Confesso que quando li o artigo da senhora Bonifácio
achei um pouco excessivo escrever que os ciganos e os pretos”... não fazem
parte de uma "entidade civilizacional" chamada de
"cristandade...” é um exagero, que dificilmente se lhe perdoa, não se
percebendo o que é que isso da “cristandade” interessa para esta conversa de
raças e racistas.
De igual modo dizer que “...Nem uns nem outros
descendem dos Direitos Universais do Homem decretados pela Grande Revolução
Francesa de 1789. Uns e outros possuem os seus códigos de honra, as suas
crenças, cultos e liturgias próprios.” É uma constatação forte, mas verdadeira,
não tendo porém a meu ver nada de racista, os povos são o que são, a verdade é
que muitos outros povos de raízes não europeias se desinteressam por conceitos
como os Direitos Humanos e ou a Democracia, porque não fazem parte da sua
memória cultural colectiva e se por acaso o vão acatando é simplesmente porque
nas Nações Unidas vigora essa visão humanista Europeia, alicerçada em milénios
de guerras, massacres e demais atropelos aos direitos das pessoas, a Europa
chegou lá por pé próprio, a dar cabeças como sói dizer-se e isso faz parte de
uma identidade cultural comum, uma memória colectiva, que infelizmente está
cada vez mais em estilhaços.
Escreve a senhora Bonifácio que “Os ciganos,
sobretudo, são inassimiláveis: organizados em famílias, clãs e tribos,
conservam os mesmos hábitos de vida e os mesmos valores de quando eram nómadas.
E mais: eles mesmos recusa terminantemente a integração. É só ver a quantidade
de meninas ciganas que são forçadas pelos pais a abandonar a escola a partir do
momento em que atingem a puberdade; é só ver a quantidade de meninas e meninos
ciganos que abandonam os estudos, apesar dos subsídios estatais de que os pais
continuam a gozar para financiar (ou premiar!) a ida dos filhos às aulas; é só
ver o modo disfuncional como se comportam nos supermercados; é só ver como
desrespeitam as mais elementares regras de civismo que presidem à habitação nos
bairros sociais e no espaço público em geral.”
Não há aqui nada de racista! Só quem não quer ver a
realidade do dia a dia é que vê aqui racismo, no que está ali plasmado nada é
mentira, pecará talvez pela generalização, dado que aqui e além já vão
aparecendo bons exemplos de integração é a única coisa que lhe aponto, quanto
ao resto é tudo absolutamente verdade.
Quanto aos pretos, são tão racistas uns com os outros
como os brancos, ou qualquer outro povo. Conto rápido uma experiência pessoal,
cumpria o serviço militar, quando chegam uns 100 militares oriundos dos PALOP
para frequentarem cursos, lá se arranjam umas camaratas e distribuem-se os
homens, horas depois, baile armado, cenas de pancadaria, intervenção da força
policial da unidade sem dó nem piedade, cabeças rachadas bocas rebentadas,
temos pena, qual é a queixa pergunta-se, simples uns e outros não se querem
misturar, novamente rebenta a gritaria e a rebaldaria, já visivelmente agastado
berra o comandante e lá serenam, a proposta foi simples “...ou atinam e voltam
para onde estão ou ficam com os cornos ao relento... agora escolham!”
Sabiamente e porque estávamos em pleno Inverno a disputa foi serenada, este foi
um exemplo, ninguém me contou eu estava lá e vi ao vivo aquilo em que comecei a
acreditar, e que já digo há muito, o racismo não é exclusivo nem é
unidireccional, o racismo não tem cor é sim de todas as cores.
Por isso chateia-me tanto esta nova Inquisição de
gente miserável que se diz defensora das minorias e contra o racismo. Ver as
declarações de um senhor que veio do Senegal aos trambolhões, e ver as
declarações do senhor do partido que não gosta de ciganos é ver a face do
racismo que existe, pior é ver a sua promoção para conquistar poder e dinheiro,
pois é disto que se fala.
Chateia-me esta nova Inquisição travestida de
associação de combate ao racismo, que mais parece ser uma associação de
racistas ao bom estilo Ku Klux Klan, o ódio que destilam é próprio de gentalha
medíocre, gentalha miserável que pouco crédito merece.
Quanto às “quotas” para pretos, azuis ou verdes,
alinho com aqueles que pensam que é apenas mais uma imbecilidade destes novos
tempos de cretinos em que infelizmente vamos vivendo, recordem as quotas para
deficientes e da sua eficácia, sou a favor de quotas sim, mas para gente
honesta, decente, trabalhadora, com mérito, com capacidade, gente que respeite
o outros que haja com sentido comunitário e que ame a sua terra, de resto essa
conversa de luso não sei quê ou de afro não sei quantos é tudo conversa de
imbecis, os homens verdadeiros não tem raça nem cor, são apenas Homens!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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