O programa Sinais de Fogo de MST, ontem versou em parte sobre a infeliz ocorrência em Mirandela. MST, convidou a Pedopsiquiatra Ana Vasconcelos para falar sobre bullying. Podem ver a entrevista aqui.
Confesso que gostei do discurso coerente de Ana Vasconcelos, apesar de não ter aprofundado o tema, foi relativamente certeira em dissecar o tema. Algumas das suas opiniões são utópicas e revelam concordância com algumas das ditas modernas correntes educativas, que deram neste estado actual de miserabilismo educativo. A tentativa de fazer passar um modelo idílico em que a Lei dita a ordem, é utópico, até porque como a própria declarou, existem uma série de complexas relações sociais e implicações culturais que mesclam e maculam a idealização de uma sociedade assente sobre pilares de Justiça, convenhamos que por cá isso é pura utopia, sabendo nós de antemão que a Justiça em Portugal é uma casa em ruínas.
Ao contrário de Ana Vasconcelos, acredito que o caminho seja o da criminalização e do levantamento da inimputabilidade destes actos de selvajaria, ao menosprezar estes actos, estaremos a concorrer para a produção de futuros rufiões adultos, convém também que se diga que o bullying também faz parte do universo dos adultos. Os métodos para criminalizar e punir estes actos, terão de passar claro está por apoios psiquiátricos e psicológicos em gabinetes estruturados que deveriam há muito funcionar nas escolas, claro que isto também é utópico, tendo em conta a vergonhosa realidade deste país de terceiro mundo, em que vivemos.
A pacificação das escolas jamais ocorrerá sem a pacificação da sociedade, sem que as crianças entendam que o mundo de impunidade em que vivem, tem limites, é inquestionável que vivemos numa sociedade onde a impunidade campeia, e se falarmos então das classes dirigentes, esses parecem completamente acima da Lei, facto que as crianças intuem perfeitamente ao contrário do que se possa pensar. Sem uma sociedade assente em verdadeiros princípios de Justiça, de Ordem e respeito mútuo pela Lei, com sanções efectivas e convenientes sobre os prevaricadores, jamais teremos escolas pacíficas.
Achei piada à tentativa de MST, de mais uma vez crucificar os professores, quando pergunta a Ana Vasconcelos, se estes não deveriam estar atentos a “certos sinais” para identificar os agressores. MST, tem uma qualquer malapata com os professores, um fetiche, um ressabiamento ou outra qualquer questão mal resolvida. Respondeu em conformidade a pedopsiquiatra, declarando que é difícil identificar esses sinais, para além de ser difícil, convirá dizer que os professores, não são psicólogos nem psiquiatras, se bem que, as mais das vezes também o tenham de ser. Também não concordo muito com o espartilhar do Bullying, de acordo com uma faixa etária, que segundo Ana Vasconcelos citando estudos elaborados em Itália situa, a partir dos 10 anos. Conheço alguns casos, apesar de poucos, em que determinadas situações, na Pré-primária, podem ser indícios de futuras situações de bullying, mas quem sou eu, para questionar!
Em suma, agradou-me a entrevista de Ana Vasconcelos, sem rodeios, descomplicada, falou acerca do tema, assertivamente e com dados concretos, falou simples num discurso perfeitamente perceptível. Esperemos todos que de uma vez por todas esta temática entre na cabeça dos governantes, mas a julgar pelas declarações da senhora ministra desta espécie de Educação, que temos por cá, creio bem que tudo isto vá cair em saco roto, pelo menos até à próxima vez que acontecer outro drama, esperemos que menos funesto!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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