O actual Ministro, faz-de-conta, 
do Ambiente é uma figura que me causa profundo dó. Primeiro pela clara 
falta de preparação técnica, depois pelas tristíssimas figuras que o 
pobre homem tem feito. Recorde-se o seu desempenho na questão da 
poluição do Tejo, que não só não desapareceu, não desaparecerá mas que 
continua, quando o rio estiver completamente morto, quando toda essa 
excelente reserva de água doce estiver completa e irremediavelmente 
poluída, nesse dia talvez, alguém se irá lembrar do pobre Tejo, faço 
aqui referência a essa questão do Tejo apenas como exemplo do tratamento
 que Portugal dá aos seus recursos naturais, sendo também um excelente 
exemplo do estado dos cursos de água doce, que como muito bem deveriam 
saber é o bem mais raro, essencial e escasso do planeta. 
 Mas voltando ao senhor quase Ministro. 
Uma outra polémica, mais uma, esta com uma potencialidade enorme de se 
tornar num caso letal de envenenamento da ainda protegida costa 
Vicentina, falo claro está, da autorização para a exploração petrolífera
 ao largo de Aljezur. 
 Portugal é um país verdadeiramente 
fantástico, governado por seres saídos da maior incubadora de génios do 
universo, somos um país que anda quase sempre em contra ciclo, quando o 
Mundo faz «Zag», nós fazemos «Zig» e vice-versa. Quando no Mundo, pelo 
menos no mais civilizado, o paradigma dos combustíveis fosseis é 
colocado em causa, ainda que timidamente, o que faz Portugal, mercê de 
dois governos protagonizados por gente inteligentíssima, falo do actual 
bem como do anterior, duas súcias de indigentes intelectuais infelizes, 
que permitiram aos velhacos do petróleo licenças absurdas para esburacar
 o mar à procura de petróleo. 
 Ao povinho foi dito à boca cheia que “o 
projecto da Eni e Galp poderia “ajudar a reduzir o défice comercial”, 
notem que eles não mentem totalmente, ao contrário dos que nos governam,
 os senhores do petróleo são inteligentes, notem que na frase está uma 
palavra que traduz tudo e que faz toda a diferença, a palavra “poderia”,
 pois é bem verdade, o projecto de exploração poderia servir para trazer
 os tais milhões aventados, mas não trará, como não trouxe em nenhum 
lugar do terceiro Mundo, como Portugal, onde essas empresas rapaces e 
oportunistas se dediquem à exploração do petróleo, exemplos não faltam, 
da miséria que essa actividade trouxe aos povos. 
 Mas por cá não, por cá eles farão 
diferente. Esperem sentados. Os governos que deveriam servir as pessoas,
 servem-se antes das pessoas, pior é que as pessoas, embasbacadas como 
andam com novelas medíocres dos futebóis, das santinhas e do telelixo 
nacional, ao invés de se manifestarem, nem por isso, aparentemente 
estamos todos bem muito obrigado, isso é lá com eles, ou a frase mais 
estupidamente incrível ouvida amiúde, dita até à exaustão pelo mesmo 
povaréu bronco, “se traz progresso para a terra”, o problema é que 
progresso não tem de ser alcatrão e cimento, progresso não tem de ser 
miséria e porcaria em barda. 
 Pior é que isto tudo se passa num 
pardieiro miserável chamado Portugal, onde as energias renováveis são 
uma obscena negociata para chinês ganhar dinheiro, será que o senhor 
Ministro mexia nisso, não creio, porque depois de venderem o país ao 
desbarato os miseráveis governeiros ainda têm o desplante de dizer que 
tomaram a melhor das opções, sabendo nós que por exemplo só em bancos 
falidos, enterraram o suficiente para fazer 23 pontes Vasco da Gama ou 
seja poderíamos fazer uma ponte continua com 283 Km. 
 Vivêssemos nós no tempo da monarquia 
falida, fosse o faz de conta que é ministro do Ambiente um rei, o seu 
cognome seria DOM João “ O Pitrolino”, rei de Lisboa e chega, que o 
resto é do chinês, do angolano, do árabe, do inglês e das petrolíferas.
 *O “Pitrolino” é uma figura da minha 
infância, exemplo da resiliência e capacidade empreendedora deste nosso 
povo, o Pitrolino chegava de carroça, mais tarde de carrinha, vendia 
petróleo, mais tarde vendia um pouco de tudo, de mercearias finas a 
petróleo, sabão e cotos de vela, era uma espécie de hipermercado em 
ponto pequeno que chegava às aldeolas perdidas, deixou por vezes de ser o
 “Pitrolino” para passar a ser o “Azeiteiro” o que vendia azeite e 
mercearias. Peço desculpa por comparar a figura nobre e digna do velho 
Pitrolino, a esta infeliz criatura que dizem ser Ministro do Ambiente.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia 
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