sexta-feira, julho 05, 2024

Aqui pelo Reino do Isolino

 


 Fonte da imagem:https://lifestyle.sapo.pt/sabores/receitas/arroz-de-lavagante

 

Para nossa grande tristeza e maior infelicidade, sabemos muito bem o que é viver num país do faz de conta, uma anedota com pouca ou nenhuma piada, uma “choldra” cada vez pior frequentada, onde os bandalhos politiqueiros se enchem, com o típico “fartar vilanagem”, enquanto o poveco pateta, empobrece cada vez mais, distraído a discutir se o empurra bolas da moda está a jogar assim ou assado, ou se a selecção desta cloaca vence aquela ou a outra equipa, ou se aquela garota daquele programa do telelixo nacional fica melhor com ou sem silicone nas beiças, assim distraídos, cada vez mais analfabetos, mais brutos e mais fáceis de embarretar, creio mesmo que o fito da dita “Educação” que existe por cá é esse mesmo, embrutecer a populaça, para serem mais dóceis, se não pensarem, se não questionarem, se não colocarem em causa as coisas que lhes querem enfiar pelo gorgomilo, continuarão de canga no cachaço sem escoicear, essencialmente a matarem-se uns aos outros, bêbados e em permanente festança, porque é disso que aquele povo gosta.

Mas não é da realidade que vos quero falar, vou antes criar ficção, a realidade anda tão pateta que um pedaço de ficção é bem melhor, imagem então, uma cidade cosmopolita a que chamaremos Olheiras, por exemplo, a cidade é gerida por um verdadeiro sultão, um daqueles saídos das “Mil Maravilhas”, o Isolino.

O Isolino é um daqueles que o povo adora, “rouba mas faz” diz amiúde a populaça ignorante e labrega, diga-se aliás, que a cidade de Olheiras é a capital nacional do labrego, entretanto um destes dias, para mais provar essa condição de labreguice colectiva, uma outra grande celeuma se levantou qual poeira do deserto, cobrindo tudo de pó, mais uma do Isolino, o bom regedor de Olheiras, ao que parece, o Isolino, rapaz que gosta de ferrar o seu dente em bons, voluptuosos e sápidos nacos, tragar uns bons arrozes, sejam de cabidela ou de lavagante, tudo bem regado com vinhos caros, nada de zurrapas e nem bebidas de pobre como sejam as cervejas, tudo, como é óbvio, incensado à laia de protecção divina, pelo fumo de bons cubanos enrolados à mão, daqueles que o Fidelito tanto gostava, não se trata pois mal o bom do Isolino.

São almoços de trabalho” justificou o Isolino, macacão velho, de rabo cortado, que já esteve engaiolado, por uma qualquer trafulhice, mas os dois anos que esteve à sombra parecem não lhe ter servido de qualquer ensinamento, ou antes serviram, veio ainda com mais capacidades e um maior à vontade, o tempo de gaveta, também ensinou pouco aos pategos dos Olheirenses, essa outra corja de indigentes intelectuais, este poveco é burro que dói, sem ofensa ao animal do mesmo nome que para além de muito mais inteligente do que esta gentalha, pode sentir-se ofendido ao ser comparado com tão medíocre tropa fandanga.

Estão ao que parece a fazer uma tempestade num copo de tintol “Ameixa Coxa”, que parece ser uma apreciada especialidade enófila, da escolha do bom do Isolino que ao que parece fez esburgar ao erário público uns modestos, 139 mil euros em 1.441 "almocitos de trabalho", onde eram convivas umas dezenas de farristas, parece que aquela tropa de glutões tinha uma queda para engolfar lavagante, sapateira, lagosta, sushi, ostras, leitão, camarão-tigre e presunto pata negra, tudo regado a bons vinhos, aguardentes e champanhes. Umas verdadeiras térmitas, belas panças devem ter aqueles comensais todos, glutões gulosos que se empanturram com o erário público, já que Isolino faz questão de tudo pagar. Mas não temam, naquela terra “quem tem olho é Rei” e Isolino até usa óculos, está tudo bem o povo é sereno, é só fumaça, portanto vitória, vitória, acabou-se a história.

Para aqueles que estão a pensar que isto é verdadeiro ou poderá ser, asseguro-vos que não, toda esta história não passa de um delírio de um velho escriba alucinado, nada disto se poderia passar num país moderno, desenvolvido, um país democrático que se preza por ser um Estado de Direito como por exemplo alegadamente se diz que Portugal é. A realidade é infinitamente mais criativa que qualquer ficção, esta última, por muito incrível que por vezes possa parecer, fica sempre aquém da realidade, e é disso que o povo gosta.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

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