Numa
série de artigos que escrevi aqui para o “Notícias” nos primórdios do mesmo, já
lá vão seis anos, discorri sobre a temática da Educação, chamei-lhes “Cadernos
da (des) Educação” versam estes artigos sobre o absoluto miserabilismo com que
é tratada, a Educação, por políticos medíocres, pelos seus governos néscios e
pior pelos pais dos alunos. Não admira que Portugal esteja neste buraco onde
está, apesar das patranhas que nos contam, um país que maltrata e menospreza a
Educação dos seus cidadãos é um país condenado.
Volto
hoje ao tema da Educação, por força de uma série de infelizes ocorrências, que
deveriam fazer os senhores dos governos pensar, mas mais que isso deveriam
fazer-nos pensar, a todos enquanto sociedade, com seriedade sobre este tema,
infelizmente, quando passar a ânsia dos abutres da comunicação social, que mais
não fará qe banalizar a violência em contexto escolar, ou quando surgir outro
assunto mais premente como a claque de grunhos de um qualquer clube de futebol
ou de que cor é o papel higiénico de um qualquer craque da moda.
Por
estes dias têm vindo a público, uma série de agressões em contexto escolar, que
parecem ter sido surpresa para muita gente, mas que não são surpresa para quem
acompanha isto das Escolas e sabe que elas são antros de desgraça ao invés do
local calmo e seguro que deveriam ser. No entanto a substância deste artigo não
é escalpelizar as cenas macacas, porque isso interessa pouco, o fito é falar
isso sim das possíveis causas e pior da duplicidade de critérios e medidas que
o mesmo país tem para situações idênticas, é uma questão de em Portugal existem
dois pesos e duas medidas no que concerne à violência nas Escolas.
Atentemos
então, em Lisboa, um professor, tem um surto provocado pela má educação de um
aluno e dá-lhe uns sopapos, condena-se a atitude, porém entendo-a
perfeitamente. Aquele homem, está mentalmente perturbado, imaginem o que não
tem suportado, imaginem o que não tem visto e ouvido ao ponto de algo
aparentemente menor o ter feito como sói dizer-se “passar-se dos carretos”, é
difícil de imaginar, a quem nunca esteve um dia numa Escola, a quem nunca
esteve um dia a dar aulas, ou antes a tentar, porque neste momento os
professores passam mais tempo a tentar ensinar do que efectivamente a ensinar.
A
agressão em questão foi prontamente atendida pela célere, por vezes, e muito
selectiva, quase sempre, Justiça nacional, oprofessor, foi ouvido e detido,
atitude correcta da Justiça, é assim que se quer.
No
entanto, em Valença, um desentendimento entre uma aluna e uma auxiliar educativa
a quem terá alegadamente chamado “preta de merda”, faz com que o progenitor,
senhor oriundo de um clube de gentalha selvagem a que insistem chamar “etnia”
gente a quem ninguém pode fazer um reparo porque reagem sempre com selvajaria,
não vai de modas, entra pela escola dentro, agredindo gratuitamente um
professora, estando tão à vontade que até confessa na televisão que “lhe dê uma
chapada”, incrivelmente a reacção da Justiça foi espantosa, pois não aconteceu
nada.
A
comunidade escolar de Valença concentrou-se em protesto contra este tipo de
comportamentos anti sociais e o bom do progenitor selvagem arranjou um grupelho
de família e amigos para fazerem uma contra manifestação onde clamava contra o
racismo, cena típica deste tipo de escumalha selvagem, enquanto ia ameaçando as
pessoas da manifestação pelo respeito e contra a violência, da Justiça porém
nem um pio, o selvagem que deveria ter sido detido de imediato, julgado e
atirado para a prisão para aprender, andava qual babuíno louco aos saltos pelo
meio da rua.
Porquê
esta dualidade de critérios, porque é que este Estado medíocre não defende
criteriosamente os seus servidores, aqueles que para si trabalham, porquê esta
Justiça que age tão célere contra uns enquanto é quase inexistente no que toca
a outros.
Calam
fundo nestes episódios várias causas, umas mais técnicas como sejam o excessivo
número de alunos em cada turma, as instalações escolares medíocres o material
obsoleto, os professores tratados como lixo, a impunidade geral com que este país
trata a escumalha, os bandalhos e os parasitas. Outras causas são sociais, o
analfabetismo populacional, a falta de respeito e pouca valorização que se dá
ao conhecimento em suma, somos um país de imbecis, não podemos por isso esperar
nada de bom.
É realmente
confrangedor assistir a esta comédia, a esta opereta bufa a que chamam
Portugal, como querem que isto funcione quando este tipo de atitudes são
tratadas com tanta impunidade, porque é disto que se trata de impunidade, duma
vergonhosa impunidade que está a minar este país.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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