quinta-feira, outubro 16, 2014

Bustos, embustes e embusteiros



Gosto muito desta nova maneira de fazer história. O revisionismo, de esquerda e de direita é das mais interessantes apropriações da memória que temos neste novo século de imbecilidade colectiva.
Andamos ali a percorrer as cronologias e as personagens, cortando aqui e além aquilo que nos parece menos bem, tal como um editor, corta um filme e o vai montando a partir de pedaços, corta aqui acrescenta acolá e mostra aquilo que quer.
Numa brilhante demonstração, do muito trabalho e das muitas preocupações que existem na Assembleia da República os eternos fracassos políticos PCP, BE e PEV exigiram, a suspensão de uma exposição de bustos dos presidentes da República patente no andar nobre da Assembleia da República por considerarem que branqueia o significado histórico e político do Estado Novo, ora ao que parece, nessa exposição de bustos estão todos os que ocuparam aquele cargo, independentemente de se éramos ou não uma Democracia, coisa que a rapaziada do esquerdelho não encaixa.
A isto chama-se revisionismo, para não lhe chamar outra coisa ainda pior e menos simpática. Ora pela lógica do PCP e do BE, desde o Afonso Henriques até Carlos I, seria tudo retirado dado que não se vivia numa Democracia, ora vão às malvas com argumentos cretinos. Não terão mais em que empenhar o seu tempo e o dinheiro dos contribuintes?
A História é a História, é aquilo que é. Admite ser investigada, questionada, interpretada e por vezes alterada quando provas existam que fundamentem essa nova leitura, não admite nunca ser revista de acordo com interesses e ou ideologias, apesar disso estar na moda.
E muito mal fica a organizações políticas que se dizem guardiãs insofismáveis das liberdades, exercer pressões que levam precisamente ao oposto daquilo que defendem. Os santos e os monstros fazem parte da História deste Mundo, esconde-los seja lá porque motivo for, como descobriu a Alemanha, onde passaram uma esponja sobre passado Nazi do país, e onde voltaram a surgir muitos movimentos de jovens que perfilham essas ideologias passadistas.
Esconder é quase sempre mau, desperta a curiosidade e leva a interpretações e pior a apropriações que criam mitos que depois são difíceis de combater, o PCP mais que ninguém devia saber isso, ao invés de propor e gastar tempo com tal atitude, deveria antes saudar a exposição, salientando que é a Democracia que justamente a proporciona, porque certo e sabido, vivêssemos nós ainda sob algum jugo ditatorial idêntico ao que vivemos até 1974, dificilmente teríamos uma exposição desse tipo e muito menos existiria um partido político chamado PCP. Tenham juízo!

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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