Com muito pena
minha, vivo num país de bois mansos, de bois capados. Incapazes de reagir
aquilo que interessa, ainda agora alguém encolhia os ombros porque foi ao
centro de saúde e não há médico. E a quase tudo reagem assim, encolhem os
ombros resignados e lá vão embebedar-se e bater nas mulheres.
E são já quarenta,
este ano, que ainda não acabou, as mulheres assassinadas às mãos destes bois
mansos capados e beberrões. Aliás este povinho de heróis bovinos, parece apenas
ser capaz e ter competências para espancar e brutalizar, velhos, mulheres e
crianças.
Somos uma sociedade
de bois capados, mansos, mesmo muito mansos, que só parecem ser corajosos quando
se trata de maltratar, abusar, torturar e assassinar, velhos mulheres e
crianças. Para todo o resto são apenas uma massa amorfa de imbecis cujas
erupções de violência aparecem essencialmente no contexto de desafios de
futebol, trânsito ou nas tascas nocturnas e diurnas, os bois capados vão
ruminar o fel e empanturrar a pança de álcool, em orgias de bebedeira que
depois os capacita para as mais desvairadas imbecilidades.
Muitos destes
inúteis bois capados, perfeitos casos de doença mental, deveriam estar
afastados da sociedade dada a sua completa inutilidade, no entanto este
rebotalho anda por aí à solta, muitos deles, nossos conhecidos, muitas vezes
até tidos como “gajos porreiros”, mas que em casa são os carrascos de um
inferno que poucos de nós se atreve sequer a imaginar, onde as lágrimas e a
humilhação são o condimento principal daqueles que rodeiam o boi manso.
Por estas e por
outras tão ou mais graves é que somos este país de merda, onde a violência
doméstica exercida sobre os mais frágeis e indefesos, continua a ser uma
questão primordial, um país em que algumas castas insistem em ter leis próprias
que perpetuam o abuso, a degradação dos direitos humanos e a mais abjecta das
humilhações tudo sancionado por ditames culturais trogloditas, e a tudo isto os
bois capados assistem, impávidos, serenos, intrinsecamente mansos.
Não há violência
doméstica, não ao abuso, não há cultura do “pater famílias” que induz ao
regabofe de violência que temos neste paraíso de energúmenos, não há ditadura
de violência exercida contras os fracos e desprotegidos, não há cultura do boi
capado, não a esta sociedade de bois capados, incapazes e amorfos, porra, NÃO!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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