sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Demite-se o Secretário-geral dos sistemas de segurança interna

O objectivo, creio eu, era criar um núcleo de coordenação da Segurança Interna, à laia daquilo que existe em países civilizados e com reais preocupações com a segurança dos seus cidadãos, países que, claro está, estão a anos-luz, deste pardieiro de impunidade e de laxismo chamado Portugal.
Tradicionalmente, os governos de esquerda, são muito fraquinhos em termos de segurança interna e defesa, são pastas complicadas que precisam de gente competente e capaz, conhecedora dos meandros tortuosos, da aplicação de conceitos de segurança, adaptados aos tempos modernos. Nesse campo os governos oriundos da direita, tem apresentado melhores prestações, excepto nos últimos dois governos PSD-PP, em que a bitola foi, igualmente de um miserabilismo atroz.
Na sequência da procura por um modelo, leia-se inventar, o actual governo criou a figura do secretário-geral dos sistemas de segurança interna, investindo nessa qualidade o Juiz Conselheiro Mário Mendes, que apenas dois anos e meio depois bate com a porta e pede a exoneração, diz-se cansado e desiludido.
Numa entrevista à RTP, fala de factos concretos e da absoluta e completa falta de objectividade das políticas de segurança interna de Portugal. Não traz nada de novo, ou pelo menos nada que qualquer polícia de giro ou cidadão mais atento não saiba muito bem. O perigo de «favelização» de algumas áreas da cintura metropolitana de Lisboa, junte-se o mesmo problema no Porto, em Faro ou em Évora, onde nos bairros de mistela subsídio dependente fervem aspirações lícitas, obtidas por meios ilícitos.
A base disto tudo, assenta primordialmente nas questões sociais, este país é uma porcaria e os políticos uma Corja de incompetentes. Em segundo lugar, num modelo de desenvolvimento e ordenamento territorial estapafúrdio, com a criação dos chamados bairros sociais, para onde muitas vezes é atirada a ralé, locais geradores de focos de conflito bárbaro. Em terceiro lugar numa política de emigração imbecil, reparem que Portugal não consegue atrair emigrantes de qualidade e os que por cá passaram atirámo-los para as obras e para a limpeza a dias, a emigração que atraímos actualmente é essencialmente o rebotalho, a escumalha que ninguém quer e que vem engrossar as listas da subsídio dependência, infelizmente raros são os casos em que gente decente, honesta e trabalhadora escolhe esta cloaca para se estabelecer. Em quarto e último lugar a impunidade completa que reina nesta terra, produto de trinta anos de corrupção, que se estende até à administração da Justiça e à legislação, executada a pedido e para favorecer os do costume.
Percebo perfeitamente o desencanto com que o Juiz Mário Mendes abandona o seu cargo, vejo esse desencanto estampado na cara de cada agente da autoridade, manietado, por faltas de toda a ordem, por leis feitas por incompetentes, por uma criminalidade cada vez mais violenta e adaptada ao século XXI, combatida por polícias, que os políticos mantêm reféns do século XIX.

Veja a entrevista do juiz Mário Mendes aqui!

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

Sem comentários: