Sinceramente
ainda não percebi o que a quer a malta desde pardieiro. Será que querem fazer
de conta que vivem num país civilizado, sem querer enfrentar os problemas nem
chamar os bois pelos nomes, deixando-se arrastar por cretinices, crendices e
patéticos sentimentos de piedade hipócrita.
Esta
é malta que adora dormir de consciência tranquila, quando se deita, já deu o
saquinho de comida pra África, a roupinha para as criancinhas do Iémen ou o
saco de arroz para os refugiados do “Raioqueospartaristão”, esquecendo-se dos
milhares que por cá passam fome, novos, velhos e assim-assim, a malta adora
descansar em paz, alguém por eles faz o trabalho sujo, por eles esse alguém,
miseravelmente pago, recolhe o muito lixo, físico e metafísico, real e
figurado, limpa as ruas que a seguir quando acordar a malta despreocupada vai
conspurcar de papeis, beatas, escarros e tudo o que se possa imaginar, depois é
por “likes” de ira e comentários patetas em fotografias de rios e praias
poluídas do Mundo, mas isso é lá longe que aqui faz de conta que somos civilizados.
Por
muito mau que tudo seja, que lhes cerceiem os direitos ou que os carreguem de
impostos, a coisa só descamba mesmo quando se trata de futebóis, nessa altura é
vê-los irritados cheios de ira homicida até mais não, cheios de verve de
reacções de opiniões e de comentários, apedrejam-se, atacam-se, esgatanham-se e
esfarrapam-se, pobres tristes patetas que só lutam por quimeras de ócio
igualmente pateta.
A
maioria das vezes quando as coisas realmente importam, limitam-se a repetir
qual papagaios medíocres as opiniões de outros, em especial dos comentadores da
moda, esses “fazedores de opinião” pagos a peso de oiro, apetece perguntar, o
que faz você meu amigo para mudar a situação?
Sei
a resposta, Não faz nada, claro está! O senhor ou a senhora troca a sua
consciência, por dinheiro, corrompe a inteligência e apega-se à moral mesquinha
dos pobres de espírito, junta-se à carneirada e bale alegremente até ao altar
do sacrifício onde numa longa orgia de sodomia colectiva nos fecundamos uns aos
outros, uns mais que outros, uns activos, poucos e a maioria revelando a
santíssima passividade das hordas seráficas.
As
modernices globalizantes, deixaram-lhes os neurónios em pó, reduzidos à inércia
da actividade básica, do cagar, mijar e pouco mais. Não se pode dizer preto
porque é racismo, mas branco pode-se, não se pode dar um tabefe porque o
fedelho birrento e mal educado fica traumatizado, mas o mesmo fedelho bate em
quem quiser, não se dá um tiro ao galfarro ladrão porque coitadinho é dum
bairro problemático, mas o galfarro tira-nos a vida por um cigarro, não se diz
que o cigano é racista porque racista sou só eu que trabalho e pago impostos
alimentando toda esta maralha.
Ora,
com perdão da palavra, recorrendo ao vernáculo de um meu grande amigo, ilustre
discípulo do Junqueiro e Ortigão “A Puta que os Pariu”. A grande maioria das
alimárias desta terra não sabe sequer o que anda cá a fazer, limitando-se a
carneirar, a mandar bitaites, a cagar postas de pescada, cheios de umbiguismo,
prenhes deles próprios em deleites de narcisismo labrego de posse, sim porque
eles têm o carro mais rápido, seguem a moda as tendências e o “life style”
propalado até às exaustão em programas televisivos do telelixo nacional
destinados a indigentes intelectuais, eles têm a casa mais cara, eles vestem
aquelas calças do anúncio, usam o mesmo penteado que aquele jogador sim esse o
tal, possuem a piscina mais funda ou o telemóvel último grito e no seu, deles,
limitado mundo marcado por uma atroz fraqueza intelectual isso é tudo o que importa.
Hoje
é quarta-feira estou a trabalhar, amanhã também, sexta igual, vou estar a
trabalhar, estou simplesmente a fazer algo para que esta porcaria melhore,
sendo certo que disso tenho muito pouco esperança, as minhas expectativas sobre
este país resumem-se a respirar enquanto me for permitido, depois morro, depois
de me ter habituado a viver, é uma porra isto!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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