sexta-feira, junho 20, 2025

10 de quê?

 

Fonte da imagem: https://www.noticiasdecoimbra.pt/comemoracoes-do-10-de-junho-em-lagos-e-macau-presididas-por-lidia-jorge/

 

Fará sentido fazer do 10 de Junho a festarola pateta que hoje é? Pior, os discursos proferidos neste ano de 2025 a propósito dos eventos festivos comemorando essa data, foram, a meu ver, supimpamente patéticos.

A senhora escritora, ilustre que é, produziu uma grande peça literária, quanto à forma nada a objectar, confesso que gostei, bem escrito, escorreito e objectivo, já quanto ao conteúdo, aí já a porca torce o rabo, se a tónica sobre o grande Camões, me pareceu muito bem, apesar de a senhora escritora estar um pouco equivocada sobre as crianças das escolas e as escritas de Camões, a “mesquinha realidade” como disse a senhora escritora a certa altura do seu discurso, essa realidade é porém mui diferente daquela que esplana, na realidade os putos estão nas tintas para Camões que acham uma grande seca, não entendendo muitas das palavras ali usadas, os professores coitados veem-se e desejam-se para lhes enfiar pelo gorgomilo as redondilhas camonianas, mas andando.

A senhora escritora, produziu, com o seu discurso, uma dispensável aula de História, que claramente a ninguém aproveita, em especial aqueles a que se devia dirigir, ao Povo, tal não fez, dirigiu-se à elite, essa não precisa desse tipo de discurso, sabe-o de cor e salteado, e foge como o Diabo da cruz de o aplicar, a lenga-lenga sobre Sagres, Lagos, comércio da atlântico, achei particularmente pateta a referência a uns quantos “...raptados na Costa da Mauritânia…”, não que o tráfico negreiro não tenha sido, para os actuais padrões, algo de abjecto, mas ficar-lhe-ia bem, à senhora escritora, falar também dos muitos milhares de portugueses que os piratas norte africanos raptaram para alimentar os mercados esclavagistas do Norte de África, mas isso se calhar era capaz de ser chato, chatas foram também as alusões a Cervantes, Shakespeare e demais “historices” todas perfeitamente dispensáveis, pior, foi o “nós agora somos outros”, ora se isso é verdade que sentido fará então estarmos a comemorar o 10 de Junho, Camões e as comunidades portuguesas?

Igualmente o discurso de sua excelência o senhor Presidente da Republica soou um pouco a patetice, a dada altura declara Sua Excelência que “...não há quem possa dizer que é mais puro e mais português do que qualquer outro." Se no caso do “puro” concordo em absoluto, porque é minha convicção que um português racista, é apenas um estúpido ignorante que desconhece a enorme mescla de que somos produto, no que toca ao resto da frase “...mais português do que qualquer outro.", tenho muitas dúvidas, e tenho essas muitas dúvidas por muitos e variados exemplos que vou vendo, as mais das vezes a realidade desmente as intenções e os “nobres sentimentos”, basta por exemplo olharmos para os exemplos dos nossos emigrantes, muitos deles nascidos por esse Mundo fora, que são efectivamente muitas vezes mais portugueses do que alguns que nunca saíram de cá.

Resumindo, ambos os discursos ficaram aquém daquilo que eu esperava, o “somos”, o “fomos”, mais a restante verborreia passadista, com navegantes e navegações à mistura, parece aquela cassete daquele putativo partido da Esquerda que só tem vitórias e que continua a insistir nas cantigas do proletariado e tal e coiso, soaram a patetice.

Esperava algo mais na linha da necessidade de realmente construir um país, algo que nos escapa há 50 anos pelo menos, com imigrantes, emigrantes migrantes e mais o que se queira, mas com o máximo de equidade e respeito pela Lei, com informações assertivas sobre Direitos e Deveres, sem deixar margem para dúvidas aos cada vez mais “parasitas” que vivem do trabalho dos outros, esperava um discurso sobre uma Democracia forte onde cabem todos mas com regras claras onde quem prevarica deve ser punido com severidade, para conseguirmos construir um país digno desse nome ao invés desta gaiola de malucas, deste Reino do disparate e do faz de conta que hoje somos, infelizmente ficaram curtos os discursos, demasiado arrastados presos a passadismos, a líricas camonianas e a delírios de habitantes de uma bolha que não é o Portugal que nós o Zé Povinho bem conhecemos ou antes que cada vez mais desconhecemos, não sei se vos assalta esta sensação, mas cada vez mais me sinto estrangeiro no meu próprio país, por isso ao invés de discursos patéticos e patetas, esta gentalha politiqueira deveria estar era a tentar ouvir as pessoas para tentar perceber como é que chegámos a esta miséria moral e a este despertar de extremismos bacocos.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

 

 

sexta-feira, maio 30, 2025

E agora...

 


Fomos a eleições, o resultado no dizer de alguns foi uma catástrofe, isto faltando ainda à data em que escrevo este artigo, apurar os 4 mandatos do circulo da Europa. Nada que qualquer um de nós, mais avisado, não estivesse à espera. Era óbvio que iríamos assistir a uma queda da Esquerda, partidos gastos e rotos, arrogantes e surdos, com discursos estafados, ao serviço de agendas que pouco dizem aos eleitores propiciaram esta, no dizer de alguns, hecatombe, não esquecer que novamente o maior partido foi a abstenção com uma percentagem a rondar os 36% .

Nas últimas duas décadas, o PS, o PCP o BE e a restante maralha das Esquerdas, esqueceu-se de ouvir os eleitores, não que a Direita tenha feito um melhor trabalho no que ao ouvir concerne, não fez, mas neste particular momento que atravessamos, prenhe de incertezas, o eleitorado, virou-se para aqueles que lhes parecem mais “atinados”.

O PCP mais o BE, quase desaparecem, da Esquerda o único óbvio vencedor é o Livre, talvez pela coerência com mais siso do discurso, depois de ter dado, anteriormente, tiros em ambos os pés com a eleição de uma deputado que se revelou uma pessoa carregada de ódio e promotora de um racismo primário, o Livre, desta vez corrigiu o rumo, moderou-se e deu-se bem.

No que à Direita concerne, o mais que óbvio vencedor é o Chega, quanto a isso nada a obstar é a Democracia. Quanto à AD, Montenegro vence, mas é um perdedor absoluto, e porque afirmo tal coisa, simples, em 1975, o PPD de Carneiro arrecada sozinho 81 mandatos com menos 400 mil votos que Montenegro, um excelente resultado tendo em conta que estávamos em 1975, em 2025, Montenegro coligado com o cadáver político do CDS, obtém apenas 86 mandatos, chama-se a isto uma vitória pirríca, para não dizer outra coisa.

E porque é que aqui chegámos. Pessoalmente é minha convicção que chegámos a este momento complicado, mercê, de uma terrível falta de capacidade de ouvir as pessoas, de uma inaudita arrogância e falta de empatia com os eleitores, por parte essencialmente, mas não só, da Esquerda. No seu quotidiano ss pessoas veem-se a braços com questões simples, que a Esquerda nunca explicou, nem sequer tentou, das coisas mais simples, como explicar, por exemplo, porque é que os nossos filhos, netos e os jovens em geral têm de sair do país em que nasceram para poderem ter uma vida, tendo Portugal necessidade de importar gente, sem qualificações, de outros países.

Ou ainda porque é que os jovens portugueses, trabalham na agricultura, na indústria e na construção civil no estrangeiro e aqui não o fazem, porquê? Que mistério é este que faz com que mais de 2000 médicos saiam do país.

Como explicar a quem trabalhou uma vida inteira e recebe uns míseros 300 Euros de pensão de reforma, que o vizinho que nunca trabalhou e que diz que é de uma suposta etnia recebe 400.

Estas questões podem parecer comezinhas, podem parecer minudências, nada importantes portanto, isto no modo de pensar e actuar dessa Esquerda arrogante, que sempre desvalorizou e menosprezou estas questões, no entanto menosprezar quem vota pode ser um muito mau passo, como efectivamente se revelou, não governar para as pessoas ou antes governar sem as ouvir atentamente sem perceber as suas sensibilidades, anseios, medos, idiossincrasias e até manias, não tentando posteriormente enfrentar e tratar dessas expectativas de um modo assertivo e simples dá sempre maus resultados, os políticos portugueses mais as instituições de Portugal comunicam muito mal, estas eleições legislativas no que toca aos resultados confirmam-no plenamente.

A Esquerda perde clamorosamente mercê dela própria, mas não só, a Direita dita “tradicional” também não sai muito bem, ambas são responsáveis pelos tais “monstros”, dos quais agora se queixam, não esquecer que todos juntos os tais “monstros” somam cerca de um milhão e meio de votos, e não creio que esses “monstros” desapareçam, pior, a arrogância de personagens como a senhora Mortágua, entre outros patéticos exemplos das gentes de Esquerda, só contribui para que os fanatismos xenófobos e racistas cresçam, há que ter humildade, e se necessário inverter rumos, ter bom senso e sentido de Estado, algo que há muito anda arredado da maioria destas personagens politiqueiras que infelizmente nos calharam em sorte.

Resumindo, os partidelhos racistas, xenófobos e por aí adiante, são fenómenos que devem a sua existência essencialmente a uma Esquerda que se esqueceu de o ser e a uma Direita que se vendeu, ambas as sensibilidades foram nestes últimos 50 anos incapazes de dar segurança, instilar confiança além de promover o patriotismo saudável a um povo cada vez mais inquieto, que vê diariamente as instituições basilares a ruir sem que ninguém perca um segundo a explicar porque é que tal caos sucede, um povo que se sente abandonado, e foi esse povo vítima da arrogância surda das Esquerdas e da inépcia criminosa das Direitas que incapaz de fazer ouvir a sua voz, optou por um voto de protesto, espero que não seja tarde e que Esquerda e Direita aprendam.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

sexta-feira, maio 23, 2025

O Funcionário Público

 


 

Não é de todo fácil definir o que é um “Funcionário Público”, a maralha ignara e invejosa, que não pertence à Função Pública, tem por hábito invectivar de forma depreciativa – ah, os funcionários públicos – como se essa massa de gente, essa imensa serpente nervosa de sensibilidades, gostos e personalidades, fosse uma massa única que se movesse num movimento uníssono sempre que tocasse a rebate, infelizmente não.

O “Funcionário Público” é muita coisa, são várias realidades, as sensibilidades, as carreiras, as aspirações, as agendas e as dependências orgânicas. Militares, calceteiros, polícias, juízes, jardineiros médicos, professores, enfermeiros, pertencentes a ministérios, direcções disto a institutos daquilo ou observatórios daqueloutro, pertencentes a autarquias e ou juntas de freguesia a realidade do tal “Funcionário Público” é portanto muito complexa.

Pessoalmente, para vos enquadrar, vegeto pelo funcionalismo público há um pouco mais de 3 décadas, já passei pelos militares, pelos ministérios, pelos municípios e pelas juntas, ainda assim as realidades que conheço não abarcam todas as singularidades daquilo que significa ser “Funcionário Público”, no entanto as tais 3 décadas de experiência que possuo e o muito cogitar, permitem-me ter algumas convicções, por exemplo.

De todas essas realidades que conheço, os funcionários das autarquias são os mais “mansos”, conheço a realidade de várias autarquias, os funcionários das autarquias das terreolas pequenas, são ainda mais “mansos”, são geralmente uma corja de carneiros seguidistas, de sabujos medíocres e de imbecis, isto sem prejuízo da muita e boa gente que trabalha nos municípios e que consegue colmatar muitas vezes as falhas da escumalha politiqueira que são uma corja de bradar aos céus, muitos nem sequer conseguem perceber o que implica ser funcionário, transformando as instituições em verdadeiras anedotas, em gaiolas de malucas, culpa principalmente, mas não exclusivamente, desses funcionários, falhos que são de tino.

Mais, a realidade da proximidade entre funcionário e o eleito, entre eleito/dirigente e eleitor/funcionário, faz com que o polvo dos compadrios corruptos mais se desenvolva nas autarquias, do que no resto das instituições da Administração Pública, claro está sem prejuízo da endémica corrupção que assola transversalmente todas as instituições nacionais sejam públicas e ou privadas, ela é ainda mais visível no seio das autarquias dado que a prepotência e muitas vezes a incapacidade além da falta clara de competência dos detentores dos cargos políticos promovem a mansidão lacustre dos funcionários, divididos entre uma “corte” que vive apenas com o designado propósito de obsequiar os poderosos locais, de lamber cus para assim obter dividendos, promoções e benefícios directos e ou indirectos, sim, eu bem sei que existe uma coisa chamada SIADAP (1) que supostamente serve para avaliar a qualidade dos funcionários, no entanto o dito SIADAP serve apenas para promover os sabujos lambe cus, servindo só de quando em vez, de longe em longe para realmente premiar pessoas com verdadeiro mérito e capacidade, mas essa é uma ocorrência rara, daí os funcionários das autarquias serem tão propensos à mansidão subserviente.

É assim meus caros, vós tendes essencialmente os funcionários que pagais, esta é a minha convicção das coisas, sois livres de discordar, tanto se me dá, até porque a corja de sabujos lambe cus continuará a fazer gato sapato de tudo quanto é ética, decência e verticalidade, tudo claro está promovido pela corja politiqueira que levou muito a peito o conselho do pai do grande Alexandre, “Divide et impera”.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

1 https://diariodarepublica.pt/dr/legislacao-consolidada/lei/2007-34446375

segunda-feira, maio 12, 2025

À sombra de uma azinheira…

 

Fonte da imagem: https://biodiversidade.com.pt/biogaleria/azinheira/

 


 

De hoje a uns quantos dias, lá vamos nós, os que ainda votam, dirigir-se às mesas de voto para exercer o nosso democrático direito de eleger o próximo governo. Vou como já o faço desde que nos é permitido, votar em mobilidade, voto uma semana antes, porque detesto o dia das eleições mais aquele cortejo de abutres maltrapilhos que sempre encontramos pespegados à porta perfilados para uma espécie de beija-mão, à qual a carneirada anuiu com gosto, pessoalmente abomino essa imagem de feudalismo bafiento.

Falando em imagens, se me fosse pedido que escolhesse uma imagem que ilustre o próximo acto eleitoral a imagem que eu sem qualquer dúvida escolheria seria a de um vagabundo remexendo num caixote de lixo à procura, por entre os detestáveis detritos, de uma qualquer porcaria que ainda sirva para alguma coisa.

É realmente muito triste que veja a coisa neste preparo, o acto democrático de votar deveria ser algo alegre, algo que nos enchesse de orgulho, por participarmos, o melhor que podemos e sabemos na vida do nosso país, para mim, infelizmente, votar tornou-se um dever penoso, uma seca que deprecio cada vez mais.

E a causa dessa triste melancolia que quase dá vómitos, é tão somente o estado de miserável degradação a que este país, na minha perspectiva, chegou. Uma degradação pavorosa, que leva a uma falta de qualidade incrível da gente politiqueira de hoje, olhe-se para a Esquerda ou olhe-se para a Direita o mais que se perfila é rebotalho, trapagem, gentalha medíocre sem réstia de qualidade, isso faz com que ir votar me seja atrozmente difícil, mas vou. Sempre.

Neste actual estado de miséria, escolher num partido onde votar pode ser um exercício penoso e demorado, excepto no caso daqueles que pertencem ao grupo e ou estão grandemente afectados por “partidarite”, nestes últimos casos o problema está resolvido, mesmo que o partido pelo qual nutrem militância e ou simpatia seja a pior das porcarias, quase ninguém muda o seu voto, quanto ao resto de nós, que não alinhados naquelas cáfilas partidárias, escolher um que nos “sirva” é muito difícil.

A dificuldade está no simples facto de que olhemos para o lado que olharmos só vemos, indigentes intelectuais, rebotalho mais gentalha medíocre, o mais que vemos são intrujões, aldrabões, trafulhas e medíocres, aliás a mediocridade parece ter tomado conta da classe política nacional, é ver a qualidade geral dos membros dos vários governos, dos deputados eleitos, dos presidentes de Câmara Municipal mais dos Vereadores e até a qualidade dos Presidentes de Junta, sem prejuízo da muita boa gente, gente com princípios, com ética e competente, que faz parte daquelas instituições, esses porém são uma minoria, o mais é rebotalho.

Ainda assim, no próximo dia 18 votem, participem, não deixem para outros uma escolha que deve ser vossa, cabe-nos expurgar este país do muito lixo que está acumulado na politiqueirice, votem em consciência cientes do valor das vossas escolhas individuais, mais que tudo não abdiquem da Democracia nem da Liberdade, são bens preciosos que estão em perigo, votem!

Um abraço, deste voss oamigo

Barão da Tróia

quarta-feira, abril 30, 2025

Apagão...

 

Fonte da imagem: https://www.publico.pt/2025/04/30/sociedade/noticia/apagao-geral-peninsula-iberica-terceiro-dia-procuramse-respostas-2131413

 

 

 

 

 

Aconteceu! Assistimos a algum pânico, felizmente coisa de pouca monta, ficámos sem luz, corremos a comprar água e enlatados, ralhámos, ficámos indispostos, no meu caso passei 6 horas no meu local de trabalho que é um serviço público nada essencial, a olhar para o tecto, - se calhar querias ir para casa – podem alguns de vós estar a pensar, por acaso queria, houvesse havido algum bom senso, mas enfim, nenhum mal ao Mundo veio, por ter ficado 6 horas a ver passar a banda, entretanto ao fim de umas valentes horas, lá veio a bem dita energia, houve palmas, gritaria regozijo e até foguetes, a coisa estava, por ora, resolvida, venham os especialistas comentadores mais as comissões de investigação.

Não me vou debater com as causas da ocorrência, faltam-me competências, não percebo patavina das negociatas das “electricidades”, curioso que quem nos governo está igual, no entanto algumas pistas nos foram sendo deixadas, a UE deixou-nos há uns tempos o conselho para fazermos um kit de sobrevivência para 72 horas1, em Fevereiro, o Secretário-geral da Nato, o senhor Mark Rutte tinha aconselhado os membros da União a “...prepararem-se para a guerra...2”, já em Dezembro o mesmo Mark Rutte, tinha afirmado que “...não estamos preparados para o que aí vem…3”, mas se nos lembrarmos no início do ano passado logo em Janeiro, o Almirante Rob Bauer, há altura chefe do comité militar da NATO, dizia “...preparem-se para tudo...4”.

Tendo em conta estas pistas que nos foram deixadas, tirem as conclusões que acharem por bem, claro que existem coincidências, que as mesmas fazem parte desta coisa que costumeiramente apelidados de “a Vida”, por conseguinte, as coisas são aquilo que são e há mais no mundo do que alcança a vista, como sói dizer-se.

Qualquer que tenham sido as causas, também não é disso que vos quero falar. Quero falar-vos antes da fragilidade, a imensa fragilidade que a realidade do “apagão” veio novamente revelar. Portugal, mostrou novamente que possui um sistema cheio de fragilidades, a porcaria do SIRESP, voltou a mostrar que é isso mesmo uma porcaria, uma muito dispendiosa porcaria, as políticas de redundância, como o “Black Start5”, cumpriram a função para a qual foram desenhadas, apesar de insuficientes, cumpriram.

Coisas tão simples como as gasolineiras terem geradores que possam assegurar o seu funcionamento em caso de falha de energia, é absolutamente patético. O desnorte comunicacional, por parte dos vários governantes, a que se assistiu após o retorno da energia é ainda mais alarmante, revela que aquela gente, ficou quase tão perdida como nós todos os simples cidadãos, tal não deveria acontecer, mas é a triste realidade.

Concluindo que longa vai a arenga, o tal Apagão, mostrou novamente que a Europa tem pés de barro e que Portugal nem sequer tem pés, sem prejuízo de muita coisa até ter funcionado, algumas mais pelo espírito do “desenrasca” nacional do que pela existência de políticas concretas desenhadas pela horda politiqueira, essa corja de ineptos, que sem pejo logo que pode apareceu pelas televisões a tecer loas a si mesmos, parabéns aos Portugueses que revelaram resiliência e não se deixaram afectar pelo pânico, que isso sim teria sido o pior dos cenários, felizmente em Portugal, que se saiba, não existiram vitímas provocadas por esta ocorrência. Se querem um conselho, façam mesmo um kit de sobrevivência, é investimento, esperemos que nunca seja preciso…

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

quarta-feira, abril 16, 2025

“Montenegrizar”, é preciso?

 

Fonte da imagem: https://www.noticiasdecoimbra.pt/luis-montenegro-lembra-que-liberdade-de-informar-e-pilar-fundamental-da-democracia/

 

O actual habitante das catacumbas do Poder, sentado que está, temporariamente no conforto da sua primeiro ministrança, ainda que caído, aspira no entanto a recuperar as rédeas do Poder desenfreado, brindou-nos recentemente com uma das suas já afamadas pérolas, não bastavam as suas usuais calinadas e atropelos ao luso linguarejar, deve ser discípulo da mesma alma mater do Relvas, o bom do senhor Montenegro, lembrou-se agora de declarar numa entrevista, e cito “... numa certa "montenegrização do pensamento político dos partidos da oposição", referindo como exemplos os temas da segurança, imigração, economia, política fiscal e carreiras da administração pública.”1

Por outras palavras, o palavroso, ainda que dado à calinada, senhor Montenegro, cheio de si mesmo, acredita, perigoso delírio talvez, que os restantes politiqueiros lhe estão a seguir as pegadas, sendo ele, senhor Montenegro, o farol luminoso que aponta a via certa ao rebanho tresmalhado, fazendo dele, senhor Montenegro, o Querido e Grandioso Líder nacional, que aponta o rumo correcto para que este Portugal, quiça perplexo e desatinado, singre e vença as borrascas e malagueiros que se avizinham, o homem está cheio de moral, a psicologia é capaz de explicar isto.

Não tardaram pois, os indivíduos maliciosos e mal intencionados, da oposição está claro de se ver, a zurzir no pobre senhor Montenegro, incorrectamente, é minha convicção. O homem, senhor Montenegro, está coberto de razão, Portugal está efectivamente à beira de uma “montenegrização” galopante.

Passo a explicar, o Montenegro, país ali para os lados dos Balcãs, pertencente à antiga Juguslávia, é um daqueles sítios que como sói dizer-se “...todos ralham e ninguém tem razão”. É um local conhecido pela constante confusão, etnicamente efervescente, famosos são os bandidos montenegrinos, além da quase eterna instabilidade, desacatos e guerras que pontuam a História do Montenegro, o país, esclareça-se. Daí que há uns anos alguém dizia que os Balcãs corriam o risco de se “montenegrizar”, ou seja, tornarem-se uma ainda maior e mais disparatada confusão do que aquilo que já são, uma terra de doidivanas alucinados, de trauliteiros, de peixeirada e trapalhadas constantes, já estão a perceber, não estão?

Claro que sim, tenho os meus caros leitores por pessoas de fino recorte e maior inteligência, “montenegrizar” é na verdade, tornar Portugal uma ainda maior cloaca, um Estado falhado, que há muito que é, onde anda quase tudo ao Deus dará a fazer de conta, é por isso que acredito que o senhor Primeiro-ministro cessante, senhor Montenegro, tem toda a razão, Portugal está em plena e galopante “montenegrização”.

Coloco então a questão, “montenegrizar”, é preciso? Acredito que não. Estamos já há muito a fazer um excelente trabalho, bem antes da chegada do senhor Montenegro, para alcançarmos a completa “montenegrização” deste país, que nos irá transformar num ainda maior caixote do lixo da Europa, seremos, como já quase somos a lixeira da Península e seguramente iremos alcançar esse estatuto na Europa, a mais completa e medíocre cloaca europeia, capaz de ombrear com outros pardieiros à beira da implosão como sejam a França, a Suécia e mesma a Alemanha, tem portanto toda a razão o senhor Montenegro, vamos pois continuar a “montenegrização” de Portugal.

Um abraço, deste vosso amigo

1 https://www.noticiasaominuto.com/politica/2767882/da-montenegrizacao-da-politica-a-falha-ao-liberalismo-o-debate-ad-il