Daqui a pouco mais
de três meses teremos eleições autárquicas, de Norte a Sul a dança das
cadeiras, a velhacaria, a falta de decência e a mentira vai andar a rodopiar pelos
média e pelas redes sociais. Catadupas de informações contraditórias, golpes
baixos e sem vergonhice geral, eis o retrato das eleições em Portugal, será
pior noutros sítios, mas não é aí que vivo!
Portugal tem um
problema endémico com as chefias, que foram sempre, ou quase sempre, com raras
excepções de uma mediocridade pavorosa, que nem o miserável estado de desenvolvimento
cultural do país explica. Os candidatos por norma rodeiam-se de comparsas da
mesma camarilha partidária, não interessa a competência, a capacidade e ou a
formação e integridade, interessa apenas que tragam votos, sempre tive
esperanças que um dia isto mudasse, ingénuo clamarão alguns de vós, patego balbuciarão
outros com um riso sardónico, pois talvez seja ambas as coisas, mas continuo a
acreditar.
Sei porém que assim
não será, mais uma vez. Portugal tem as chefias que merece, basta olhar para o
governo e para a administração pública, central e local, deixem-me que me
recorde de um episódio que aconteceu comigo, a propósito do processo de
avaliação dos funcionários públicos, na altura desempenha funções equiparadas a
tal, a pessoa que desempenhava as funções de superior hierárquico directo,
chama-me ao seu gabinete, e diz-me que não sabe como me classificar porque não
sabia o que eu fazia, o local onde eu desempenhava funções distava 3 ou 4
metros do gabinete desta pessoa, pois meus caros nunca tive oportunidade de
ouvir um tão grande atestado de incapacidade e de atroz pobreza franciscana
intelectual passado por uma pessoa a si mesma como nesta ocasião.
E se pensam que este
é caso única em que uma chefia demonstra ser completamente inepta e incapaz,
desde já vos digo que não, esse é um dos problemas de Portugal, quem manda não
o sabe fazer, não tem competência, desconhece o que são cadeias de comando e os
seus processos, inquina a cadeia hierárquica e mina completamente o trabalho,
pior promove o compadrio, o clientelismo e faz com que o bom funcionário
desista de o ser.
Ora este problema de
más escolhas é perfeitamente visível no caso da política em que os dirigentes
se fazem rodear as mais das vezes por ineptos, que apenas possuem o cartão partidário
e capacidade de lambe botas, sem mais méritos que se lhe reconheçam, os
políticos têm de começar a perceber que mesmo que as massas sejam de uma
ignorância atroz e pavorosa, cada vez mais existe uma minoria em crescendo que
mais informada e atenta, vai alertando as elites poderosas de que a continuação
da incompetência, do laxismo e da miserável corrupção, deixaram de ser opções
para governar.
Um abraço, deste
vosso amigo
Barão da Tróia
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