Não me espantou o Nobel dado a Obama! Já há muito que a atribuição dessa distinção sofre de uma síndrome de “inesplicabilite dementis”, sendo por vezes muito complicado perscrutar qual a real intenção por detrás dessas nomeações ou quais os critérios de atribuição, assim se explica o Nobel atribuído ao Presidente Theodore Roosevelt em 1906, o rapaz que dizia que a diplomacia se deve fazer conversando mas com um cacetete na mão. Ou o que dizer da atribuição do galardão em 1973 a Henry A. Kissinger, a eminência parda dos velhos EUA, o homem por detrás das opções políticas e das intervenções no estrangeiro desde os tempos do Presidente Eisenhower, bem como de muitas operações sujas da CIA, durante as décadas de 50, 60, 70, estendo a sua influência até aos anos 80 e 90 enquanto Conselheiro de Reagan e Bush pai.
Muitos outros nomes suscitam, senão desconfiança, pelo menos um ligeiro sorriso sardónico, Mohamed Anwar Al-Sadat e Menachem Begin, Lech Wałęsa, Mikhail Gorbachev, Yasser Arafat e José Ramos Horta, culminando agora com Barack Obama.
O Nobel da Paz é sobretudo um prémio político e politicamente correcto que segue o “mainstream” mundial, segue a corrente popular da altura e pouco mais, claro que é uma distinção prestigiada, mas é apenas isso, nada mais se poderá inferir sobre ela, apenas que procura o apaziguamento, infelizmente o mundo já não vai lá com palavras doces, creio até que caminhamos como em 1800 com Napoleão, em 1914 com o Kayser Guilherme ou em 1933 com o Führer Adolfo, para uma nova época de cachaporrada de três em pipa! Pode bem ser que me engane. Oxalá!
Se Obama merece ou não o Nobel da Paz, é uma questão pouco importante, nada é nunca consensual, as mais das vezes o consenso atinge-se meramente por conveniências de ordem variada. O homem ganhou, exulte-se a ocorrência como mais um “fait diver” do nosso mundo trivial, onde cada vez mais a essência da realidade é plasmada pela obscura mas luminosa magnificência da demagogia imposta pela comunicação social, onde os holofotes e as imbecilidades desviam o olhar das realidades cada vez mais atrozes.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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