Sua Excelência o senhor Presidente da
República é digno de toda a nossa piedade. Prova-o o seu discurso do passado 10
de Junho, bem, chamar discurso aquela desconexa e insonsa algaraviada agrícola,
é talvez pecar por excesso, diremos antes que Sua Excelência o senhor
Presidente da República, fantasiou sobre um tema que lhe é caro, ou não tivesse
sido o mesmo digno personagem político que enquanto Primeiro-ministro, primou
por iniciar a suicidária destruição da agricultura nacional, não admira pois
que o escriba o tivesse apodado de trabalhador circense dedicado à comédia,
visto que está, que Sua Excelência o senhor Presidente da República adora pôr-se
a jeito de ser parodiado, tamanhas e tão grossas são as atoardas que lhe saem
boca fora sem nenhum freio, sentido ou réstia de inteligibilidade que se
consiga vislumbrar.
Sua Excelência o senhor Presidente da
República, é digno de todo a nossa compreensão e dó. Gostamos particularmente
da subserviente piscadela de olho ao militaredo, falando da bravura e tal, do
brio e da honra, avisando a pobre avantesma titular da pasta da Defesa, que os
cortes na família militar e nas suas muitas alcavalas, prebendas, benefícios e
mordomias não podem ser alvo de corte cego, Sua Excelência o senhor Presidente
da República, revelou a sua particular atenção ao momento, pondo-se ou antes
armando-se em defensor dos patrícios castrenses, qual cavaleiro Quixote, mais
uma vez se colocou ao jeito de que outro escriba irritado lhe dedique outro
mimo circense.
Sua Excelência o senhor Presidente da
República, quebrou hoje um dos seus inúmeros tiques, a saber, Sua Excelência o
senhor Presidente da República é useiro e vezeiro utilizador da frase “… quando
estou no estrangeiro não comento questões de Portugal…”, ouvimo-lo milhentas
vezes proferir tal barbaridade a propósito de pertinentes questões nacionais,
mas hoje para dar um ar da sua, quase nenhuma, graça, resolveu Sua Excelência o
senhor Presidente da República, falar da greve dos professores, alinhando a sua
bússola com a do Governo, de quem é aliás o santinho milagreiro e protector,
foi uma declaração absolutamente falha de vergonha.
Devo dizer que hoje também ouvi de Sua
Excelência o senhor Presidente da República algo com que concordo inteiramente,
disse Sua Excelência o senhor Presidente da República, … Portugal tem instituições
a mais… falava a insigne criatura da Troika, mas as suas palavras levadas à
letra neste Portugal, soam com extraordinária pertinácia, sendo que a
Presidência da República é uma dessas instituições, sobre a qual não se
vislumbra a mínima das prestezas, era disso que Sua Excelência o senhor
Presidente da República deveria estar a falar, aconselhando ao Governo e ao
Povo que pondere a extinção de tal cargo honorífico que tanto dinheiro esbanja
sem préstimo algum para a miseranda Nação.
Ouvi há pouco que um qualquer
desgraçado foi multado em 1300 euros depois de ter sido detido no domingo
passado em Elvas por difamar o Presidente da República, Cavaco Silva. “Vai
trabalhar mas é!”, garante o homem ter dito, “… chamou-lhe chulo e malandro.”
Dizem os esbirros paisanos que o detiveram, esta situação é bem reveladora da
miserável qualidade dos nossos governantes!
Resumindo, Portugal necessita tanto de
um Presidente da República, deste, como de furúnculos no traseiro, temos pelo
cargo o respeito a que nos obrigam os nossos deveres de cidadão, por quem o
exerce, temos o respeito que é devido a um ser humano, pelo político sentimos
um profundo asco, sentimos um verdadeiro nojo, é vergonhoso ter gente desta em
cargos desta natureza.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
Sem comentários:
Enviar um comentário