quinta-feira, outubro 16, 2014

Viva a República



Comemorou-se mais um dia 5 de Outubro, que como deveríeis saber, foi o dia em que Portugal viu nascer isto; a República. Viva a República!
E entre brilharetes, foguetes e beberetes, as figurinhas desta coisa, a República, a guarda em parada e Sua Excelência o Presidente disto, da República, muito divertidinho a puxar o cordel da bandeira, desta vez pelo menos acertaram com aquilo e não fizeram figura patética como da última vez, em suma, viva isto, a República!
E a coisa até teria passado mais ou menos incólume, dado que a grande maioria da macacada nacional, nem sequer sabe o que é uma República, quanto mais quando foi proclamada e agora que lhe tiraram o feriadito menos ainda se ralam com “politiquices”. Mas, e há sempre um “mas”, Sua Excelência o senhor Presidente desta coisa, a República, decidiu mais uma vez abrir a boca, desta vez não para cuspir migalhas de bolo-rei, mas como é já seu hábito para dizer barbaridades, especialidade e que é exímio.
Não sei quem escreve os discursos de Sua Excelência, se o próprio se algum ou alguns dos seus numerosos, perguntamo-nos para que servem, assessores, no entanto uma coisa se nota, quem escreve aquelas coisas deve estar possuído ou tolhido mentalmente por algum tipo de substâncias, legais ou ilegais, apenas um exame toxicológico permitirá aferir dessa qualidade, isto tendo em conta as coisas que constam desses discursos.
E desta vez, Sua Excelência o Presidente deste imbróglio, a República, surpreendeu mais uma vez, com um conteúdo ímpar, onde com a proverbial subtileza que se lhe reconhece, não se fartou de arengar sobre o divórcio entre o cidadão comum e a politica e os seus principais actores. Mais uma vez, lá vieram os tais alertas, que nunca o são, porque Sua Excelência, no que diz respeito aos interesses reais do país, tem o tempo de reacção de um caracol, sendo sempre ultrapassado por tudo e por todos.
Há muito que a população se divorciou da política, há muito que este sistema caduco e estafado deixou de fazer sentido, há muito que alguns de nós, os poucos atentos a estas coisas clamamos por mudanças efectivas, que o grosso da politiqueira classe faz de conta que não vê e que o grosso desta sociedade de vermes incapazes não quer nem saber, ouvir isto num discurso presidencial, agora, é penoso, é patético e é aviltante.
Ademais que sendo Sua Excelência, quem é, um dos mais vetustos representantes dessa classe politiqueira miseranda e de questionável competência, venha agora encenar num discurso a distanciação que nunca teve, foi mesmo muito penoso escutar as palavras de Sua Excelência, referindo-se aos colegas, como se ele fosse de outra classe e não fosse dessa mesma igualha, curta memória tem Sua Excelência o primeiro e maior grande culpado do estado de miséria que isto, a República atingiu. 
Há muito que Sua Excelência se deveria ter coibido de fazer discursos ocos, há muito que Sua Excelência deveria ter ganho algum pejo e recato, pois quem como Sua Excelência se viu enredado nas teias da SLN, do BPN e do BES, deveria ter mais siso e tento na língua, mas Sua Excelência ao invés insiste em tornar-se a mais triste figura desta coisa, a República.

Nota: A propósito disto ouvi o senhor Miguel Sousa Tavares e também um editorial no DN exaltarem a coragem de Sua Excelência por ter referido de novo a falácia da má remuneração dos políticos.
Ao repisar esta velha questão dos políticos serem mal pagos, logo a política só atrair o rebotalho, é também um atestado de negação de qualidade do próprio e de todos os que ocupam cargos políticos, mas esta é uma falsa questão, é vergonhosamente mentirosa, os políticos são regiamente pagos, são até bem pagos demais dado o país que temos, quando tivermos um ordenado mínimo de mil Euros talvez seja de considerar aumentar os políticos, que na realidade através de muitas artimanhas artificiosas se aumentaram sempre, por enquanto dizer que os políticos são mal pagos é mentir descaradamente e é sobretudo gozar com a cara de todos os pobres diabos que se arrastam por 500 Euros por mês.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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