MST, regressou aos ecrãs na pele de “jornalista”! Saudamos esse regresso. Trocando de camisola, o que é inteiramente lícito, passou de ser uma espécie de Marcelo/Vitorino da RTP, para ser uma espécie de Fátima Campos também da RTP, o que não deixa de ser um fetiche curioso. Onde há fumo há fogo, diz o adágio popular, neste caso o título sinais de fogo, ficaria muito bem num romance sobre a vida de um bombeiro pirómano da Arrentela, que aos fins-de-semana vendia na feira da ladra, Miguelito aproveita a ideia.
No entanto se a ideia de dar tão pomposo título era dar algum sainete ao programa, tal foi o secretismo em volta do primeiro convidado, como se não fosse óbvio, e a publicitação do mesmo, atrevo-me a dizer que destes sinais de fogo, o fumo que sai é de pólvora seca, porque mais um programa onde os mesmos de sempre aparecem para chover no molhado a contar o patranhedo que já lhes ouvimos milhentas vezes, com o MST, a fazer aqueles esgares e aquela voz cavernosa a imitar um gajo que está irritado, deixem que vos diga, que é mais do mesmo e disso estamos fartos.
Se a primeira edição, for o exemplo de que será o programa daqui para a frente, então estamos mal, até porque já temos essa coisa insonsa e anódina do “Prós e Contras”, já temos a pepineira da “Grande Entrevista”, programas onde os do costume falam até à exaustão deles, da família, do cão, do quanto gostam de nós e do país, da abenegação com que encaram a tal “Res Publica”, do sentido de missão e de tudo o mais que se lembrem de inventar para aparecerem como os mais brilhantes e iluminados seres à face da terra, porque é que e apesar da existência de tanto diamante intelectual, este país é esta incomensurável bandalheira, continua a ser um mistério digno de um programa do Arthur C. Clark.
Tenho esperança, que daqueles sinais de fogo, ainda surja algo que valha a pena ver, recordo-me da Grande Reportagem, onde MST, produziu à altura, as suas mais fantásticas prestações como jornalista televisivo, isso sim era um programa de jornalismo de investigação, não mudou grande coisa mas falou de coisas muito importantes, e se, recordarem, lançou importantes alertas para o que aí vinha, faziam futurologia que afinal se veio a tornar realidade, mas nessa época vivíamos o delírio do oásis cavaquista, com dinheiro a rodos, para betão e muito ladrão, nem eram precisas pressões, ainda que saibamos que existissem, mas o estado de optimismo geral e muito trafulhice com fundos comunitários, colocavam noventa por cento da população em êxtase, os restantes dez eram os pessimistas, que já diziam que havia que ter calma e cuidado, que não se estava a proceder correctamente, que ainda pagaríamos caro todos aqueles disparates megalómanos, a Grande Reportagem fazia parte da onda do inconformismo, tão distante dessa onda de nacional porreirismo saloio que varria as costas do paraíso dos bananas à beira mar plantado.
Veremos, que sinais virão desse fogo, veremos se tudo afinal não passará de um fogo-fátuo!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
1 comentário:
Bom texto! O MST é mais um enviado especial dos maçons.
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