Dois casos singelos, que provam que Portugal,
que dizem ser um país. É na verdade uma anedota, das melhores e das mais
pitorescas, que faz rir a bandeiras pregadas, possivelmente candidata a
um Óscar, caso concorra algum dia.
Caso primeiro. A semana passada, li num jornal
diário, que, foram vítimas de agressões alguns enfermeiros e um
segurança do Hospital de São João no Porto, porque uma família de DDT’s,
não quis estar à espera para serem atendidos, como não estão habituados
pareceu-lhes mal.
Entretanto o “Grande Chefe Feiticeiro” desse clã DDT,
resolveu e bem, dar uma desanca, diz ele aos prevaricadores, vai daí
puxou do manual da “tradição” dessa tribo e arranjou uma pena para os
sevandijas.
Até aqui tudo bem, se estivéssemos numa qualquer
selva, ora ao que parece, não estamos. Alegadamente, estamos num país
civilizado, um Estado de Direito, uma Democracia com tudo o que isso
possui de bom e de mau, sendo que esta agressão, parece provar que por
cá habitam criaturas selvagens e reles, que ademais possuem, dizem eles,
cultura, leis e tradições próprias.
Ora isso é excelente, possuírem cultura, leis e
tradições próprias, é óptimo para começarem uma nação, ora querendo ou
fazendo parte de uma Nação já existente, com uma Constituição, à qual
ninguém liga, com Leis, às quais todos se esforçam por desobedecer, a
tal cultura, leis e tradições próprias, tem de ficar só para casa, na
rua as Leis são as que regem todos e tem de ser cumpridas.
Parece pois que em Portugal, existe uma outra Nação
com cultura, leis e tradições próprias, que se está positivamente a
cagar para o cumprimento da Lei e das regras da convivência social, a
que todos os outros se encontram obrigados, estando tão somente
interessados em estar neste país na imediata proporção daquilo que lhe
possam sugar para viverem sem fazer nada. Parece então que existem
portugueses de primeira e de segunda. Ora se isto não é uma anedota, não
sei o que será.
Caso segundo. O futebol é a grande religião não
oficial de Portugal. Milhares de horas se gastam a discutir o “sexo dos
anjos” no futebol, com comentadores e comentadeiros, painéis e senhores
que fazem parte do painel, dirigentes e presidentes, jogadores e
contendores, adeptos, jornais, jornalistas e jornaleiros, pontua aqui um
denominador comum, a absoluta grunhice desta gentalha, que com poucas
excepções são um exemplo acabado do rebotalho medíocre que somos
enquanto sociedade.
Ora acontece que figurinhas tão ocas e medíocres como
seja um qualquer presidente de clube de empurra bolas, vem às
televisões e debita impropérios, colocando em causa um Estado e um país,
e nada se passa, porque Portugal é efectivamente uma anedota de país,
porque num outro qualquer Estado onde a decência e as valores da
honestidade e ética fossem valorados este tipo de criaturas era
imediatamente detido, aqui na anedota chamada Portugal, “no pasa nada”
Daí eu acreditar que não precisamos de Assembleia da
Republica, de Governos, centrais nem locais para nada, assim como assim,
dá igual, assim como assim quem manda é o futebol, logo bastar-nos-ia
uma espécie de Federação de clubes para governar isto tudo,
provavelmente até fariam melhor figura que as actuais instituições.
Daí eu acreditar que somos um país de anedota, para o
provar, enquanto escrevo isto acabo de saber que desapareceu um
computador pertença de um inspector do Ambiente com dados sobre o caso
obsceno da poluição do Tejo, ora se isto não mesmo uma anedota, não sei o
que mais possa ser.
Um abraço. deste vosso amigo
Barão da Tróia
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