Há muito que acredito que Portugal é uma
gaiola de malucas, a verdadeira gaiola das malucas. Um local
esquizofrénico, onde grande parte da populaça, como demonstra o elevado
consumo de ansíoliticos, sofre de uma qualquer perturbação mental, em
suma isto é um país de tontos.
Nas estradas de Portugal morre-se mais
do que na Síria, no entanto ninguém parece querer saber, ninguém propõe
campanhas solidárias nem eventos fofinhos, a começar pelos atordoados
que por cá habitam, é tanto o desnorteio que basta ver as declarações
que os pategos produzem quando instados a discorrer sobre a temática,
“blá…blá…blá, caça à multa, blá…blá…blá, prevenção, atitude pedagógica…”
Sempre o mesmo discurso pateta, o mesmo discurso indicador do tipo de
rebotalho que existe por cá.
Há 40 anos que se produzem campanhas de
prevenção rodoviária, com que resultados? Perguntarão os meus dilectos
amigos, pois com nenhuns claro está. O condutor médio português é um
imbecil.
O Estado, por incrível que isso pareça,
neste campo tem desempenhado menos mal o seu papel, por isso há
prevenção, com campanhas atrás de campanhas, muita pedagogia, leia-se,
Código da Estrada, sinalização e demais legislação, falha somente na
repressão, falha no excesso de garantias aos criminosos, por exemplo as
multas deviam ser mais altas e mais vezes aplicadas, bêbados só deviam
precisar de ir a tribunal, para verem confirmada a sentença, conduzir
sem habilitação legal devia dar prisão, atropelamento e fuga devia
passar a tentativa de homicídio, mas isso tudo seria num país, por aqui
neste antro é o que se vê.
Nesta gaiola das malucas o sacrossanto
futebol é Rei. São sobretudo reis das dívidas, das traficâncias mais do
disparate, enquanto eles enchem a pança, as malucas andam por aí a
chamarem nomes uns aos outros a agredirem-se, a maltratarem-se,
verdadeiros bandos de grunhos, gente medíocre, gritando como putas
histéricas quando um desses grupos de tabardilhas ganha o campeonato da
podridão futeboleira, basta ver um jogo de infantis para perceber o que é
ser esquizofrénico, é um mimo ver as malucas ao berros, a gastar
gasolina, não se esqueçam que somos um país rico, tudo bêbado aos urros
pelas ruas como se o Mundo tivesse ficado um lugar melhor, só a rir se
consegue levar isto, porque depois vemos essa gentalha futeboleira bem
como os clubes, a quem os bancos poupam dívidas, os jogadores nem sequer
pagam o que é devido por aquilo que auferem, mas a carneirada quer lá
saber disso.
Nesta gaiola de malucas, nunca existem
culpados de nada, qualquer vigarista que é apanhado a meter massa ao
bolso é sempre inocente, qualquer vigarista medíocre corre o risco de
ser o herói da plebe, “porque fez obra” dizem uns, ou porque é “um gajo
porreiro” dizem outros, nesta gaiola de malucas tudo é possível.
Um destes fins-de-semana passados, num
desses eventos labregos que as malucas gostam de fazer, sobretudo para
fazer sobressair as vaidades pessoais e os impostores, alguém me dizia
que aquele evento só se fazia de dez em dez anos, fiquei espantado e
perguntei-lhe se a solidariedade cansa, olhou para mim sem resposta, mas
lá acabou por dizer que sim, aquilo cansa. Estamos pois conversados, no
país esquizofrénico até a solidariedade, mesmo sendo da treta e se
calhar por isso, cansa.
Haveria sem dúvida muito, mas mesmo
muito mais para aqui descrever, não vos quero maçar, nem estou com
vontade de ficar mais deprimido, porque este país deprime qualquer
pessoa que lhe dedique pelo menos meia hora de meditação, um país
habitado por uma súcia de medíocres, pejado de ladrões, de pulhas e de
biltres, um povaréu mastronço que se porta como um bando de babuínos
quando o assunto é futebol, santinhas, festival da canção ou outra
qualquer palermice pantomineira, no entanto quando o assunto é a defesa
da sua vida e ou dos seus direitos, assumem o papel daquilo que
realmente são, um país de bezerros capados, tenham um bom fim-de-semana.
Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia
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