Toda esta estória de fechos de tudo e mais alguma coisa, deixa-me triste e cada vez mais, reticente em relação a este nosso país. Fechar maternidades num interior já depauperado e sem estruturas que atraiam gentes, é para além de completamente estúpido, um crime. O actual executivo na sua insana e cega procura de poupar tostões, hipoteca o futuro deste país, com estes fechos imbecis.
Se a isto juntar-mos os centros de saúde, que fecham que reduzem o seu horário, e pasme-se até as morgues estão a fechar, depressa chegamos à conclusão de que este é um país a prazo, como a prazo andam 30 ou 40% dos trabalhadores desta terra. De tal modo está a prazo que corremos o risco de o ver fechado, imaginem alguém a querer entrar em Portugal e ver a placa “Fechado”. O interior agoniza lentamente asfixiado pelas diatribes e caprichos das laminárias de São Bento.
O modelo de desenvolvimento luso soçobra, o tempo do alcatrão&betão já passou, toda a gente já percebeu, os mais avisados de entre nós já perceberam também o que perdemos com esse modelo de desenvolvimento, perdemos muito, ganhamos muito pouco, iremos perder mais, enquanto persistir esta louca onda do fecho sem razão que seja a economicista.
Poupar, sem dúvida, mas nunca à custa dos que já pouco ou nada têm, como até aqui se fez. Quisesse este suposto governo “socialista”, verdadeiramente poupar, seria fácil consegui-lo, para além do mais colheriam votos da população, que apesar de serem na sua maioria uns patos atordoados, já vão pensando, já vão percebendo a rataria que são os políticos.
Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, tinha atempadamente cancelado os submarinos, aqueles que a nódoa que foi o Paulinho das Feiras, deixou de herança, que custarão facilmente 1 bilião de Euros a comprar e a manter. Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar cortaria nos carros de estado, nos motoristas nas secretarias e sub-secretarias, que para nada servem, já para não falar nos governos civis. Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, ordenaria uma redução e redimensionamento das Forças Armadas, teria de o fazer a bem da poupança.
Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, encerraria metade das embaixadas que existem, e não se justificam, acabaria com os privilégios irracionais dos administradores públicos, todas aquelas mordomias que ficariam bem num regime feudal, que é o que afinal somos, mas que não ficam bem porque são demasiado caras neste estado de direito, esta é pra rir. Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, reduziria o pessoal dos ministérios, reduziria o número de deputados, introduziria os círculos uninominais, exterminaria esse atentado que se chama Lei do Financiamento dos Partidos, que é das maiores vergonhas institucionais desta terra.
Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, faria com que os bancos pagassem sobre aquilo, que efectivamente ganham. Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, investigaria e poria em hasta pública, os bens de todos aqueles milhares de bons rapazes, que declarando ordenados iguais ao meu, conseguem casas nos condomínios fechados, carros de luxo, iates e demais bugigangas que esta malta gosta, os senhores advogados e empresários e engenheiros e médicos e arquitectos que por aí andam a laurear a pevide.
Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, incentivaria a produção e utilização de energias alternativas, reduzindo a dependência do petróleo, faria da batalha contra a poluição uma prioridade, reciclando obrigando a reciclar, acabando com a lenta agonia dos nossos rios e ribeiras, das nossas florestas e solos, mas faria isto de forma séria não como a palhaçada que foi até agora. Quisesse este suposto governo “socialista”, poupar, faria desenvolver o interior, não fecharia escolas nem maternidades, faria sim oposto, criaria pontos de desenvolvimento sustentado, que fixassem as populações e as mantivessem no interior a produzir riqueza a explorar o turismo e a conservar a natureza, isto se este suposto governo “socialista”, quisesse mesmo poupar.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
11 comentários:
Pá, parece que é suposto fechar aqui e abrir ali do outro lado da fronteira.
Modas!...
Eu acho mal fecharem as maternidades. Daqui a pouco temos de ir ter filhos só em Lisboa ou no Porto...
Mas já têm dinheiro para a conta do tlm
Mas eles não governam. Governam-se! Quem for honesto nunca chega ao topo. Depressa se irá cansar por remar contra a maré.
Mas amigo, eles nao querem poupar... eles querem que nós pouoemos para eles encherem os seus bolsos e dos compadres... e o pior vai ser quando começarem as obras po TGV que nada vai servir portugal... e o novo aeroporto...
abraço
Não se limitaram a fechar maternidades. Acabaram com as urgências na maior parte dos hospitais e centros de saúde e com especialidades, pouco depois de terem investido em instalações e equipamento. "Que país é este?" - faço minhas as palavras dos Legião Urbana.
Ai Barão, Barão...
os "ses" são tão lixados!!!
Dá vontade de meter umas bombas, não dá?
Acho que tu afirmas aquilo que eu penso mas não tenho coragem para dizer. Excelente texto, como sempre!
Há sempre a falta deequilibrio em algumas actuações.
beijo e boa semana
Não teremos poupança mas temos Simplex! E, visto de longe, o país ainda é mais "giro".
Beijos
Apoiado! e quem fala assim não é gago!
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