terça-feira, maio 22, 2018

O Reino esquizofrénico

Há muito que acredito que Portugal é uma gaiola de malucas, a verdadeira gaiola das malucas. Um local esquizofrénico, onde grande parte da populaça, como demonstra o elevado consumo de ansíoliticos, sofre de uma qualquer perturbação mental, em suma isto é um país de tontos.
Nas estradas de Portugal morre-se mais do que na Síria, no entanto ninguém parece querer saber, ninguém propõe campanhas solidárias nem eventos fofinhos, a começar pelos atordoados que por cá habitam, é tanto o desnorteio que basta ver as declarações que os pategos produzem quando instados a discorrer sobre a temática, “blá…blá…blá, caça à multa, blá…blá…blá, prevenção, atitude pedagógica…” Sempre o mesmo discurso pateta, o mesmo discurso indicador do tipo de rebotalho que existe por cá.
Há 40 anos que se produzem campanhas de prevenção rodoviária, com que resultados? Perguntarão os meus dilectos amigos, pois com nenhuns claro está. O condutor médio português é um imbecil.
O Estado, por incrível que isso pareça, neste campo tem desempenhado menos mal o seu papel, por isso há prevenção, com campanhas atrás de campanhas, muita pedagogia, leia-se, Código da Estrada, sinalização e demais legislação, falha somente na repressão, falha no excesso de garantias aos criminosos, por exemplo as multas deviam ser mais altas e mais vezes aplicadas, bêbados só deviam precisar de ir a tribunal, para verem confirmada a sentença, conduzir sem habilitação legal devia dar prisão, atropelamento e fuga devia passar a tentativa de homicídio, mas isso tudo seria num país, por aqui neste antro é o que se vê.
Nesta gaiola das malucas o sacrossanto futebol é Rei. São sobretudo reis das dívidas, das traficâncias mais do disparate, enquanto eles enchem a pança, as malucas andam por aí a chamarem nomes uns aos outros a agredirem-se, a maltratarem-se, verdadeiros bandos de grunhos, gente medíocre, gritando como putas histéricas quando um desses grupos de tabardilhas ganha o campeonato da podridão futeboleira, basta ver um jogo de infantis para perceber o que é ser esquizofrénico, é um mimo ver as malucas ao berros, a gastar gasolina, não se esqueçam que somos um país rico, tudo bêbado aos urros pelas ruas como se o Mundo tivesse ficado um lugar melhor, só a rir se consegue levar isto, porque depois vemos essa gentalha futeboleira bem como os clubes, a quem os bancos poupam dívidas, os jogadores nem sequer pagam o que é devido por aquilo que auferem, mas a carneirada quer lá saber disso.
Nesta gaiola de malucas, nunca existem culpados de nada, qualquer vigarista que é apanhado a meter massa ao bolso é sempre inocente, qualquer vigarista medíocre corre o risco de ser o herói da plebe, “porque fez obra” dizem uns, ou porque é “um gajo porreiro” dizem outros, nesta gaiola de malucas tudo é possível.
Um destes fins-de-semana passados, num desses eventos labregos que as malucas gostam de fazer, sobretudo para fazer sobressair as vaidades pessoais e os impostores, alguém me dizia que aquele evento só se fazia de dez em dez anos, fiquei espantado e perguntei-lhe se a solidariedade cansa, olhou para mim sem resposta, mas lá acabou por dizer que sim, aquilo cansa. Estamos pois conversados, no país esquizofrénico até a solidariedade, mesmo sendo da treta e se calhar por isso, cansa.
Haveria sem dúvida muito, mas mesmo muito mais para aqui descrever, não vos quero maçar, nem estou com vontade de ficar mais deprimido, porque este país deprime qualquer pessoa que lhe dedique pelo menos meia hora de meditação, um país habitado por uma súcia de medíocres, pejado de ladrões, de pulhas e de biltres, um povaréu mastronço que se porta como um bando de babuínos quando o assunto é futebol, santinhas, festival da canção ou outra qualquer palermice pantomineira, no entanto quando o assunto é a defesa da sua vida e ou dos seus direitos, assumem o papel daquilo que realmente são, um país de bezerros capados, tenham um bom fim-de-semana.

Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia

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