soberbo exemplo
de como quando, interesses ocultos manobram os cordéis certos, os
títeres se movem de acordo com as ordens dos “mestres” implodindo
quaisquer princípios de ética, de honestidade, de decência e de justiça,
a tragédia da praia do Meco é o mais fino e acabado exemplo de tudo
aquilo que é mau neste sociedade medíocre e miserável que é a sociedade
portuguesa na sua multiplicidade de maquinações, interesses pessoais,
amiguismo, clientelas e elites podres e como sempre quem morre são os
filhos dos pobres...
Requiescant in Pace
P.S. – Pela voz da senhora ministra da
Justiça soube que o Governo pondera recorrer da sentença do Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem, se o fizer, demonstram ser senhores duma
insensibilidade, duma falta de tacto e duma falta de vergonha inauditos.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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