segunda-feira, setembro 20, 2010

Esclarecimento

O caríssimo amigo Astroquack, teve a gentileza de deixar um comentário sobre um dos meus desabafos. Agradeço a fineza de V.exa. e das suas sapientes e doutas recomendações, reza assim o comentário:
“Ò Sr. Barão, o cidadão honesto que paga os seus impostos não é mais que um escravo que abdica dos seus direitos e liberdades para servir o seu "superior", o seu xulo, e que tem inveja de quem não o quer fazer, ou seja, os ciganos. O sr. devia reflectir sobre a sua própria condição humana...”
Dilecto amigo, infelizmente tem o escorreito escrevinhador de comentários muita razão, os cretinos que pagam impostos e trabalham são escravos que servem a chulos, um pequeno aparte meu caro, se me quiser insultar acerte ao menos na grafia da palavra, chulo é com “ch” mesmo com acordo ortográfico, ora dizia eu, que o meu dedicado amigo acertou nessa coisa dos escravos e dos chulos.
É verdade, uma cada vez mais maioria de cretinos, na qual para seu gáudio me incluo, não passamos de imbecis escravizados pelas hipotecas e por impostos, escravizados pelas margens de uma sociedade de facilitismo social, em que o colarinho branco politiqueiro e a ralé subsídio dependente da qual fazem parte os ciganos, usam e abusam da nossa boa vontade, vivendo à larga enquanto eu estico e estico o já parco orçamento familiar.
O meu mui estimado interlocutor cibernauta, não conhece as minhas invejas, mas posso dizer-lhe que se há coisas que não invejo são a estupidez, a boçalidade, a sem-vergonhice, a imbecilidade e o racismo encapotados de pseudo cultura étnica, que permite cagar verdadeiramente para as regras da sã convivência civilizadas e do respeito pelos outros, afianço-lhe que não sinto a mais pequena gota de fel verde por tais criaturas.
Todas as manhãs reflicto sobre a minha condição humana, às sete da matina quando me levanto, passo todo o dia a reflectir, até quando volto a casa doze horas depois, reflicto mais ainda quando ao fim de mês vejo que levo para casa pouco mais de cem contos da moeda antiga. Tenho ainda mais que reflectir quando vejo a minha avô que ganha 150 Euros por mês de reforma, ou o meu pai 400 ou a minha mãe 250, um verdadeiro tesouro ao fim de uma vida de trabalho, já outros ganham o triplo sem bulirem uma palha, reflicto mais ainda quando vou a uma farmácia e vejo os velhotes que trabalharam vidas inteiras para agora andarem a passar fome porque o dinheiro é necessário para os remédios, quando outros andam de carros de alta cilindrada pagos com os meus impostos convertidos na vergonhosa subsídiocracia do ócio.
Tenho ainda mais momentos de reflexão quando vejo amigos portadores de deficiências várias, a viver sem trabalho e sem perspectivas, com pensões miseráveis, votados à mais profunda exclusão e ostracismo, esses sim verdadeiros excluídos, a todos os anteriores casos ninguém dá casa nem subsídios por tudo e por nada, não a todos os casos anteriores o que se lhes pede é que apertem o cinto, e garanto-lhe que muitas vezes me apetece deixar de pagar impostos, mas depois começo a reflectir, se eu deixar de pagar impostos, muita gente, incluída a rataria subsídio dependente, acabará a comer merda dos passeios, por isso caro amigo, eu deixo de lado a soberba e lá vou, tal como os outros escravos trabalhar para os chulos.
Mas deixe que lhe diga meu dilecto Astroqack, a minha esperança é que um dia os escravos se revoltem, desta vez sem a merda das flores a entupir os canos, porque deixe que lhe diga uma coisa, estou farto de copinhos de leite de merda de esquerda e de direita que se arrogam em donos do mundo, estou farto de alimentar esta súcia de javardos que come a minha carne, farto até à raiz dos cabelos de ter de conviver com escumalha malcheirosa e mal-educada, farto de politiqueiros ineptos e incapazes, farto desta merda de sociedade de energúmenos, farto até à raiz dos cabelos de ser escravo!
Creia-me um seu devotado amigo.

Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia

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