quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Ah, afinal, não sou o único!

As declarações de Belmiro de Azevedo, fizeram-me rebentar de riso, a minha piquena, até julgou que estava a assistir a uma apoplexia, mas não. Quando eu disse e repito muitas vezes aquilo que ontem um dos Barões de Portugal disse, eu que sou um simples sucedâneo de nabo da lezíria, olham-me como quem olha uma qualquer atracção circense, sorriem e claro, vão pensando à laia de desabafo interior, coitado do bicho, tá mesmo apanhado.
Mas ontem, foi um dos mais insignes empregadores e empreendedores do burgo que disse que Portugal corre o risco de ficar igual a Africa, no pior sentido da coisa, no mau que isso pode comportar, grande Belmiro, és uma alma gémea aqui do pobre Barão.
No entanto ao contrário do senhor Sonae, eu, há já muito tempo acredito que Portugal é mesmo África, não é pela quantidade de pretos em bairros insalubres, dedicados muitos deles à nobre actividade do gamanço, não, atentem antes ao sistema político desta anedota chamada Portugal.
Na mais nobre tradição das cleptocracias africanas das últimas décadas, o que temos por cá não é melhor, umas oligarquias, enxertadas de nepotismo clássico, de perpetuação da espécie dos mandões de serviço, que tratam primeiramente de se encher, engordando a pança com o dinheiro dos papalvos, que esgravatam para comer e pagar contas.
Junte-se uma Justiça que não serve para nada, polícias manietadas por leis completamente absurdas destinadas a proteger os senhores do poleiro e que acabam também por proteger a escumalha de todas as ditas minorias, aos quais nós também pagamos os subsídios e rendimentos e mais borlas, para que uns e outros possam andar em belos carros, ter casa à borla e gozar com o pagode entretido a discutir se o penalty assinalado ao Alguidares de Baixo foi ou não, ou embasbacados a engolir as patranhas da imprensa imbecil que temos, mais interessados em saber se a moçoila da modo faz felácios a jogadores famosos ou se é corneada pelo namorado músico, num absoluto grau zero de utilização de massa cinzenta.
Enquanto isso a lenta ajardinização de Portugal prossegue, nós não corremos o risco de ser África, nós somos África! Alias quando nos confrontamos com qualquer país da Europa, mesmo aqueles sacos de víboras lá do Leste, ficamos sempre a perder, e os nossos indicadores são sempre mais parecidos com os dos países africanos de democraticidade duvidosa governada por oligarquias, plutocratas e nepotistas, com os quais alias temos excelentes relações, provando as semelhanças que nos unem. Sugiro que nos desvinculemos da EU e adiramos ao invés à UA, União Africana, assim como assim sempre sairíamos do fim da lista, saltando para o meio, seria melhor para a nossa moral colectiva.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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