quarta-feira, dezembro 21, 2022

Habituem-se...

De facto, nós os portugueses patetas, estamos de certa forma habituados a um paternalismo imbecilizante, com que somos tratados pelas elites desta cloaca a que chamamos país, tem sido assim pelo menos, nos últimos 300 anos, com muito raras excepções.

Os tipos do Poder, tratam-nos como se fossemos uma corja de imbecis, de impedidos intelectuais, incapazes de cogitar o mais simples dos exercícios, ineptos na arte de utilizar os neurónios, sempre necessitados portanto da paternal orientação dos poderosos que são quem efectivamente sabe o que é bom para nós, o que explica isto,não são apenas os 800 anos de ditadura vividas sob os diversos regimes em que vivemos, Monarquias, Republicas ou Estado Novo, mas igualmente a Santa Madre Igreja e os seus 1000 anos entre nós, com as suas culpas, pecados e expiações, entre estas duas maiores influências, nasceu este povo carneireco, seguidista, mais amante do vinho do que da chatice, avesso à civilidade, avesso a defender os seus direitos e sempre à espera do provide4ncial “Sebastião” que os salve, sem terem de se esforçar muito.

Não admira pois, que volta e meia, surjam frases proferidas por algum desses vários e demasiados cretinos politiqueiros, e outros, que qual varejeiras a voar à volta da póia, volejam sem cessar à volta das cadeiras do Poder, ficaram recentemente famosas as frases “raramente me engano e nunca tenho dúvidas”, “emigrem”, “ai aguentam, aguentam”, “piegas” e o mais recente “habituem-se”.

Retiradas dos seus contextos, estas palavras continuam a ter peso, ditas nos seus contextos, são como pesados martelos de ferreiros brandidos por um Hefesto raivoso contra os nossos pobres ossitos esquálidos que quais frágeis caniços largados aos ventos se quebram. Estas palavras proferidas regra geral por gentalha medíocre, a quem o nosso esforço e impostos engordaram e engordam o cu, soam ainda mais atrozes porque sabemos que esta gentalha, tem quase sempre atrás guardadas em armários, milhentas trafulhices e vigarices, gentalha sem ética, gentalha sem réstia de vergonha, que se arroga o direito se se julgar melhor que os outros.

A bem da verdade se calhar é melhor assumirmos que, estamos tão entorpecidos, tão estupidamente adormecidos por cantos de sereias, por substancias e por chilreios maviosos de aves do paraíso que nos habituámos verdadeiramente a sermos violentados sem mais aquela, não tendo estamina para reagirmos, assim entorpecidos não conseguimos esboçar o menor dos protestos, mesmo aqueles patetas que aparecem pelas televisões de punhos ar ar agitando bandeiras coloridas, são apenas uns títeres, uns pobres robertos, manipulados por essa “inteligentsia” mafiosa da politiqueirice rafeira, a mesma que nos menospreza e trata como indigentes intelectuais, como se todos fossemos um triste bando de retardados de cabeça oca.

A verdade, é que infelizmente, é isso mesmo que na maioria somos, um grande bando de retardados de cabeça oca, e os poderosos sabem bem disso, há um ror de anos que tratam disso, fazendo por exemplo que a Educação chegue a miséria em que hoje está, parafraseando um artista do “Ancient Regime”, «...mais fácil se atrela uma parelha de burros que uma parelha de cavalos..», há pois que preparar as novas gerações para o peso da canga, e é isso que desde os alvores da dita “Liberdade” paulatinamente as elites tem feito, preparar, as massas para serem autómatos acéfalos, hoje ainda mais alienados pelos tecnologias, que qual cenoura mágica atada a um pau dançando qual pirilampo tonto à frene dos olhos da maralha deslumbrada, os continua a impelir, aos muares pategos, pra diante, carregando as cargas dos novos donos.

Habituem-se pois meus caros, não sejam piegas, se estão mal emigrem caso contrário, aguentem-se, ah, e tenham esperança, e fé, muita fé, continuem a queimar velas às santinhas e aos santinhos porque felizes os ignorantes que deles é o reino dos céus.


Boas Festas, bom Natal, bom Ano Novo, aproveitem para dedicar tempo à família e aos amigos, conversem, larguem os telemóveis, vivam!


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

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