Há muito que advogo
uma revisão constitucional, há muito que acredito que é urgente modificar uma
constituição, que instiga um modelo anacrónico e despesista de governação, um
modelo político que premeia os mentecaptos, os compadrios e a corrupção, não
que outros modelos não o possam também fazer, mas este, mais que está provado
que não serve, que está esgotado e que foi em grande parte um dos motivos da nossa
actual miserável situação.
No entanto suspeito
profundamente das propostas de revisão de Coelho, antevejo as nefastas
consequências de um revisionismo puramente ideológico imposto por uma agenda
nebulosa que as hostes da extrema-direita tentam desde 1974 enfiar pelo
gorgomilo da republica, mesmo Sá Carneiro, nunca se dispôs a destruir uma constituição
que se preocupou com as pessoas, antes à sua maneira a defendeu, apesar, de a mesma claro está, ter sido gradualmente esquecida, sendo hoje apenas uma espécie de “vaca sagrada” deste país de
loucos.
Este país precisa de
discutir o semi-presidencialismo, ou o parlamentarismo, precisa de extinguir as
figuras de estado decorativas, que nos custam milhões de Euros, sem absolutamente
nenhum préstimo, este país precisa de discutir o vergonhoso modelo de Hondt,
modelo que distorce completamente a participação democrática, este país precisa
de discutir com seriedade os círculos uninominais, a redução de deputados e
tudo isso passa pela revisão urgente da Constituição, estes sim são os grandes
problemas da lei fundamental deste país, que já deveriam ter sido discutidos e
depois de alvo de cuidada reflexão resolvidos, e não o “tendencialmente
gratuito” que tanta urticária provoca às direitas ultramontanas e anacrónicas,
que se deveriam estará bater por um mundo melhor e não por uma agenda
ideológica neo liberal que nos levará ainda mais à ruína.
Se estiverem
atentos, aos países que são referências de desenvolvimento humano, de
liberdade, de cidadania e de qualidade de vida, verão que são países onde se
cuidam realmente das pessoas, porque sem pessoas não existem países, sem
pessoas, retrocederemos à barbárie, ao contrário de Vasco Lourenço, esse
anacrónico produto do PREC, não acredito que venham aí guerras que reeditem os
conflitos de antanho em solo europeu, mas também ao contrário de Vasco Pulido Valente,
essa luminária neoliberalista, acredito que a Europa caminha para conflitos
sociais graves, que mais graves serão se o projecto europeu falir, se Europa não
se refundar e não for, una, solidária e realmente europeia.
Veremos o que isto
vai produzir, sendo que com a actual, miseranda qualidade dos políticos que
abundam pelos corredores esconsos e bafientos do poder, temo bem que estejamos
condenados a soçobrar, porque não me parece, que nem Coelho nem Seguro, sejam
gente o suficiente corajosa para enfrentar realmente a situação conforme ela
deve ser enfrentada, libertos ambos de peias ideológicas e de impulsos
reformista demagógicos, urge uma revisão constitucional que nos traga para o
Século XXI, duvido é que exista gente capaz de o conseguir, infelizmente!
Um abraço, deste
vosso amigo
Barão da Tróia
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