quarta-feira, maio 18, 2011

Novas Oportunidades

Esta recente polémica, das “ Novas Oportunidades”, levantada pelo afã das campanhas politiqueiras, levantou uma questão interessante, que é saber se essa coisa chamada Novas Oportunidades é realmente eficaz para produzir cidadãos com padrões mais elevados, padrões académicos, culturais e de cidadania. Ao invés de apenas servir para a patética estatística que tem sido o apanágio da Educação lusitana dos últimos 5 ou 6 anos.
Pois temo bem que as Novas Oportunidades sejam antes uma nova oportunidade perdida, para educar e elevar os padrões culturais e civilizacionais desta maralha de analfabetos impenitentes. A Educação em Portugal é mera operação estatística, rendilhada com continhas de merceeiro de aldeia, onde o interesse é “burrificar”, o já propenso à “burridade”, cidadão nacional, até porque estupidificar a populaça é muito mais barato que educar, logo as Novas Oportunidades, vieram a calhar.
O programa Novas Oportunidades, como devem saber, não é invenção nossa, existem noutros países programas similares, mas com currículos formais, muito exigentes, a Austrália é disso um bom exemplo. Por cá como o desígnio é a mera estatística, a coisa descambou, para um repositório de tudo o que é mau em Portugal, uma corja de madraços, que às três pancadas, arranjou o 9º Ano ou o 12º, um verdadeiro atentado para quem teve de suar as estopinhas agarrado aos canhenhos.
E foi o fartar vilanagem de novas oportunidades, ciganada que em troca da chantagem do rendimento mínimo, essa brilhante invenção, lá ia quando lhes apetecia frequentar as aulas, escumalha variada, do ladrãozeco pilha galinhas ao agarrado, que a troco da chantagem de um qualquer subsídio, lá se via na contingência de ir aturar aquela seca, pessoal desempregado, que para manter o subsídio de desemprego lá tinha de ir para as formações e uma percentagem mínima de pessoas que verdadeiramente iam à procura daquilo que as Novas Oportunidades prometiam, e foi este o grosso do efectivo arrebanhado a eito para ir para as Novas Oportunidades e para a Formação Profissional.
Da minha experiência, ajudei algumas dezenas a fazer trabalhos, revi muitos trabalhos, porque os pobres diabos não tinham nem apetência, alguns, nem vontade, muitos, nem capacidade, poucos, para aquilo. Dessa experiência, acho que as Novas Oportunidades são uma vergonhosa falácia, não sei se os programas eram iguais em todo lado e se os graus de exigência eram os mesmos, por aqui, a experiência mostrou-me a patética operação estatística que tudo parecia ser, ainda assim com casos verdadeiros de empenho de algumas pessoas .
Resumindo o programa Novas Oportunidades, parece-me que foi uma oportunidade perdida, mais uma, de eficazmente elevar o nível académico e cultural de uma população que sofre disso mesmo, de falta de qualificação, no conceito original é uma ferramenta excelente, terá servido para muita gente, apesar disso uma ínfima parte do grosso do contingente, gente efectivamente empenhada e batalhadora, conseguir o objectivo de ter melhores bases académicas e aproveitar o programa, valha-nos isso, só não sei se o investimento, justifica esses parcos resultados, no entanto no geral o programa Novas Oportunidades, naquilo que pude constatar apenas serviu para complementar o incentivo geral à subsídiocracia e à sustentação dos vícios endémicos de certos tipos da populaça. Ainda assim mantenho que na génese e se bem elaborado, com critérios de exigência elevados e boa organização, esta é uma ferramenta que tem futuro.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

1 comentário:

O Gendarme disse...

Não posso estar mais de acordo com o teor do texto. Em lugar de se premear o mérito, tem-se promovido a cultura do laxismo.