terça-feira, janeiro 26, 2021

Ah, a Inveja...

Se há característica humana que eu abomino de forma venal, a Inveja está certamente no topo dessa lista. A Inveja é transversal ao ser humano, no entanto ela tem manifestações diversas que são mais ou menos o mesmo, com outros nomes, dependo das idiossincrasias de cada uma das sociedades e culturas.

No caso de Portugal, a Inveja é uma manifestação poderosa, transversal no tempo que não olha a pergaminhos, e é de tal maneira o seu poder, que percebendo isso desde cedo, os poderosos dela se socorrem para atingirem os seus fins. Instrumentalizada politicamente para melhor dividir uma populaça já de si pouco propensa a comportamentos de preocupação colectiva, a Inveja à portuguesa, é uma espécie de bacalhau com todos.

Se nos tempos do antanho os avoengos coevos já a usavam, os governos, contemporâneos, os políticos e as máfias politico partidárias têm utilizado até à exaustão a Inveja, para manipular, promover e alimentar a divisão da sociedade, evoluímos muito desde o antigo ricos contra pobres ou cavaleiros contra servos e vice-versa, nos tempos que correm, lestos, mais actuais clivagens invejosas, fazem, o Norte vociferar contra o Sul ou o funcionário do privado contra o funcionário público, dois singelos exemplos apenas, dessa luta que a inveja promove dentro de uma sociedade já de si propensa a dislates secessionistas.

Isto sem esquecer aquela inveja mais comezinha, que corre bairros e vizinhanças, onde se cobiçam mulheres, carros, casas, televisões e o mais que se queira num impressionante turbilhão de «invejice».

Os velhos invejaram sempre a juventude dos novos, é uma inveja compreensível, desde que não seja maldosa e maldizente, o mais triste é que por terras lusas a inveja é quase sempre maldosa e maldizente, o português é muito bom a invejar, fá-lo com uma paixão incrível, pusesse noutras coisas essa dedicação e paixão e muito se poderia esperar de tais denodados «invejões».

Infelizmente, a nossa inveja, pouco alcança, excepto a criação de nichos de ódios, onde criaturas azedas e carrancudas destilam a sua inveja de formas odiosas e cobardemente miseráveis, e vemo-lo, na nossa rua, no nosso emprego e ou nas redes sociais internautas, este último local tornou-se no mais privilegiado palco da «invejaria» reles e mesquinha que nos corrói enquanto sociedade.

E se a inveja do bairro é má, ela torna-se ainda mais odiosa quando é instrumentalizada e manipulada pelas máfias politico partidárias que fingem governar o país, que a utilizam para impedir uma unidade, essencial, para que o comum cidadão se possa defender da ditadura democrática em que vivemos, realidade aparentemente antagónica em que dois conceitos opostos se associam por puro oportunismo, assim, manipulado de maneira torpe e descarada e cidadão embarca voluntariamente nessas correntes de ódio invejoso, onde se aponta o dedo porque sim e pelo seu oposto, com a maior das facilidades.

Ao invés de lutarem por direitos, ao invés de cumprirem os deveres, os «tugas», essa raça bastarda que hoje, maioritariamente, ocupa o território de Portugal, prefere a Inveja, prefere o chiqueiro, onde se digladiam em lodosos pântanos de imundice, assim entretidos, separados em facções, sem sequer perceber que são manipulados, os tolos continuam a invejar-se, facilitando o trabalho aos «barões» que manobram as marionetas e que enchem os bolsos, no fausto dos indolentes, assistindo de camarote à canzoada invejosa que se retalha à dentada, enquanto eles os «grandes», riem a bandeiras despregadas, incrédulos sobre o facto de como é fácil, manipular e dividir a populaça, simplesmente alimentando a sua inveja.

 

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

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