Comemorou-se na passada Quinta-feira 19 de Julho o aniversário
natalício de um dos grandes de Portugal, passaram 129 anos desde o
nascimento, de um dos maiores génios da cultura e da ciência nacional, de seu
nome Abel de Lima Salazar, o Salazar Bom, como a ele se referia um dos seus
amigos, por oposição ao medíocre tiranete de Santa Comba.
Popularizou-se, mas pouco e só após o 25 de Abril de 1974,
simplesmente como Abel Salazar, médico, cientista, investigador, pedagogo,
conferencista, artista plástico e escritor, muitas foram as áreas por onde esta
personagem singularíssima da vida portuguesa do primeiro quartel do século XX
espalhou a sua genialidade, Abel Salazar é injustamente um dos nossos grandes
heróis esquecidos, infeliz filho deste pardieiro de inúteis chamado Portugal
que com tanto afinco esquece os homens bons e grandes para de igual modo
recordar e enaltecer os trogloditas e medíocres, como se a nossa grande bitola
fosse a singular mediocridade dos pobres de espírito.
É na Escola Médico-Cirúrgica do Porto em 1915, aos 26 anos
de idade, que conclui o curso de Medicina acabando classificado com 20 valores,
prova cabal da sua genialidade, pois naqueles tempos os 20 valores só estavam
ao alcance dos génios verdadeiros, hoje ao inverso, neste tempo dos Mestrados
integrados e das licenciaturas de aviário, há por aí notas de 17, 18 e 19 que
até dão dó, mas isso são contas de outro rosário.
Em 1918 é nomeado Professor Catedrático de Histologia e
Embriologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, fundando e
dirigindo o Instituto de Histologia e Embriologia dessa mesma universidade,
publico artigos científicos de extrema relevância, enquanto investigador cria o
método de coloração tano-férrico de Salazar, um processo de análise
microscópica, que ainda hoje se utiliza em investigação, invenção que mais uma
vez prova a sua genialidade.
Na sua “alma matter” académica fará ainda cursos versando
sobre Filosofia da Arte, fará posteriormente conferências sobre Filosofia,
desenvolvendo um sistema de Filosofia próximo ao da Escola de Viena. Foi o
desenvolvimento e apresentação pública deste sistema filosófico que desagradou
ao patético tiranete de Santa Comba e aos esbirros da Santa Madre Igreja, tendo
sido a causa principal da sua destituição do lugar de professor universitário e
de investigador.
A ditadura fez com Abel Salazar o que fazia de melhor,
mentir descaradamente, assim através da imprensa que controlava totalmente,
orquestrou uma campanha de difamação que leva à demissão de Abel Salazar em
1936, só voltando ao seu lugar de professor em 1941.
Antes porém Abel Salazar foi impedido de trabalhar, foi
também impedido de viajar para o estrangeiro onde era bastante solicitado como
conferencista, sendo inclusivamente um dos consultores da academia Nobel, no
entanto o infeliz tiranete de Santa Comba vai isolar este homem genial,
intrinsecamente apolítico, que como o próprio escreve; “…Esclareço que nunca
fui político, toda a minha vida me ocupei unicamente da actividade
intelectual.”
O grande crime de Abel Salazar contra o miserável Estado
Novo e contra o tiranete de Santa Comba foi o de ser alguém que pensava, todos
sabemos como tal capacidade horrorizava o tal tiranete, essa capacidade a que
sempre se opuseram os tiranetes, os de ontem tal como estes de agora, foi pois
a propiciadora da queda de Abel Salazar.
Abel Salazar foi um homem grande, no domínio das suas
preocupações humanas e intelectuais, figuraram os problemas de ordem social e
filosófica, de ordem política mas apartidária de ordem estética e literária.
Foi um dos grandes de Portugal, felizmente em 1975 vários académicos ligados à Universidade
do Porto criam o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, adoptando Abel
Salazar como patrono desse instituto, vocacionado para a investigação
científica.
A obra deste grande português está disponível para visita na
Casa-Museu Abel Salazar situada em São Mamede de Infesta, pertença da
Universidade do Porto. Saudemos pois a memória de um Grande de Portugal a quem
muito devemos.
Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia
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