Comemorou-se mais um dia 5 de Outubro, que como
deveríeis saber, foi o dia em que Portugal viu nascer isto; a República. Viva a
República!
E entre brilharetes, foguetes e beberetes, as
figurinhas desta coisa, a República, a guarda em parada e Sua
Excelência o Presidente disto, da República, muito
divertidinho a puxar o cordel da bandeira, desta vez pelo menos acertaram com
aquilo e não fizeram figura patética como da última vez, em suma, viva isto, a
República!
E a coisa até teria passado mais ou menos incólume,
dado que a grande maioria da macacada nacional, nem sequer sabe o que é uma
República, quanto mais quando foi proclamada e agora que lhe tiraram o
feriadito menos ainda se ralam com “politiquices”. Mas, e há sempre um “mas”,
Sua Excelência o senhor Presidente desta coisa, a República, decidiu mais uma
vez abrir a boca, desta vez não para cuspir migalhas de bolo-rei, mas como é já
seu hábito para dizer barbaridades, especialidade e que é exímio.
Não sei quem escreve os discursos de Sua Excelência,
se o próprio se algum ou alguns dos seus numerosos, perguntamo-nos para que
servem, assessores, no entanto uma coisa se nota, quem escreve aquelas coisas
deve estar possuído ou tolhido mentalmente por algum tipo de substâncias,
legais ou ilegais, apenas um exame toxicológico permitirá aferir dessa
qualidade, isto tendo em conta as coisas que constam desses discursos.
E desta vez, Sua Excelência o Presidente deste
imbróglio, a República, surpreendeu mais uma vez, com um conteúdo ímpar, onde
com a proverbial subtileza que se lhe reconhece, não se fartou de arengar sobre
o divórcio entre o cidadão comum e a politica e os seus principais actores.
Mais uma vez, lá vieram os tais alertas, que nunca o são, porque Sua
Excelência, no que diz respeito aos interesses reais do país, tem o tempo de
reacção de um caracol, sendo sempre ultrapassado por tudo e por todos.
Há muito que a população se divorciou da política, há
muito que este sistema caduco e estafado deixou de fazer sentido, há muito que
alguns de nós, os poucos atentos a estas coisas clamamos por mudanças
efectivas, que o grosso da politiqueira classe faz de conta que não vê e que o
grosso desta sociedade de vermes incapazes não quer nem saber, ouvir isto num
discurso presidencial, agora, é penoso, é patético e é aviltante.
Ademais que sendo Sua Excelência, quem é, um dos mais
vetustos representantes dessa classe politiqueira miseranda e de questionável
competência, venha agora encenar num discurso a distanciação que nunca teve,
foi mesmo muito penoso escutar as palavras de Sua Excelência, referindo-se aos
colegas, como se ele fosse de outra classe e não fosse dessa mesma igualha,
curta memória tem Sua Excelência o primeiro e maior grande culpado do estado de
miséria que isto, a República atingiu.
Há muito que Sua Excelência se deveria ter coibido de
fazer discursos ocos, há muito que Sua Excelência deveria ter ganho algum pejo
e recato, pois quem como Sua Excelência se viu enredado nas teias da SLN, do
BPN e do BES, deveria ter mais siso e tento na língua, mas Sua Excelência ao
invés insiste em tornar-se a mais triste figura desta coisa, a República.
Nota: A propósito disto ouvi o senhor Miguel Sousa
Tavares e também um editorial no DN exaltarem a coragem de Sua Excelência por
ter referido de novo a falácia da má remuneração dos políticos.
Ao repisar esta velha questão dos políticos serem mal
pagos, logo a política só atrair o rebotalho, é também um atestado de negação
de qualidade do próprio e de todos os que ocupam cargos políticos, mas esta é
uma falsa questão, é vergonhosamente mentirosa, os políticos são regiamente
pagos, são até bem pagos demais dado o país que temos, quando tivermos um
ordenado mínimo de mil Euros talvez seja de considerar aumentar os políticos,
que na realidade através de muitas artimanhas artificiosas se aumentaram
sempre, por enquanto dizer que os políticos são mal pagos é mentir
descaradamente e é sobretudo gozar com a cara de todos os pobres diabos que se
arrastam por 500 Euros por mês.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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