segunda-feira, julho 23, 2018

Abel Salazar

Comemorou-se na passada Quinta-feira 19 de Julho o aniversário natalício de um dos grandes de Portugal, passaram 129 anos desde o nascimento, de um dos maiores génios da cultura e da ciência nacional, de seu nome Abel de Lima Salazar, o Salazar Bom, como a ele se referia um dos seus amigos, por oposição ao medíocre tiranete de Santa Comba.
Popularizou-se, mas pouco e só após o 25 de Abril de 1974, simplesmente como Abel Salazar, médico, cientista, investigador, pedagogo, conferencista, artista plástico e escritor, muitas foram as áreas por onde esta personagem singularíssima da vida portuguesa do primeiro quartel do século XX espalhou a sua genialidade, Abel Salazar é injustamente um dos nossos grandes heróis esquecidos, infeliz filho deste pardieiro de inúteis chamado Portugal que com tanto afinco esquece os homens bons e grandes para de igual modo recordar e enaltecer os trogloditas e medíocres, como se a nossa grande bitola fosse a singular mediocridade dos pobres de espírito.
É na Escola Médico-Cirúrgica do Porto em 1915, aos 26 anos de idade, que conclui o curso de Medicina acabando classificado com 20 valores, prova cabal da sua genialidade, pois naqueles tempos os 20 valores só estavam ao alcance dos génios verdadeiros, hoje ao inverso, neste tempo dos Mestrados integrados e das licenciaturas de aviário, há por aí notas de 17, 18 e 19 que até dão dó, mas isso são contas de outro rosário.
Em 1918 é nomeado Professor Catedrático de Histologia e Embriologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, fundando e dirigindo o Instituto de Histologia e Embriologia dessa mesma universidade, publico artigos científicos de extrema relevância, enquanto investigador cria o método de coloração tano-férrico de Salazar, um processo de análise microscópica, que ainda hoje se utiliza em investigação, invenção que mais uma vez prova a sua genialidade.
Na sua “alma matter” académica fará ainda cursos versando sobre Filosofia da Arte, fará posteriormente conferências sobre Filosofia, desenvolvendo um sistema de Filosofia próximo ao da Escola de Viena. Foi o desenvolvimento e apresentação pública deste sistema filosófico que desagradou ao patético tiranete de Santa Comba e aos esbirros da Santa Madre Igreja, tendo sido a causa principal da sua destituição do lugar de professor universitário e de investigador.
A ditadura fez com Abel Salazar o que fazia de melhor, mentir descaradamente, assim através da imprensa que controlava totalmente, orquestrou uma campanha de difamação que leva à demissão de Abel Salazar em 1936, só voltando ao seu lugar de professor em 1941.
Antes porém Abel Salazar foi impedido de trabalhar, foi também impedido de viajar para o estrangeiro onde era bastante solicitado como conferencista, sendo inclusivamente um dos consultores da academia Nobel, no entanto o infeliz tiranete de Santa Comba vai isolar este homem genial, intrinsecamente apolítico, que como o próprio escreve; “…Esclareço que nunca fui político, toda a minha vida me ocupei unicamente da actividade intelectual.”
O grande crime de Abel Salazar contra o miserável Estado Novo e contra o tiranete de Santa Comba foi o de ser alguém que pensava, todos sabemos como tal capacidade horrorizava o tal tiranete, essa capacidade a que sempre se opuseram os tiranetes, os de ontem tal como estes de agora, foi pois a propiciadora da queda de Abel Salazar.
Abel Salazar foi um homem grande, no domínio das suas preocupações humanas e intelectuais, figuraram os problemas de ordem social e filosófica, de ordem política mas apartidária de ordem estética e literária. Foi um dos grandes de Portugal, felizmente em 1975 vários académicos ligados à Universidade do Porto criam o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, adoptando Abel Salazar como patrono desse instituto, vocacionado para a investigação científica.
A obra deste grande português está disponível para visita na Casa-Museu Abel Salazar situada em São Mamede de Infesta, pertença da Universidade do Porto. Saudemos pois a memória de um Grande de Portugal a quem muito devemos.

Um abraço deste vosso amigo


Barão da Tróia

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