Aproximam-se as eleições autárquicas, as
posições encontram-se claramente definidas e extremadas, com as
trapalhadas costumeiras pelo meio, o que deixa o pobre eleitor varado de
dúvidas. As várias propostas que se apresentam, oscilam entre as
historietas gastas dos aparelhos partidários e as romanescas diatribes
dos grupelhos organizados ditos “movimentos independentes”, que de
independentes pouco o nada possuem.
Encontra-se o pobre eleitor numa
encruzilhada. Sabendo nós do analfabetismo político da nossa sociedade,
onde continuamos a votar por todos os motivos e mais alguns, excepto por
motivos objectivos. Esperemos que a balbúrdia não redunde como quase
sempre, nos últimos trinta anos, numa vitória expressiva da abstenção. A
abstenção que tem maculado os actos eleitorais, devia já ter feito os
políticos perceber que as coisas não estão bem, infelizmente como somos
dirigidos por organizações partidárias que mais se parecem com as
escuras associações de crime organizado, ninguém parece colher desse
dado informação útil.
Votar em consciência exige de cada
pessoa uma cuidada reflexão, uma ponderada análise às propostas das
várias candidaturas, para que objectivamente se escolha a que se
considere mais apta e mais capaz e não porque o candidato fala bem, ou
porque arranjou o passeio, ou porque é primo de fulano de sicrano,
intrinsecamente uma candidatura tem de ter ideias, que ajudem a melhorar
a vida das pessoas, é isso que se espera de alguém que se propõe
governar em nosso nome, que nos proteja, que traga qualidade de vida às
nossas terras, e qualidade de vida não são estradas e prédios!
O pior é que quando olhamos para os
programas das candidaturas, a coisa é um deserto de ideias, uma aridez
intelectual confrangedora, que nos faz realmente considerar que se o tal
cidadão que se abstêm não terá razão, infelizmente esta é triste
realidade a que assistimos, as variadas listas, são de uma pobreza
franciscana atroz, que se explica pelos fracos níveis de cidadania
activa de uma população que parece mais interessada em tricas e
questiúnculas ridículas, que perdeu por completo a sua identidade, o seu
comportamento gregário, a sua educação e civismo, bem como pela
fraquíssima qualidade geral dos candidatos, frouxos, culturalmente
néscios, academicamente miserandos, sem experiência de vida, apenas
meros tachistas oportunistas.
Mas apesar de todos esses escolhos, é
essencial que todos cumpram o dever de activamente exercer o seu direito
de voto. Só assim podem reclamar com mais acuidade os seus direitos e
questionar os governantes acerca das opções que escolhem, num modelo
livre e democrático. Por muito que ache que o exercício do voto não
serve para nada, vá votar, exerça o seu dever, vote!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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