segunda-feira, setembro 29, 2014

Uma rápida trapalhada



Citius, Altius, Fortius, em Latim significa "Mais rápido, mais alto, mais forte". O lema foi proposto pelo Barão Pierre de Coubertin aquando da criação do Comité Olímpico Internacional em 1894. Citius foi também o nome pomposo escolhido para mais uma trapalhada inenarrável desta espécie de governo.
Há cerca de uma semana, aquela senhora que se diz ministra de algo que em Portugal se manifesta por não existir e a que se chama genericamente Justiça, achou por bem aparecer num canal de televisão, aonde se deslocou no carrito de Estado, pago por todos nós, rodeada de motorista e seguranças igualmente pagos pelos tolos dos pagantes de impostos, para arengar sobre a mais grandiosa e megalómana transformação dos últimos duzentos anos no sistema da Justiça nacional.
Ora sabendo nós de ciência antiga e avisada que “Depressa e bem não há quem”, algo chamado Citius, que quer dizer rápido, feito como foi à pressa e em cima do joelho, só poderia dar asneirada, como aliás quase sempre acontece quando as politiqueirices se sobrepõem a um planeamento maturado e estruturado elementos essenciais para levar a cabo tarefas hercúleas deste género.
Pior, a senhora ministra há muito que fora avisada do desfecho deste completo disparate, uma auditoria efectuada à plataforma maravilha havia detectado uma enormidade de problemas, técnicos e de falta de recursos humanos qualificados, que per si significariam que o projecto estaria condenado ao insucesso temporário, por não ter sido antecipadamente planeado, testado e alocados meios e recursos humanos necessários, aliás é preciso ser mesmo muito intelectualmente indigente para não saber o que significa a implementação de uma rede deste tipo.
Sugeríamos portanto à senhora que alegadamente é ministra da Justiça que mude o nome da plataforma para «Tardus» pois conforme demonstrou a tartaruga da fábula, ser lento não é sinal de ser pior, e para a próxima tenha tino, pondere com sapiência o que há a fazer, se não souber pergunte a quem sabe e não enche a boca com asneiradas, falando sobre algo de que não percebe peva, o que nos leva a pensar como é que alguém assim chega a ministro.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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