Ontem assistimos, novamente, ao
encerramento, forçado, após reportagem televisiva, de mais dois lares de
idosos. A fazer fé naquilo que vimos e ouvimos, o que ali existia eram mini campos
de concentração para idosos, não eram lares, iguais a milhares de outros que
pululam por esse país fora.
Emblemática ilustração de uma
realidade escondida, num país de velhos, ninguém os quer. Não os querem as
famílias que os abandonam em qualquer local, não os quer o Estado, que nada faz
por eles, não os quer uma sociedade demasiado ocupada em suicidar-se, em mutilar-se
e em canibalizar-se.
Entre os discursos de Coelho, de
Relvas, de Soares ou de Jerónimo, é um país que soçobra em alegre parvalheira
colectiva. A situação dos nossos velhotes é disso prova e revela-nos a monstruosidade
obscena que enquanto sociedade somos, por outras palavras somos uns bandalhos.
O
Estado supremo representante da bandalheira, representado por esta espécie de
governo, este delírio neo liberal, que atabalhoado e em completo desnorte vai
reagindo ao que aparece, sem que se vislumbre ponta de objectividade no seu
proceder, demitiu-se completamente de acautelar esta realidade, pior ainda com
os actuais ocupantes do poder, que como sabemos detestam tudo o que seja
social, espanta-me que ainda não tenham riscado a palavra “social” da sua
democracia!
Ingloriamente triunfa a barbárie,
a coberto da malfadada crise, tudo se permite, frouxa legislação, quase
inexistente fiscalização e uma pavorosa cultura de laxismo. Somos um pais
criminoso, uma sociedade criminosa, que tem como maior alarde, os maus tratos a
crianças, a mulheres e a velhos, somos uns imbecis, velhacos e asquerosos, como
demonstra a qualidade dos eleitos que elegemos, para os governos, para as autarquias
e para outras instituições!
Esta infeliz situação, revela-nos
várias coisas, primeiro o risco de degradação da qualidade inerente às privatizações
selvagens sem mecanismos de intervenção e supervisão, segundo que a visão ultra
liberal do actual governo e a sua demissão da protecção dos seus cidadão é um
acto de cobardia vergonhoso, para isto não precisamos de alimentar um governo. Terceiro,
muito há a fazer nesta sociedade, muito há que trabalhar para repor os valores
correctos que se perderam, esta é uma sociedade podre, asquerosa e que ainda
bem que caminha para o extermínio, porque um povo que assim trata os seus não
merece continuar a existir!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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