Perguntaram-me
recentemente porque escrevo tanta vez, questionando, invectivando e maldizendo
os políticos portugueses, apodando-os de biltres, de pulhas e de ignóbeis –
…para ti, não há nenhum que preste? - perguntou-me o meu interlocutor,
persistindo com a sua arenga tentando ilustrar a superlativa qualidade de
alguns dos seus “heróis” políticos, todos pertencentes à sua galáxia
partidária.
Olhei
para ele e encolhi os ombros, respondi-lhe com um lugar comum qualquer, não me
recordo o que lhe disse, mas ele insistiu em prosseguir com a conversa sobre o
tema – … até parece que estás ressabiado, revoltado ou que é alguma coisa
pessoal… – atira-me de chofre, talvez tentando espevitar-me, porém não reajo,
não me ofende minimamente nem sequer me perturba, prefiro rir, dei-lhe um
abraço e deixei-o ali onde nos encontrámos naquela manhã de chuva.
Continuo
a ser amigo daquele tipo, apesar da sua partidarite, não lhe posso querer mal,
nele aquilo é mesmo genuíno não é encenação nem trapaça e isso tenho de
respeitar, no entanto a conversa deixou-me a pensar e levou-me a escrever esta
espécie de curtíssimas memórias políticas que sintetizam e explicam a minha
visão sobre o rebotalho politico que nos tocou em sorte.
Desde
muito cedo, aí com catorze ou quinze anos comecei a cultivar uma activa
cidadania política, fruto de ouvir o meu avô que na juventude fora um acérrimo
combatente contra a ditadura, chegando a estar preso, nos anos quarenta do
século passado, por esses delitos de opinião.
Foi
assim com naturalidade que ingressei numa juventude partidária, nessa condição,
participei e fui eleito para órgãos autárquicos no caso para a Assembleia
Municipal, participei também em actos eleitorais, como membro de mesa de voto
desde as legislativas de 1987, há portanto 32 anos, estive em congressos,
reuniões políticas, comités disto e daquilo, reuniões e afins, conheço
pessoalmente alguns dos actores políticos destes últimos 30 anos, tanto da
Esquerda como da Direita, foi o ter estado lá dentro, foi o ter privado com
muita desta gente, que fez com que hoje eu seja completamente apartidário,
tendo uma visão crítica e caustica disto tudo.
Foi
aliás o facto de ter privado com alguma gentalha do mais medíocre que existe,
aquilo que me fez começar a ter nojo da politiqueirice rafeira que se faz por
cá, foi por ter visto acontecerem coisas que hoje muitos iriam negar ou nem
sequer quereriam falar que comecei a criar este asco à politiqueirice e à
gentalha que vive dela e ou que vive à volta dela, aproveitando-se, pois os que
vivem ao redor da politiqueirice ansiando os favores dos políticos, são uma
raça miserável de sabujos lambe cus, são ainda piores que os políticos, são uma
corja de miseráveis bufos que alimenta a teia de clientelismos de que os
políticos se servem para ir controlando as instituições, gentalha inepta que
mercê das amizades partidárias consegue ser nomeado para cargos públicos, que
entope a administração pública central e local com o seu fedor miserável de
incompetentes vermes miseráveis, está a administração pública nacional prenhe
deste tipo de gentalha, gestores públicos, vereadores, directores e sub
directores, técnicos superiores disto e daqueloutro e o mais que se queira numa
autentica orgia de compadrio nepotismo e miserabilismo de um país exangue à
conta desta gentalha.
Felizmente
não conheci neste meio só gente má, conheci alguns poucos muito capazes, gente
honesta e intelectualmente capaz, alguns deles infelizmente nunca conseguiram
lugares de destaque porque a maralha medíocre é bem mais efectiva e a
bandalhice prevalece quase sempre em detrimento dos realmente mais capazes,
Infelizmente as pessoas boas que conheci no meio, eram uma minoria, por má
sorte o mais foi gentalha medíocre sem escrúpulos, caciques corruptos, vulgares
vigaristas, larápios envoltos em capa de “doutor”, e foram os anos a ver o
“modus operandi” dessa corja que me trouxe hoje a detestar esta elite podre,
ainda bem que temos um povo de vermes analfabetos que prefere embebedar-se até
à estupidificação com jogos de futebol do que zelar pelo seu bem estar, caso
contrário este país volta e meia era varrido por verdadeiras hecatombes
homicidas, assim a bem da nação oremos que tudo vai bem na paz do senhor e da
sagrada família, ámen!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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