sexta-feira, maio 23, 2025

O Funcionário Público

 


 

Não é de todo fácil definir o que é um “Funcionário Público”, a maralha ignara e invejosa, que não pertence à Função Pública, tem por hábito invectivar de forma depreciativa – ah, os funcionários públicos – como se essa massa de gente, essa imensa serpente nervosa de sensibilidades, gostos e personalidades, fosse uma massa única que se movesse num movimento uníssono sempre que tocasse a rebate, infelizmente não.

O “Funcionário Público” é muita coisa, são várias realidades, as sensibilidades, as carreiras, as aspirações, as agendas e as dependências orgânicas. Militares, calceteiros, polícias, juízes, jardineiros médicos, professores, enfermeiros, pertencentes a ministérios, direcções disto a institutos daquilo ou observatórios daqueloutro, pertencentes a autarquias e ou juntas de freguesia a realidade do tal “Funcionário Público” é portanto muito complexa.

Pessoalmente, para vos enquadrar, vegeto pelo funcionalismo público há um pouco mais de 3 décadas, já passei pelos militares, pelos ministérios, pelos municípios e pelas juntas, ainda assim as realidades que conheço não abarcam todas as singularidades daquilo que significa ser “Funcionário Público”, no entanto as tais 3 décadas de experiência que possuo e o muito cogitar, permitem-me ter algumas convicções, por exemplo.

De todas essas realidades que conheço, os funcionários das autarquias são os mais “mansos”, conheço a realidade de várias autarquias, os funcionários das autarquias das terreolas pequenas, são ainda mais “mansos”, são geralmente uma corja de carneiros seguidistas, de sabujos medíocres e de imbecis, isto sem prejuízo da muita e boa gente que trabalha nos municípios e que consegue colmatar muitas vezes as falhas da escumalha politiqueira que são uma corja de bradar aos céus, muitos nem sequer conseguem perceber o que implica ser funcionário, transformando as instituições em verdadeiras anedotas, em gaiolas de malucas, culpa principalmente, mas não exclusivamente, desses funcionários, falhos que são de tino.

Mais, a realidade da proximidade entre funcionário e o eleito, entre eleito/dirigente e eleitor/funcionário, faz com que o polvo dos compadrios corruptos mais se desenvolva nas autarquias, do que no resto das instituições da Administração Pública, claro está sem prejuízo da endémica corrupção que assola transversalmente todas as instituições nacionais sejam públicas e ou privadas, ela é ainda mais visível no seio das autarquias dado que a prepotência e muitas vezes a incapacidade além da falta clara de competência dos detentores dos cargos políticos promovem a mansidão lacustre dos funcionários, divididos entre uma “corte” que vive apenas com o designado propósito de obsequiar os poderosos locais, de lamber cus para assim obter dividendos, promoções e benefícios directos e ou indirectos, sim, eu bem sei que existe uma coisa chamada SIADAP (1) que supostamente serve para avaliar a qualidade dos funcionários, no entanto o dito SIADAP serve apenas para promover os sabujos lambe cus, servindo só de quando em vez, de longe em longe para realmente premiar pessoas com verdadeiro mérito e capacidade, mas essa é uma ocorrência rara, daí os funcionários das autarquias serem tão propensos à mansidão subserviente.

É assim meus caros, vós tendes essencialmente os funcionários que pagais, esta é a minha convicção das coisas, sois livres de discordar, tanto se me dá, até porque a corja de sabujos lambe cus continuará a fazer gato sapato de tudo quanto é ética, decência e verticalidade, tudo claro está promovido pela corja politiqueira que levou muito a peito o conselho do pai do grande Alexandre, “Divide et impera”.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

1 https://diariodarepublica.pt/dr/legislacao-consolidada/lei/2007-34446375

segunda-feira, maio 12, 2025

À sombra de uma azinheira…

 

Fonte da imagem: https://biodiversidade.com.pt/biogaleria/azinheira/

 


 

De hoje a uns quantos dias, lá vamos nós, os que ainda votam, dirigir-se às mesas de voto para exercer o nosso democrático direito de eleger o próximo governo. Vou como já o faço desde que nos é permitido, votar em mobilidade, voto uma semana antes, porque detesto o dia das eleições mais aquele cortejo de abutres maltrapilhos que sempre encontramos pespegados à porta perfilados para uma espécie de beija-mão, à qual a carneirada anuiu com gosto, pessoalmente abomino essa imagem de feudalismo bafiento.

Falando em imagens, se me fosse pedido que escolhesse uma imagem que ilustre o próximo acto eleitoral a imagem que eu sem qualquer dúvida escolheria seria a de um vagabundo remexendo num caixote de lixo à procura, por entre os detestáveis detritos, de uma qualquer porcaria que ainda sirva para alguma coisa.

É realmente muito triste que veja a coisa neste preparo, o acto democrático de votar deveria ser algo alegre, algo que nos enchesse de orgulho, por participarmos, o melhor que podemos e sabemos na vida do nosso país, para mim, infelizmente, votar tornou-se um dever penoso, uma seca que deprecio cada vez mais.

E a causa dessa triste melancolia que quase dá vómitos, é tão somente o estado de miserável degradação a que este país, na minha perspectiva, chegou. Uma degradação pavorosa, que leva a uma falta de qualidade incrível da gente politiqueira de hoje, olhe-se para a Esquerda ou olhe-se para a Direita o mais que se perfila é rebotalho, trapagem, gentalha medíocre sem réstia de qualidade, isso faz com que ir votar me seja atrozmente difícil, mas vou. Sempre.

Neste actual estado de miséria, escolher num partido onde votar pode ser um exercício penoso e demorado, excepto no caso daqueles que pertencem ao grupo e ou estão grandemente afectados por “partidarite”, nestes últimos casos o problema está resolvido, mesmo que o partido pelo qual nutrem militância e ou simpatia seja a pior das porcarias, quase ninguém muda o seu voto, quanto ao resto de nós, que não alinhados naquelas cáfilas partidárias, escolher um que nos “sirva” é muito difícil.

A dificuldade está no simples facto de que olhemos para o lado que olharmos só vemos, indigentes intelectuais, rebotalho mais gentalha medíocre, o mais que vemos são intrujões, aldrabões, trafulhas e medíocres, aliás a mediocridade parece ter tomado conta da classe política nacional, é ver a qualidade geral dos membros dos vários governos, dos deputados eleitos, dos presidentes de Câmara Municipal mais dos Vereadores e até a qualidade dos Presidentes de Junta, sem prejuízo da muita boa gente, gente com princípios, com ética e competente, que faz parte daquelas instituições, esses porém são uma minoria, o mais é rebotalho.

Ainda assim, no próximo dia 18 votem, participem, não deixem para outros uma escolha que deve ser vossa, cabe-nos expurgar este país do muito lixo que está acumulado na politiqueirice, votem em consciência cientes do valor das vossas escolhas individuais, mais que tudo não abdiquem da Democracia nem da Liberdade, são bens preciosos que estão em perigo, votem!

Um abraço, deste voss oamigo

Barão da Tróia

quarta-feira, abril 30, 2025

Apagão...

 

Fonte da imagem: https://www.publico.pt/2025/04/30/sociedade/noticia/apagao-geral-peninsula-iberica-terceiro-dia-procuramse-respostas-2131413

 

 

 

 

 

Aconteceu! Assistimos a algum pânico, felizmente coisa de pouca monta, ficámos sem luz, corremos a comprar água e enlatados, ralhámos, ficámos indispostos, no meu caso passei 6 horas no meu local de trabalho que é um serviço público nada essencial, a olhar para o tecto, - se calhar querias ir para casa – podem alguns de vós estar a pensar, por acaso queria, houvesse havido algum bom senso, mas enfim, nenhum mal ao Mundo veio, por ter ficado 6 horas a ver passar a banda, entretanto ao fim de umas valentes horas, lá veio a bem dita energia, houve palmas, gritaria regozijo e até foguetes, a coisa estava, por ora, resolvida, venham os especialistas comentadores mais as comissões de investigação.

Não me vou debater com as causas da ocorrência, faltam-me competências, não percebo patavina das negociatas das “electricidades”, curioso que quem nos governo está igual, no entanto algumas pistas nos foram sendo deixadas, a UE deixou-nos há uns tempos o conselho para fazermos um kit de sobrevivência para 72 horas1, em Fevereiro, o Secretário-geral da Nato, o senhor Mark Rutte tinha aconselhado os membros da União a “...prepararem-se para a guerra...2”, já em Dezembro o mesmo Mark Rutte, tinha afirmado que “...não estamos preparados para o que aí vem…3”, mas se nos lembrarmos no início do ano passado logo em Janeiro, o Almirante Rob Bauer, há altura chefe do comité militar da NATO, dizia “...preparem-se para tudo...4”.

Tendo em conta estas pistas que nos foram deixadas, tirem as conclusões que acharem por bem, claro que existem coincidências, que as mesmas fazem parte desta coisa que costumeiramente apelidados de “a Vida”, por conseguinte, as coisas são aquilo que são e há mais no mundo do que alcança a vista, como sói dizer-se.

Qualquer que tenham sido as causas, também não é disso que vos quero falar. Quero falar-vos antes da fragilidade, a imensa fragilidade que a realidade do “apagão” veio novamente revelar. Portugal, mostrou novamente que possui um sistema cheio de fragilidades, a porcaria do SIRESP, voltou a mostrar que é isso mesmo uma porcaria, uma muito dispendiosa porcaria, as políticas de redundância, como o “Black Start5”, cumpriram a função para a qual foram desenhadas, apesar de insuficientes, cumpriram.

Coisas tão simples como as gasolineiras terem geradores que possam assegurar o seu funcionamento em caso de falha de energia, é absolutamente patético. O desnorte comunicacional, por parte dos vários governantes, a que se assistiu após o retorno da energia é ainda mais alarmante, revela que aquela gente, ficou quase tão perdida como nós todos os simples cidadãos, tal não deveria acontecer, mas é a triste realidade.

Concluindo que longa vai a arenga, o tal Apagão, mostrou novamente que a Europa tem pés de barro e que Portugal nem sequer tem pés, sem prejuízo de muita coisa até ter funcionado, algumas mais pelo espírito do “desenrasca” nacional do que pela existência de políticas concretas desenhadas pela horda politiqueira, essa corja de ineptos, que sem pejo logo que pode apareceu pelas televisões a tecer loas a si mesmos, parabéns aos Portugueses que revelaram resiliência e não se deixaram afectar pelo pânico, que isso sim teria sido o pior dos cenários, felizmente em Portugal, que se saiba, não existiram vitímas provocadas por esta ocorrência. Se querem um conselho, façam mesmo um kit de sobrevivência, é investimento, esperemos que nunca seja preciso…

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

quarta-feira, abril 16, 2025

“Montenegrizar”, é preciso?

 

Fonte da imagem: https://www.noticiasdecoimbra.pt/luis-montenegro-lembra-que-liberdade-de-informar-e-pilar-fundamental-da-democracia/

 

O actual habitante das catacumbas do Poder, sentado que está, temporariamente no conforto da sua primeiro ministrança, ainda que caído, aspira no entanto a recuperar as rédeas do Poder desenfreado, brindou-nos recentemente com uma das suas já afamadas pérolas, não bastavam as suas usuais calinadas e atropelos ao luso linguarejar, deve ser discípulo da mesma alma mater do Relvas, o bom do senhor Montenegro, lembrou-se agora de declarar numa entrevista, e cito “... numa certa "montenegrização do pensamento político dos partidos da oposição", referindo como exemplos os temas da segurança, imigração, economia, política fiscal e carreiras da administração pública.”1

Por outras palavras, o palavroso, ainda que dado à calinada, senhor Montenegro, cheio de si mesmo, acredita, perigoso delírio talvez, que os restantes politiqueiros lhe estão a seguir as pegadas, sendo ele, senhor Montenegro, o farol luminoso que aponta a via certa ao rebanho tresmalhado, fazendo dele, senhor Montenegro, o Querido e Grandioso Líder nacional, que aponta o rumo correcto para que este Portugal, quiça perplexo e desatinado, singre e vença as borrascas e malagueiros que se avizinham, o homem está cheio de moral, a psicologia é capaz de explicar isto.

Não tardaram pois, os indivíduos maliciosos e mal intencionados, da oposição está claro de se ver, a zurzir no pobre senhor Montenegro, incorrectamente, é minha convicção. O homem, senhor Montenegro, está coberto de razão, Portugal está efectivamente à beira de uma “montenegrização” galopante.

Passo a explicar, o Montenegro, país ali para os lados dos Balcãs, pertencente à antiga Juguslávia, é um daqueles sítios que como sói dizer-se “...todos ralham e ninguém tem razão”. É um local conhecido pela constante confusão, etnicamente efervescente, famosos são os bandidos montenegrinos, além da quase eterna instabilidade, desacatos e guerras que pontuam a História do Montenegro, o país, esclareça-se. Daí que há uns anos alguém dizia que os Balcãs corriam o risco de se “montenegrizar”, ou seja, tornarem-se uma ainda maior e mais disparatada confusão do que aquilo que já são, uma terra de doidivanas alucinados, de trauliteiros, de peixeirada e trapalhadas constantes, já estão a perceber, não estão?

Claro que sim, tenho os meus caros leitores por pessoas de fino recorte e maior inteligência, “montenegrizar” é na verdade, tornar Portugal uma ainda maior cloaca, um Estado falhado, que há muito que é, onde anda quase tudo ao Deus dará a fazer de conta, é por isso que acredito que o senhor Primeiro-ministro cessante, senhor Montenegro, tem toda a razão, Portugal está em plena e galopante “montenegrização”.

Coloco então a questão, “montenegrizar”, é preciso? Acredito que não. Estamos já há muito a fazer um excelente trabalho, bem antes da chegada do senhor Montenegro, para alcançarmos a completa “montenegrização” deste país, que nos irá transformar num ainda maior caixote do lixo da Europa, seremos, como já quase somos a lixeira da Península e seguramente iremos alcançar esse estatuto na Europa, a mais completa e medíocre cloaca europeia, capaz de ombrear com outros pardieiros à beira da implosão como sejam a França, a Suécia e mesma a Alemanha, tem portanto toda a razão o senhor Montenegro, vamos pois continuar a “montenegrização” de Portugal.

Um abraço, deste vosso amigo

1 https://www.noticiasaominuto.com/politica/2767882/da-montenegrizacao-da-politica-a-falha-ao-liberalismo-o-debate-ad-il

 

sexta-feira, abril 04, 2025

O fato de treino domingueiro

 

Fonte da imagem:https://www.dreamstime.com/same-stock-photo-model-image130050872

 

Correndo o risco de ganhar mais um bom número de inimigos, o que ao longo destas décadas que levo de escrevinhar não me têm faltado, não posso porém deixar de escrever sobre este verdadeiro ícone nacional, “o fato de treino domingueiro”. Eu sou do tempo em que ao Domingo se reservavam as melhores fatiotas, com o tempo bom, ou seja sem chover, saíam à rua, para passear, pouco mais havia para fazer porque eram curtos os cabedais, tal como hoje saísse para ver e para ser visto, havia a missa para quem era disso e pouco mais, mas pelo menos usávamos as melhores farpelas que tínhamos.

Hoje, não surpreendentemente, dado o avançado estado de labreguismo que assola este país, estamos na era do “vale tudo”, modas que reaparecem, o soquete branco, vulgo “pé de gesso” está de volta, desta vez usado com um chinelo de enfiar no dedo ou dos outros, os cortes de cabelo com enfeites como se fazia antigamente às mulas e aos burros, mais o muito apreciado fato de treino domingueiro.

Chegado o Domingo, é vê-los, sem distinção de classe, sim porque a labreguice é democrática, pela manhã, nas pastelarias e nos supermercados, trajando o tal fato de treino, sempre da marca da moda claro está, complementado com a bela sapatilha, agora diz-se «ténis» ainda não percebi porquê, alguns ainda usam um chapéu, daqueles iguais aos dos americanos, eles, com a pança proeminente dos cozidos, das sopas enfarta brutos e da pinga, sem sombra de se darem ao trabalho de qualquer tipo de exercício físico, ah e o toque final é o telemóvel xpto em cima da mesa por cima da carteira de cabedal mais o porta chaves da “máquina”, meus caros é de morrer a rir.

Depois elas, trajando mais ou menos o mesmo tipo de indumentária mas com dourados, apresentam-se com os seus fartos cus anafados, cheios de pampilhos e palmiers recheados, mais sumos detox, que escondem atrás do casaco do fato de treino enrolado na cintura com uma parte pendente que esconde os anafados glúteos. E é isto, mais uma vez de morrer a rir.

Não me queiram mal, aliás mal nenhum advém ao Mundo por causa do uso fato de treino domingueiro ou do chanato com pé de gesso, são apenas modas labregas, reveladoras da mediocridade geral da sociedade, no entanto essas modas são detalhes que nos mostram quão desleixada, quão medíocre e quão degrada está essa mesma sociedade.

Portanto meus caros, no próximo Domingo, lá estaremos numa pastelaria perto de si, para tomar o pequeno almoço, trajados a rigor com o nosso fato de treino domingueiro, quiçá com o saco do Expresso em cima da mesa, que fica sempre bem mostrar quão letrado e culto sou, enquanto a cara metade espanta o fastio enquanto espreita as coscuvilhices das redes sociais, depois é será Segunda-feira e outra semana seguirá. Não vejam este textozeco como uma crítica, não é de todo, é antes um sincdero e profundo agradecimento à turma do fato de treino domingueiro que me faz rir a bandeiras despregadas, a todos eles o meu muito obrigado por fazerem do Mundo um sítio mais divertido e por me propiciarem umas boas e valentes gargalhadas, rir faz muito bem à alma .

Um abraço deste vosso amigo

Barão da Tróia

sexta-feira, março 21, 2025

Labreguices…


 Fonte:https://discover.hubpages.com/literature/Top-10-redneck-stereotypes

 

Portugal está em plena mudança, a população autóctone declina, em breves décadas seremos um país de velhadas caquéticos, talvez o primeiro país da Europa que verá a sua população autóctone extinguir-se, não é bom nem é mau, é apenas a dinâmica da História a seguir o seu curso natural.

Mas não liguem ao meu pessimismo excessivo, que não é disso que vos quero falar. Quero isso sim falar-vos da labreguice, e vou atribuir ao vocábulo um dos seus vários significados, a saber, «Que ou quem é considerado demasiado ingénuo ou ignorante ou seja "Lorpa"», esta tal labreguice corre impante pelo país, voltassem hoje reerguidos da tumba os Vencidos da Vida, e estou seguro que prestes morreriam todos de apoplexia, não que as mudanças sejam muitas, são é ainda mais gravosas, a politiquice continua mais ou menos na mesma, com os seus miserandos actores, porém cada vez com pior qualidade, não estranhariam isso esses “vencidos”, provavelmente ficariam apenas espantados como é possível descer tanto e tão baixo, como é possível tanta mediocridade, mas não creio que estranhassem.

Já no que toca a algumas peculiaridades da sociedade, creio que esses bravos “vencidos” se vissem tentados a arrepelar os cabelos, com por exemplo, entre outros fenómenos patéticos, no que toca à utilização da língua portuguesa, e já não falo na cada vez maior perda dos sotaques regionais, que são noutros países uma riqueza, por cá sempre o foram olhados de soslaio. Não falo na moda dos “doutores”, nem na moda dos nomes compostos, coisas labregas que eram do “tempo” dos vencidos e que hoje deveriam ser arcaicas, são surpreendentemente moda, não falo na dupla acentuação de algumas palavras, mais uma labreguice dos que têm a mania de bem falantes.

Falo de modas estúpidas que desvirtuam a nossa língua, por exemplo, o «póssamos» ao invés do «possamos» ou o ainda mais labrego «fáçamos» ou invés do correctíssimo «façamos», um outro exemplo, hoje já é raro ouvir alguém dizer - «vou falar-lhe», o mais comumo é ouvir a labreguice «vou falar a ele», aplicando-se essa formula labrega a todas as formas, «vou falar a ele», «falei a ele» ou «falei a elas», num orgia de labreguice nunca antes vista.

Tão mau quanto isso é uma outra labreguice, que nos entrou pela casa adentro propalada por uma luminária do telelixo nacional que referindo-se a si próprio como um cultor da língua nacional, declarou, que ao cumprimentar alguém dizia sempre – é um gosto, porque prazer é outra coisa – afirmou a galhofeira e pateta criatura, que entende tanto da língua que fala com eu entendo de lagares de azeite.

E foi um ver se te avias, de «muito gostos», o coitado do “prazer” foi para o maneta, arremessado para o oblívio por uma horda de sevandijas labregos que achando-se muito cultos, demonstram que são apenas uma bela e refinada corja de labregos, e assim meus caros vai o nosso pacífico caminho para a extinção, começando nestas pequenas coisas, nestes pequenos detalhes que parecem irrelevantes mas que bem pelo contrário revelam o estado de miséria deste país.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia