Eu sinceramente já não sei o que mais dizer. Enquanto
escrevo estas linhas, vou mirando as atoardas que Sua Excelência o senhor
Presidente da República escreve no seu tratado de “umbigismo” egocêntrico, a
que pomposamente dá o nome de «Prefácio Roteiros IX», conjunto de lugares
comuns e minudências supostamente, escritas pelo próprio punho de Sua
Excelência o senhor Presidente da República, com intenção de comemorar o seu
nono ano de mandato presidencial, onde discorre sobre os seus passeios, pagos
por nós, aos quais chama «diplomacia
presidencial», inventando assim uma nova missão para um cargo que se
destaca por ser absolutamente vazio.
Aos temerários que se derem ao trabalho de ler
aquilo, à priori dou a informação de
que o documento é a cara de quem o escreveu, aviso-vos que é um exercício
penoso e lastimável, pois confrontar-se-ão apenas com um muito simples tratado
de auto elogio, já que ninguém lhe liga peva e muito menos gasta saliva em
encómios ao dito personagem, Sua Excelência o senhor Presidente da República,
resolveu faze-lo per si, num acto
gratuito de mau gosto e de delirante falta de bom senso, pois meus caros é isto
que temos como mais alto magistrado da nação.
Por todas as 27, felizmente apenas 27, páginas deste
«Prefácio», perpassa um mau cheiro, que pessoalmente classificaria antes como
fedor, a um revisionismo apologético, o homem quer, forçosamente, ficar bem na
fotografia.
Continuo a questionar seriamente a necessidade da
existência de assessores na Presidência da República, ao ler o «Roteiros IX»,
fica a sensação que ou são tão maus como o chefe ou então não servem para nada
e são um desperdício de dinheiro dos contribuintes, pessoalmente acredito que o
que se passa é uma infeliz concordância das duas situações.
E é tão mau, que tresanda a politiqueirice rasca, tresanda
mesmo muito a uma muito baixa política, em especial as alusões subtis que vai
criando, sobre o que precisa alguém que queira ser Presidente da República, ora
se isto não é tentar condicionar não sei o que será, alguém que explique a Sua
Excelência o senhor Presidente da República, que vivemos efectivamente numa
República, concordo que seja de e das bananas, ainda assim é uma República e
que não cabe de todo a Sua Excelência o senhor Presidente da República,
aconselhar sobre discutíveis e óbvias qualidades que um seu sucessor deve ter,
e sim Sua Excelência senhor Presidente da República eu li com muita atenção o
que o senhor escreveu e é uma subtil e um tudo nada infeliz maneira de querer
como se diz cá na terra “meter o bedelho”, isso talvez seja muito comum nas
monarquias hereditárias, por cá com a ilusão criada no povaréu, de um Homem um
voto, as coisas não funcionam desse modo, alguém deveria ter avisado o pobre
ancião que a Monarquia acabou em 1910.
Alguém que explique a Sua Excelência o senhor
Presidente da República, que aquilo que se espera de um Presidente é apenas que
seja isento e represente esta espécie de República, que não seja rancoroso, mal
formado e ressabiado, que saiba essencialmente ouvir e que defenda o povo do
país, esse povo pateta que o elegeu, é apenas isso que se espera de um
Presidente.
Sendo certo que deveríamos estar seriamente a
questionar a necessidade da existência de tal figura, já o disse e continuo a
acreditar que este actual modelo político está ultrapassado, questiono
seriamente a necessidade dessa figura decorativa que é o Presidente da
República, cargo que custa demasiado caro a um país miserável como o nosso e
que serve para quase nada.
Pergunto-me é possível, que raio de povo, elege estas
criaturas, com tão fracas e poucas qualidades. Somos verdadeiramente uma nação
de cafres, de asnos completos, como é possível que tais personagens singrem e
cheguem aos mais altos cargos da nação, como é possível que este tipo de gente
consiga ludibriar um povinho inteiro. Somos realmente um povinho muito reles!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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