quarta-feira, abril 25, 2012

25 de Abrl!



Foi apenas há uns meros 38 anos, meros pós de tempo cósmico, que Portugal sacudiu o capote e se viu livre de uma ditadurazeca torpe e bafienta que nos arrastava por uma mísera guerra colonial sustentada pelo interesse pátrio de grupos económicos gananciosos e elites militares cuja cupidez fez empalidecer de vergonha os grandes militares que esta pátria produziu.
No entanto os meios castrenses redimiram-se e deram um pontapé no traseiro aquela ditadura. Quase quatro décadas depois eis-nos aqui, continuamos pobres, analfabetos e aperreados pela ditadura, desta vez por uma “ditadura” democrática, coisa que é aparentemente uma impossibilidade politica, mas se cuidarmos bem de analisar percebemos que é bem real.
Hoje mais uma vez se reuniram na assembleia da república, casa desta “Demos Kracia” miseranda que somos, os actores e fantasmas dessa sonâmbula revolução, infortunadamente uns bem lhes aprouve não estar, percebemos porquê, não querem ou antes preferem dar um tom de desagrado às politiqueirices rafeiras que nos estão a fazer regredir décadas, condenando as gerações futuras ainda a mais servidão e a maior distância dos “civilizados” europeus. Entendo-os perfeitamente, não concordo, mas entendo-os!
Sua Excelência o Senhor Presidente da República foi à casa da democracia, fazer o mais insalubre e falacioso discurso dos últimos tempos, um discurso do “menino bonitinho” que só deseja a paz, uma pepineira asquerosa, ainda para mais vinda de um dos maiores culpados do actual estado de vergonha ou antes de falta dela que se vê neste país. Preferiu Sua Excelência o Senhor Presidente da República mostrar que é o Presidente do PSD e não de Portugal, como se não o soubéssemos, foi simplesmente horrível de ouvir, mas vindo de quem vem até nem admira!
Esteve bem o governo ao colocar o cravo na lapela, o cravo é um símbolo da revolução um hino à liberdade, uma perfeita imagem desse sonho libertário, com isso não é de esquerda nem de direita é de todos os que se dizem democratas e amigos da democracia, por isso nunca percebi porque alguns parolos labregos, como as avantesmas do CDS, nunca o utilizaram, enfim eles lá saberão que problemas lhes advém desse pequeno detalhe, que mácula faria a singela florzita, mas quem se sente ameaçado por uma tão bela criação da natureza não pode com certeza ser gente de bem.   
Passou assim mais uma comemoração do 25 de Abril, entre a nostalgia de alguns, a vergonha de outros e a burrice colectiva de muitos. Passados 38 anos, estamos quase na mesma, mas não sou dos que acha que necessitemos de outra coisa semelhante, o que precisamos é de gente com honra, com honestidade, educada, diligente, capaz e íntegra, só precisamos disso para que possamos ser um país sério e que seja levado a sério. Ainda que a fazer uma revolução, a próxima teria de ser a doer e aproveitando para passar a tiro a muita trampa que aqui assentou arraiais!

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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