sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Nem Santo António nos vale!

A sapientíssima administração, decidiu colocar as urgências de urologia da cidade do Porto, a funcionar concentradas num só hospital, ao que creio o São João, despeitados os excelentes e honrados médicos de outro hospital, o Santo António, resolveram, por discordarem do facto, boicotar a coisa. Quando estão na escala para serviço às urgências os acima de qualquer suspeita e excelentes profissionais do Santo António, arranjam atestados e outros subterfúgios e subtraem-se a comparecer no local onde deveriam estar a prestar serviço, pura e simplesmente por discordarem do disposto, por quem manda, se a medida está certa ou errada, desconheço, mas ainda assim diz a Lei, o que quer que essa palavra ainda signifique por cá, que temos de cumprir, alguns têm de cumprir, outros basta arranjar atestados falsos de um colega.
O desplante destes senhores doutores da mula ruça, a falta de ética, de brio profissional e de humanidade, é de fazer revoltar as entranhas ao mais pacato, dos cidadãos, não pelo objecto do protesto e por aquilo que está em causa, mas pela atitude completamente vergonhosa desta gentalha que se diz médico, por exemplo aos professores ameaçam veladamente com a tal Lei e o seu não cumprimento, mas esses coitados são uns tristes, aos senhores doutores parece que já não se pode ameaçar, alias até estou em crer que nada lhes vai acontecer, nem a uns nem aos outros, como no caso dos atestados falsos dos miúdos em Braga ou Bragança que não lhes apeteceu ir aos exames.
Este caso é sintomático do corporativismo “Estado Novo”, que ainda vigora cá na terreola, classes profissionais que criam redes, quase sociedades secretas, em que a defesa dos seus elementos sempre se sobrepõem às Leis gerais da Nação, num perfeito exercício de caciquismo, à boa maneira das repúblicas das bananas da América do Sul, a todos os outros, nós, o pobre cidadão anónimo, que ninguém protege e que paga toda esta carrada de estrume, que nos resta? Nada!
Ou antes resta-nos encolher os ombros e seguir ledos e ufanos, regozijando-nos com as pequeninas vitórias, que ainda conseguimos obter, cientes de que mais dia, menos dia até isso nos tiram.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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