Pedrogão, Monchique, Borba, Mação, Entre-os-Rios e Valongo,
são nomes de localidades que nos remetem imediatamente para ocorrências
trágicas, para perdas quer de vidas quer de modos de vida quer de perdas
materiais, são nomes que de imediato nos remetem para tragédias. Tragédia
anunciadas algumas, outras inopinadas em quase toda porém um denominador comum,
o desleixo nacional.
A grande tragédia deste país é pois o desleixo que o varre
de lés a lés, junte-se o abandono do interior, assassinado que foi por
sucessivas levas de politiqueiros medíocres e pelo abandono a que foi votado
por essa miserável súcia politiqueira que há quarenta anos desgoverna o país,
se a isto se pode chamar um país.
Quando estas tragédias acontecem ouve-se quase sempre falar
de procedimentos e protocolos, quase sempre falamos de coisas rocambolescas
burocráticas que envolvem que A telefone a B, que depois telefone a C que envia
um mail a D para finalmente E enviar F para o terreno que tem ainda de avisar G
e H para estarem presentes, como no caso ocorrido há uns anos onde uma
traineira encalha e os homens morrem a 20 metros da costa,
porque A não avisou B, porque C fecha às 5 e vai para casa e D não voa sem ordens
de B.
Continuamos um país de capelas e capelinhas enredados em
“procedimentos e protocolos” que quando acontecem desgraças nunca ninguém
cumpriu nem cumpre, porque no fundo isto é tudo um grande faz-de-conta, porque
não é possível socorrer nada nem ninguém com o mínimo de qualidade quando se
envolvem 200 pessoas de 19 entidades diferentes segundo se lê no relatório
preliminar sobre a queda do helicóptero do INEM em Valongo, claro que haverá de
seguida uma catadupa de relatórios todos contraditórios a justificar toda esta
incomensurável trapalhada.
Relatórios que servem apenas para gastar papel,
posteriormente será também sugerida por um qualquer partido de energúmenos
politiqueiros uma comissão parlamentar para dar ar à boca e concluir nada, onde
os do costume aparecerão nas televisões a arrotar postas de pescada sobre
assuntos de que percebem menos que nada, muitos tentando de forma vergonhosa
capitalizar votos como se viu recentemente, numa declaração patética,
intelectualmente indigente e asquerosa de uma senhora que ainda há uns tempos
era ministra, que pouco ou nada fez excepto permitir que se plantassem mais
eucaliptos a esmo, esta gente politiqueira é de uma sem vergonhice inaudita,
gente asquerosa, gente demagógica medíocre.
Pedrógão, Monchique, Borba, Mação, Entre-os-Rios e Valongo,
são nomes de localidades que nos remetem imediatamente para ocorrências
trágicas. Remetem-nos estes nomes para um país medíocre e patético, onde tudo
parece funcionar em cima do joelho e por decreto, onde não existe fiscalização
sobre nada e quando existe tem pasme-se “aviso prévio” para que o lixo possa
ser varrido para debaixo do tapete, escondendo desse modo a realidade, um país
de faz de conta onde verdadeiramente não podemos confiar em nenhuma instituição
nacional.
Os meus sentidos pêsames à família do senhor Manuel que
faleceu aos 82 anos sem ver sequer um tostão da ajuda, com que tantos enchem a
boca, lhe chegar para recuperar aquilo que o fogo lhe levou, esta história é a
prova acabada do miserabilismo da indigência intelectual e da vergonha que são
estes politiqueiros nacionais.
P.S. – Já depois deste texto concluído fiquei a saber que o
Primeiro-ministro, resolveu solicitar que um magistrado elabore um relatório
único sobre o que aconteceu, saúdo essa diligência do Primeiro-ministro, talvez
que, uma vez lido esse relatório único, o próprio se possa questionar sobre o
funcionamento esquizofrénico deste país, resolvendo-se fazer algo, duvido, mas
tenho essa esperança.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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