Gosto muito desta nova maneira de fazer história. O
revisionismo, de esquerda e de direita é das mais interessantes apropriações da
memória que temos neste novo século de imbecilidade colectiva.
Andamos ali a percorrer as cronologias e as
personagens, cortando aqui e além aquilo que nos parece menos bem, tal como um
editor, corta um filme e o vai montando a partir de pedaços, corta aqui
acrescenta acolá e mostra aquilo que quer.
Numa brilhante demonstração, do muito trabalho e das
muitas preocupações que existem na Assembleia da República os eternos fracassos
políticos PCP, BE e PEV exigiram, a suspensão de uma exposição de bustos dos
presidentes da República patente no andar nobre da Assembleia da República por
considerarem que branqueia o significado histórico e político do Estado Novo,
ora ao que parece, nessa exposição de bustos estão todos os que ocuparam aquele
cargo, independentemente de se éramos ou não uma Democracia, coisa que a
rapaziada do esquerdelho não encaixa.
A isto chama-se revisionismo, para não lhe chamar
outra coisa ainda pior e menos simpática. Ora pela lógica do PCP e do BE, desde
o Afonso Henriques até Carlos I, seria tudo retirado dado que não se vivia numa
Democracia, ora vão às malvas com argumentos cretinos. Não terão mais em que
empenhar o seu tempo e o dinheiro dos contribuintes?
A História é a História, é aquilo que é. Admite ser
investigada, questionada, interpretada e por vezes alterada quando provas
existam que fundamentem essa nova leitura, não admite nunca ser revista de
acordo com interesses e ou ideologias, apesar disso estar na moda.
E muito mal fica a organizações políticas que se
dizem guardiãs insofismáveis das liberdades, exercer pressões que levam
precisamente ao oposto daquilo que defendem. Os santos e os monstros fazem
parte da História deste Mundo, esconde-los seja lá porque motivo for, como
descobriu a Alemanha, onde passaram uma esponja sobre passado Nazi do país, e
onde voltaram a surgir muitos movimentos de jovens que perfilham essas
ideologias passadistas.
Esconder é quase sempre mau, desperta a curiosidade e
leva a interpretações e pior a apropriações que criam mitos que depois são
difíceis de combater, o PCP mais que ninguém devia saber isso, ao invés de
propor e gastar tempo com tal atitude, deveria antes saudar a exposição,
salientando que é a Democracia que justamente a proporciona, porque certo e sabido,
vivêssemos nós ainda sob algum jugo ditatorial idêntico ao que vivemos até
1974, dificilmente teríamos uma exposição desse tipo e muito menos existiria um
partido político chamado PCP. Tenham juízo!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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