segunda-feira, fevereiro 11, 2019

Portugal é um país de porcos!


Portugal é um país de porcos. Pedindo antecipadamente desculpa ao nobre “sus domesticus” esse sápido mamífero do qual aproveitamos todas as partes para horas de gulosa degustação, por o estar a comparar ainda que de forma metafórica ao ser humano medíocre e asqueroso que por aqui habita, mas faço recurso de uma imagem que se vulgarizou, apesar de o animal propriamente dito, não ter nada de sujo, ao contrário da contraparte humana, essa sim, deveras imunda.

Nem a propósito do tema de hoje, entrámos esta semana no Ano do Porco do calendário Chinês uma clara homenagem aos portugueses. Há quase 300 anos Giuseppe Gorani, um aventureiro oriundo da península itálica, queixava-se nos seus relatos da porcalhice que vira em Lisboa, claro que passada apenas uma década sobre o terramoto de 1755, Gorani ainda experimentou a ressaca daquele grande cataclismo, ainda assim essa catástrofe não explica a hecatombe da falta de asseio das lusas gentes, vindo esse reparo de um italiano, habituado aos igualmente porcinos hábitos de higiene pública da sua terra muito espantam as suas observações sobre a capital do Reino dos porcos.

Vem este texto a propósito de uma reportagem que passou na televisão sobre as escombreiras de uma antiga mina que foram deixadas ao abandono e ameaçam contaminar, mais ainda, um importante rio português, no caso o Zêzere. Fosse este o único caso, seríamos um país feliz, para mal dos nossos pecados assim não é, por esse país fora existem centenas de minas abandonadas, com escombreiras de onde toneladas de metais e outros poluentes extremamente perigosos como sejam o mercúrio, o cádmio, o arsénio, o chumbo, o cobre e vários tipos de ácido.

Infelizmente somos um país de porcos, prova simples desta afirmação são as ruas das localidades deste pardieiro feito país, é tanta a lavajice que parece incrível que alguém queira visitar isto, os “camones turistas” são deveras masoquistas, ou então adoram visitar a “reserva” indígena” da Europa, para ver o labrego lusitano em estado puro, em todo o seu porcino esplendor arruinamos paulatinamente o nosso ambiente, destruímos tudo o que é natural, sendo que a preservação de ecossistemas é um factor que nos poderia diferenciar dos outros, mas não, alegremente malbaratamos a diversidade biológica, maltratamos a natureza, somos em suma um povo de porcos, vejam apenas como exemplo desse afã destrutivo a estupidez aeroportuária que preparam para a zona do Montijo.

Entre muitas outras coisas que me intrigam, nesta vasta temática da porcalhice nacional, há uma que me deixa realmente perplexo, sabendo nós o estado miserável dos cursos de água deste país, que estão poluídos, basta ver o Tejo, ou aqui ainda mais perto o Vale Virgo que não passa de um esgoto a céu aberto que atravessa a parvónia onde resido.

Sabendo nós, que a utilização de produtos químicos na agricultura está em roda livre, sabendo nós que o tratamento de esgotos das povoações e instalações industriais é um embuste, faz-me confusão ao percorrer a zona industrial aqui da terra onde não se vê um único ecoponto, tão limpinhas que são as indústrias aqui do burgo!

Ora sabendo nós que não temos ninguém ao nível político que realmente cuide do ambiente, expliquem-me como é possível as análises das águas das redes de distribuição para consumo das populações, apresentarem sempre qualidade “Excelente” e como é possível que as praias apresentem tantas “bandeiras azuis” sinónimo ao que parece de qualidade, “não bate a bota com a perdigota” como sói dizer-se. Alguém que me explique este mistério.

Um destes dias quando alguém se quiser debruçar com seriedade sobre a real qualidade das águas que bebemos e sobre o estado e tipo de canalizações, muitas com amianto, que existem para a distribuição dessas águas acredito que nos vamos fartar de rir, claro que nunca nada disto acontecerá, continuaremos a engolir alegremente as nossas microdoses diárias de metais poluentes, de amianto das canalizações e de toda a merda com que deixamos poluir a água, o único bem verdadeiramente importante deste Mundo.

P.S. – Entretenham-se a ler isto, mas não se assustem muito:






Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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