Começo por desejar
um excelente novo ano a todos os leitores do Notícias, mantenham a esperança de
dias melhores pois isso é a única coisa que vos resta. Feito o intróito da
praxe, sucinto e sem abusar da lamechice pateta da quadra vamos ao que
interessa, Portugal o país do “Aviso Prévio”.
A grande maioria das
desgraças, das roubalheiras e da patifaria geral associada ao sector Estado
seria bastante mitigada acaso existisse algo que se assemelhasse a uma
inspecção que fiscalizasse a aplicação da muita legislação que as senhoras e
senhores de cu alapado nos estofos parlamentares acham por bem parir em
desmesuradas leivas, levantando autos e instruindo processos contra
prevaricadores, seria uma inspecção que para cúmulo do bom senso, efectivamente
protegeria o cidadão, a coisa pública e a segurança do Estado, infelizmente não
possuímos nada que remotamente se assemelhe a isso.
Aquilo que possuímos
enquadra-se na regra geral deste país que é o faz de conta. Fazemos de conta
que existe uma inspecção, fazemos de conta que existem organismos dotados de
meios humanos e materiais, que com isenção, correcção e determinação zelam pelo
cumprimento de Leis, regras e normas que servem para o bem do Estado, erro
crasso, Portugal não possuiu nada disso.
Começamos logo com
algo que é per si revelador do cariz “faz-de-conta” disto tudo que é a figura
do «Aviso Prévio», que obriga a que não sei quantos dias antes a entidade
fiscalizadora avise a entidade fiscalizada que vai lá fiscalizar, meus caros
amigos se isto não é uma anedota perfeita, não sei o que será humor.
Quando passei pelas
Forças Armadas recordo as visitas “inopinadas” dos senhores Ministros ou dos
Chefes de Estado Maior, sempre anunciadas com pelo menos 15 dias de antemão
para que houvesse tempo para varrer o lixo para debaixo do tapete, era lindo de
se ver, o senhor Ministro a deambular entre messes, nesses dias sempre com
rancho melhorado como se por mero acaso se comesse arroz de marisco na messe de
praças todas as semanas, pelas camaratas reluzentes e ainda a cheirar a tinta
fresca, com ar agradado seguido da habitual matilha de sabujos lambe botas e
pronto estava a visita feita mais umas gaitadas da fanfarra, apresentar armas
descansar à vontade, adeus e até para o ano ou se calhar até nunca.
Ao que me consta
está tudo igual, veja-se por exemplo a inspecção escolar, a que se deveria
chamar turma da burocracia, pois a sua inspecção limita-se aos papeis,
papelinhos e demais burocracias parolas, porque a existir uma inspecção digna
desse nome bem mais de metade das escolas públicas estava fechada, isto é para
termos uma ideia da realidade mentirosa e trapaceira destas inspecções, a que
posso juntar as outras todas pois é tudo farinha do mesmo saco, ainda que, e
bem, em legislação recentemente saída, o aviso prévio, para inspecções de cariz
ambiental deixou de ser obrigatório, saúde-se o excelente exemplo que deveria
ser extensivo a todo o resto eliminando essa coisa esquizofrénica do aviso
prévio.
Resumindo, num país
onde existisse uma fiscalização digna desse nome, muita corrupção, muito
disparate e muita desgraça se evitaria, Seria necessário investir, claro que
sim, mas muito mais gastos se evitariam e estou em crer que muita receita se
arrecadaria, isto se fossemos sequer um país, infelizmente não somos,
infelizmente somos uma agremiação de palhaços que se diverte a brincar aos
Estados, não passamos disso, de uma tropa fandanga de seres apatetados e
medíocres que adoram o faz de conta, infelizmente não passamos de pardieiro com
aviso prévio.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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