Esta história começa com uma árvore abatida para fazer
resmas de folhas papel de 75gr, aproveitando posteriormente 3,5 quilos desse
papel, ou seja uma resma e meia sensivelmente, cerca de 700 folhas de papel
para recolher as assinaturas necessárias para entregar no tribunal
Constitucional e assim fundar mais um partidelho político, mais valia que fosse
papel higiénico, sempre se lhe daria um melhor uso.
Depois é arranjar um qualquer pateta de ego desmedido,
amuado por não lhe passarem cavaco nem tão pouco o levarem a sério, dizem que é
um menino guerreiro, que bata com o portão da quinta da laranja, saindo para
não mais voltar, disse ele, muitos suspiram de alívio com a já há muito
almejada retirada de cena do pobre pateta, que ainda não percebeu que está morto,
politicamente diga-se, que mal nenhum desejo ao homem, já lhe basta ser como é,
um tragalhadanças de primeira água.
Vai daí que despeitado, o tal menino guerreiro, a quem davam
pontapés na incubadora, foi-se aos canhenhos e procurou nas agendas os números
de telefone das suas muitas “santanetes” e pimba, ei-lo de volta, envolto em
bruma intemporal, despido de quarenta anos de roçar o cu pelas esquinas da
politiqueirice rafeira nacional, ei-lo renascido, renovado em mente e corpo,
sebastianicamente veio para remir o pecado original, o homem é um Cristo da
politiqueirice, ou se calhar é apenas um Calímero, uma figurinha caricatural
que mete dó, mais faz chorar que rir, tantas e tão medíocres são as suas
atoardas, o homem porém porfia, tem-se em grande conta, desmesurado o ego,
intrépido avança como líder de uma nova agremiação partidária, uma brigada
geriática atacada por achaques e reumatismo nas articulações, uma nova aliança
descoberta numa qualquer arca carunchosa, velha, que cheira a bagaceira martelada
e a sacristia bafienta, sim porque como convém a um novo ungido o homem
redescobriu-se recentemente como católico, nunca é tarde para ver a luz, dirão
as mais beatas, pois não, basta passar ali pela segunda circular, mas como o
homem é dos verdes, não sei se ver a Luz lhe fará bem.
Sentado na sua poltrona de cetim cor de vinho tinto, um
pouco coçada no descanso dos braços, degustando o seu copito de cognac, sim,
porque isso da bagaceira é para dar ar de povo e agremiar uns quantos, imbecis,
até porque se a coisa correr bem com os votos, vem massa para gerir, o menino
guerreiro, agora já de rala farripa branca, melómano de eleição, ouve os
violinos de Chopin, uma obra emblemática, que só ele possuiu, cogita, sobre a
aliança, sobre possíveis aliados, sobre esse rio poluído do qual se quer
afastar.
Cogita, no seu lar de reformado solteirão, reformou-se antes
dos cinquenta anos, ah Portugal, esse belo país, mas sente-se inquieto, o homem
ainda tem aspirações ainda que todos saibamos que dali não virá nada de novo,
aquela aliança, tresanda a mofo, tresanda a parasitas como o próprio, que mercê
de uma brilhantemente conseguida constante visibilidade mediática, honra lhe
seja feita, conseguiu ser ministro, presidente de câmara, presidente de clube
de futebol, entre outras prestações sempre medíocres, miseráveis e despesistas,
porque seria diferente agora, que novidades trará essa aliança patética,
aliança do quê ou de quem, já agora indagamos.
Para mim é óbvio, é a aliança entre um madraço diletante e
pateta com uma súcia de tristes medíocres que apenas pretendem arranjar uns
milhares para forrar as algibeiras, a coberto claro está de um projecto
político inovador, uma espécie de, como se diz agora e está na moda, “startup”
política, que promete inovar.
Portugal continua em larga medida a enfermar com estes
quistos sociais, estes aleijões políticos, esta nova aliança é um cadáver que
exumaram, para exibir e cobrar bilhetes na ridícula feira das vaidades do
mediatismo nacional, o seu protagonista é um pobre diabo digno de dó, um pobre
pateta, que tinha feito melhor se tivesse continuado lá pela distribuição de
misericórdia, ouvindo nós dele só de tempos a tempos, infelizmente o homem não
percebendo que está morto, voltou às entrevistas, impressionante como as televisões
perdem tempo com maralha desta, até já é comentador, para repetir o mesmo que
sempre disse, para fazer declarações bafientas sobre temas dos quais não sabe
peva, olha seria preferível que fosse para casa enfiasse uns valentes copázios
de aliança e se esquecesse que nós existimos.
Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia
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