A estupidez humana, não tem mesmo
fim tal como sugeriu um dia o velho Alberto. Quando julgamos que não é
possível atingir um grau superlativo da mesma, lá aparece uma, ou
várias, alimárias a provar quão errados estávamos, então quando o tema
gira em torno do politicamente correcto e dos guardiães da novel cultura
e da correcção histórica dos males do Mundo, podeis esquecer, é certo
que virá por aí mais uma alarvidade.
A discussão fútil do momento, prenhe de
académicos, sábios, sabões e sabonetes, deu já azo a inflamados artigos
em jornais, com listas anexas de subscritores, pretos, brancos, verdes
ou lilases, grupos de gente muito indignada, centrando-se a questão numa
ideia, pateta diga-se em abono da verdade, de criar em Lisboa o “Museu
das Descobertas" criação proposta no programa eleitoral de Fernando
Medina, actual presidente da câmara de Lisboa, num daqueles arroubos da
politiquice medíocre de que tanto gostamos.
Pessoalmente acredito que não precisamos de mais um museu para estar às moscas e fechado ao Domingo.
Pessoalmente acredito que o grosso do
Mundo estará perfeitamente nas tintas se chamam a essa projectada
intenção, “Museu das Descobertas", “Museu do Pífaro" ou “Museu dos gajos
que foram de bote comprar caril,"quem eventualmente visitar esse museu,
que nem sequer ainda existe, estar-se-á positivamente marimbando para o
nome que lhe colocarem, porque isso é uma minudência pateta e patética,
que não alterará nada neste Mundo.
Para dar um exemplo prático,
fundamentando aquilo que afirmo, pego numa das informações que um dos
grupos desses indignados apresenta para validar a sua pretensão, a
saber, existe no Brasil um museu a que chamaram “o Museu Afro Brasil”,
só o nome já dá para rir, mas pronto, poder-lhe-iam ter chamado
simplesmente Museu do fliscorne, Museu da Mandioca ou ainda Museu do
renhau e da cena, por exemplo, no entanto preferiram chamar-lhe “Museu
Afro Brasil” o que nem acho bem nem mal, é um nome, pretenderam o quê
com essa escolha? Chamar a atenção para a influência de populações de
origem africana no Brasil, sim talvez seja isso, mostrar como as
populações de origem africana são bem ou mal aceites no Brasil? Mostrar
como é que essas populações vivem?
Certo é que essa grande comunidade de
gente, apesar das suas origens africanas de africanos não têm nada, hoje
são brasileiros, duvido sequer que aguentassem sequer um dia a viver em
África, mas enfim, pergunto-me então, qual foi o efeito do nome desse
museu na condição dos brasileiros de origem africana? Estão mais
letrados, mais ricos, mas protegidos da segregação? Estão mais felizes,
mais protegidos da pobreza, são mais valorizados e respeitados? Se as
respostas forem afirmativas, projectem então um museu polaco do Brasil,
um museu italiano, libanês ou alemão, já para não falar que um museu
português Brasil também quadraria bem para ajudar ao reconhecimento e
respeito por essas comunidades tão importantes para o Brasil.
Os académicos são extremamente
necessários, os académicos são o tecido pensante das sociedades, no
entanto acredito que ele há coisas com as quais os académicos deviam
deixar de perder tempo, questões umbiguistas, perdidamente patetas que
não nos conduzem a lado nenhum, antes criam abismos, perdas de tempo,
cultivam a jactância arrogante dos auto propostos iluminados que se
julgam mais iluminados que os demais, lançam raízes nefastas, modas da
destruição da História, do revisionismo e do politicamente cretino.
Como eu gostava de ver cartas abertas de
académicos com cem, com mil, com um milhão da assinaturas a condenar a
fome, as reforma de miséria, os velhos abandonados, a podridão politica
ou a corrupção, como eu gostava de ver cartas de académicos fulos,
irados de raiva espumando da boca com paixão verdadeira, porque sentir
também faz parte do ser humano me parece, se bem que isso não seja
politicamente correcto, como eu os gostava de ver preocupados com a
realidade de um Mundo podre, cheio de lixo, quase sem água, que por
vezes me parece que lhes escapa.
Pá, quanto ao Museu, em projecto,
chamem-lhe museu da cachupa com sardinha assada, museu da caneca das
caldas de Bombaim sei lá, quem é quer saber disso para coisa alguma, o
passado não mudará por causa de um nome, de uma perspectiva, de um
conceito que certo ou errado queiram forçar, nem tão pouco servirá para
mudar o futuro, por isso parem de perder tempo com idiotices patetas,
como se o nosso tempo neste Mundo fosse eterno, tenham santa paciência,
pá!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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