quarta-feira, junho 12, 2013

Um discurso qualquer!



Sua Excelência o senhor Presidente da República é digno de toda a nossa piedade. Prova-o o seu discurso do passado 10 de Junho, bem, chamar discurso aquela desconexa e insonsa algaraviada agrícola, é talvez pecar por excesso, diremos antes que Sua Excelência o senhor Presidente da República, fantasiou sobre um tema que lhe é caro, ou não tivesse sido o mesmo digno personagem político que enquanto Primeiro-ministro, primou por iniciar a suicidária destruição da agricultura nacional, não admira pois que o escriba o tivesse apodado de trabalhador circense dedicado à comédia, visto que está, que Sua Excelência o senhor Presidente da República adora pôr-se a jeito de ser parodiado, tamanhas e tão grossas são as atoardas que lhe saem boca fora sem nenhum freio, sentido ou réstia de inteligibilidade que se consiga vislumbrar.
Sua Excelência o senhor Presidente da República, é digno de todo a nossa compreensão e dó. Gostamos particularmente da subserviente piscadela de olho ao militaredo, falando da bravura e tal, do brio e da honra, avisando a pobre avantesma titular da pasta da Defesa, que os cortes na família militar e nas suas muitas alcavalas, prebendas, benefícios e mordomias não podem ser alvo de corte cego, Sua Excelência o senhor Presidente da República, revelou a sua particular atenção ao momento, pondo-se ou antes armando-se em defensor dos patrícios castrenses, qual cavaleiro Quixote, mais uma vez se colocou ao jeito de que outro escriba irritado lhe dedique outro mimo circense.
Sua Excelência o senhor Presidente da República, quebrou hoje um dos seus inúmeros tiques, a saber, Sua Excelência o senhor Presidente da República é useiro e vezeiro utilizador da frase “… quando estou no estrangeiro não comento questões de Portugal…”, ouvimo-lo milhentas vezes proferir tal barbaridade a propósito de pertinentes questões nacionais, mas hoje para dar um ar da sua, quase nenhuma, graça, resolveu Sua Excelência o senhor Presidente da República, falar da greve dos professores, alinhando a sua bússola com a do Governo, de quem é aliás o santinho milagreiro e protector, foi uma declaração absolutamente falha de vergonha.
Devo dizer que hoje também ouvi de Sua Excelência o senhor Presidente da República algo com que concordo inteiramente, disse Sua Excelência o senhor Presidente da República, … Portugal tem instituições a mais… falava a insigne criatura da Troika, mas as suas palavras levadas à letra neste Portugal, soam com extraordinária pertinácia, sendo que a Presidência da República é uma dessas instituições, sobre a qual não se vislumbra a mínima das prestezas, era disso que Sua Excelência o senhor Presidente da República deveria estar a falar, aconselhando ao Governo e ao Povo que pondere a extinção de tal cargo honorífico que tanto dinheiro esbanja sem préstimo algum para a miseranda Nação.
Ouvi há pouco que um qualquer desgraçado foi multado em 1300 euros depois de ter sido detido no domingo passado em Elvas por difamar o Presidente da República, Cavaco Silva. “Vai trabalhar mas é!”, garante o homem ter dito, “… chamou-lhe chulo e malandro.” Dizem os esbirros paisanos que o detiveram, esta situação é bem reveladora da miserável qualidade dos nossos governantes!
Resumindo, Portugal necessita tanto de um Presidente da República, deste, como de furúnculos no traseiro, temos pelo cargo o respeito a que nos obrigam os nossos deveres de cidadão, por quem o exerce, temos o respeito que é devido a um ser humano, pelo político sentimos um profundo asco, sentimos um verdadeiro nojo, é vergonhoso ter gente desta em cargos desta natureza.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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