sábado, janeiro 18, 2020

O Meco da nossa vergonha

Quase todos nos recordamos da tragédia ocorrida na praia do Meco há quase 7 anos, onde faleceram, vítimas de infaustos e misteriosos desígnios 6 jovens estudantes de um estabelecimento de ensino superior, todos recordamos a velhacaria, trafulhice e compadrio a que assistimos durante o faz de conta que foi a investigação e julgamento desse caso.
O processo, a investigação e o julgamento tal como escrevi na altura e mantenho, deveria fazer os políticos, os juízes, os polícias e a sociedade portuguesa borrar a cara com trampa e esconderem-se. Curiosamente nada disso se passou. Houve uma farsa investigatória, uma farsa processual, uma farsa judicial que culminou num julgamento e numa sentença que remetem igualmente para a farsa, essa é a minha humilde opinião, que até hoje mantenho, por mais que consulte opiniões de gente versada em Direito não mudo de opinião antes mais questões, dúvidas e evidências sobre a justeza daquilo que penso se revelam correctas.
Os familiares das vítimas resolveram, e bem, levar o tema ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, apresentando uma queixa, esse tribunal, não surpreendentemente, vem agora a condenar o Estado português, por aquilo que é uma trapalhada do mais miserável que existe, o Estado fica então condenado a pagar uma indemnização ao queixoso.
Esta condenação, que era esperada por qualquer pessoa com pelo menos dois neurónios funcionais, não vem trazer nem justiça e nem aplacar a imensa tristeza, revolta e angustia que aquelas seis famílias devem sentir todos os dias das suas vidas desde o trágico evento, no entanto é uma sentença importante para reforçar aquilo que todos nós os cidadãos que vivemos no Portugal real bem sabemos, a Justiça em Portugal é algo em que não se pode ter muita fé!
Ainda mais que a trapalhada miserável e terceiro mundista digna daquelas republicas das bananas terceiro mundistas que é o processo do roubo das armas em Tancos, processo que bem demonstra a podridão política e judicial no seu melhor, o caso das mortes na praia do Meco, é revelador da miséria que infecta as “elites” medíocres de um país medíocre, gentalha torpe, que arruína vidas como quem amarrota um papel desnecessário, e esse para mim é dos maiores ensinamentos deste infeliz caso. Para quem o queira ver, o quão descartáveis são, para a gentalha que está por detrás desta maquinação, as vidas das pessoas.
Não afirmo isso de animo leve, afirmo-o apenas baseado na realidade, não tenho provas, tenho apenas a firme convicção, se quiserem a fé, de que este caso é disso um soberbo exemplo de como quando, interesses ocultos manobram os cordéis certos, os títeres se movem de acordo com as ordens dos “mestres” implodindo quaisquer princípios de ética, de honestidade, de decência e de justiça, a tragédia da praia do Meco é o mais fino e acabado exemplo de tudo aquilo que é mau neste sociedade medíocre e miserável que é a sociedade portuguesa na sua multiplicidade de maquinações, interesses pessoais, amiguismo, clientelas e elites podres e como sempre quem morre são os filhos dos pobres...
Requiescant in Pace
P.S. – Pela voz da senhora ministra da Justiça soube que o Governo pondera recorrer da sentença do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, se o fizer, demonstram ser senhores duma insensibilidade, duma falta de tacto e duma falta de vergonha inauditos.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

Sem comentários: