domingo, janeiro 17, 2021

Porquê votar no Tino

Eu sei que o voto é secreto. Tenho disso plena consciência, mas como nada tenho a esconder, revelo neste artigo a minha intenção de voto para as presidenciais de 2021, que irá recair indubitavelmente na pessoa do candidato Vitorino Silva o famoso “Tino” de Rãs.

E porque voto no Tino, «…deixem-me contar as razões» como diria o grande bardo inglês, em primeiro lugar porque de todos os outros candidatos, não há um só que me suscite a mais pequena empatia, eu bem sei que Marcelo é o homem dos afectos, que tem o ar serôdio de um simpático avozinho inofensivo, eu sei que Ana Gomes tem atrás de si um passado de militância combativa que muito a honra, eu sei que Marisa é uma brilhante catedrática e investigadora e que o camarada João é um jovem capaz e intelectualmente brilhante quanto ao Ventura e ao Tiago, bem sei que são os arquétipos dos representantes das novas vacinas ideológicas que irão salvar o Mundo, deles claro, não o meu, até porque o meu Mundo já não existe, em conversa há uns tempos disse ao meu interlocutor, que estou a prazo aqui neste Mundo que já não é o meu, o outro riu-se e chamou-me parvo talvez tenha razão, mas é algo que não consigo deixar de sentir, este já não é o meu Mundo.

Mas não nos desviemos, do assunto que aqui me traz, o voto no Tino. Se nenhum dos outros candidatos me diz absolutamente nada, sendo que alguns deles são criaturas demasiado patéticas para que lhes atribua algum tipo de crédito, gente em quem eu jamais votaria. Assim sendo o candidato que me suscita simpatia, é claramente o Tino.

Porque é um candidato genuíno, porque tem dentro dele a ingenuidade típica do Povo, esse pobre povo que há centenas de anos que é ludibriado, vilipendiado e roubado, pelas elites, representadas pelos outros candidatos, elites políticas, elites económicas ou elites sociais, gente que não se mistura com esse povo sofredor, muito por culpa própria desse povo, dada a natureza abrutalhada desse mesmo povo, demasiado crédulo, demasiado crente e demasiado invejoso, mas isso é tema para outro dia, hoje falemos do Tino e do meu voto na sua candidatura, que reputo da mais séria e da mais genuína entre todas as outras, sorvadas que estão por vermes de vária ordem, da ideológica à pessoal e até económica.

Ao Tino, até lhe perdoo a ligação a um partido político, pelo qual concorreu e foi eleito para presidir a uma junta de freguesia, faz parte das dores de crescimento, essa identificação ideológica, muitas vezes cega e demasiado sectária, mas um homem ou mulher, faz-se disso tudo, estando eu até em crer que no caso do Tino essa militância lhe foi benéfica porque lhe deve ter aberto os olhos para a realidade da podridão que grassa na vida político partidária, comigo foi assim que se passou, uma espécie de experiência do tipo «estrada de Damasco», a meio do percurso vi a luz. Estou em crer que ao Tino aconteceu o mesmo.

E é essa genuinidade, esse sentir humilde que me faz votar no Tino, como digno e único representante do Povo, capaz de desafiar os poderosos e os interesses ocultos que representam. Se acredito que o Tino tem alguma hipótese? Claro que não, Tino é um grão de areia perdido entre milhões de outros entalados entre os altos picos das montanhas do poder.

No entanto, o Tino é a brisa fresca de uma asfixiante tarde de Verão, os outros se lhe retirarmos as máscaras que os disfarçam, são todos iguais, são todos por igual, tristes clones desta realidade pantanosa, mais do mesmo, representam todas aquelas aparentemente diferentes vias que buscam o mesmo, poder, dinheiro, mais dinheiro e viver à conta do pobre diabo que bem pode ser um humilde calceteiro que um dia sonhou ser Presidente disto, desta patética República.

Já ouvi chamarem-lhe “tiririca” por comparação a um candidato a deputado brasileiro que curiosamente foi eleito, mas não creio que estejam a ser justos, eu gosto e vou votar no Tino porque para mim o Tino representa o homem humilde que sonha, dois atributos em que este infeliz Mundo parece não ser abundante, gente humilde e gente com sonhos que não receia tentar torna-los realidade é coisa que sempre me enterneceu, viva o Tino.

 

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

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