Não é de todo fácil definir o que é um “Funcionário Público”, a maralha ignara e invejosa, que não pertence à Função Pública, tem por hábito invectivar de forma depreciativa – ah, os funcionários públicos – como se essa massa de gente, essa imensa serpente nervosa de sensibilidades, gostos e personalidades, fosse uma massa única que se movesse num movimento uníssono sempre que tocasse a rebate, infelizmente não.
O “Funcionário Público” é muita coisa, são várias realidades, as sensibilidades, as carreiras, as aspirações, as agendas e as dependências orgânicas. Militares, calceteiros, polícias, juízes, jardineiros médicos, professores, enfermeiros, pertencentes a ministérios, direcções disto a institutos daquilo ou observatórios daqueloutro, pertencentes a autarquias e ou juntas de freguesia a realidade do tal “Funcionário Público” é portanto muito complexa.
Pessoalmente, para vos enquadrar, vegeto pelo funcionalismo público há um pouco mais de 3 décadas, já passei pelos militares, pelos ministérios, pelos municípios e pelas juntas, ainda assim as realidades que conheço não abarcam todas as singularidades daquilo que significa ser “Funcionário Público”, no entanto as tais 3 décadas de experiência que possuo e o muito cogitar, permitem-me ter algumas convicções, por exemplo.
De todas essas realidades que conheço, os funcionários das autarquias são os mais “mansos”, conheço a realidade de várias autarquias, os funcionários das autarquias das terreolas pequenas, são ainda mais “mansos”, são geralmente uma corja de carneiros seguidistas, de sabujos medíocres e de imbecis, isto sem prejuízo da muita e boa gente que trabalha nos municípios e que consegue colmatar muitas vezes as falhas da escumalha politiqueira que são uma corja de bradar aos céus, muitos nem sequer conseguem perceber o que implica ser funcionário, transformando as instituições em verdadeiras anedotas, em gaiolas de malucas, culpa principalmente, mas não exclusivamente, desses funcionários, falhos que são de tino.
Mais, a realidade da proximidade entre funcionário e o eleito, entre eleito/dirigente e eleitor/funcionário, faz com que o polvo dos compadrios corruptos mais se desenvolva nas autarquias, do que no resto das instituições da Administração Pública, claro está sem prejuízo da endémica corrupção que assola transversalmente todas as instituições nacionais sejam públicas e ou privadas, ela é ainda mais visível no seio das autarquias dado que a prepotência e muitas vezes a incapacidade além da falta clara de competência dos detentores dos cargos políticos promovem a mansidão lacustre dos funcionários, divididos entre uma “corte” que vive apenas com o designado propósito de obsequiar os poderosos locais, de lamber cus para assim obter dividendos, promoções e benefícios directos e ou indirectos, sim, eu bem sei que existe uma coisa chamada SIADAP (1) que supostamente serve para avaliar a qualidade dos funcionários, no entanto o dito SIADAP serve apenas para promover os sabujos lambe cus, servindo só de quando em vez, de longe em longe para realmente premiar pessoas com verdadeiro mérito e capacidade, mas essa é uma ocorrência rara, daí os funcionários das autarquias serem tão propensos à mansidão subserviente.
É assim meus caros, vós tendes essencialmente os funcionários que pagais, esta é a minha convicção das coisas, sois livres de discordar, tanto se me dá, até porque a corja de sabujos lambe cus continuará a fazer gato sapato de tudo quanto é ética, decência e verticalidade, tudo claro está promovido pela corja politiqueira que levou muito a peito o conselho do pai do grande Alexandre, “Divide et impera”.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
1 https://diariodarepublica.pt/dr/legislacao-consolidada/lei/2007-34446375