Lacaio:
s.m. Criado, geralmente trajado de libré. O lacaio era uma figura do século
XVIII, o fiel criado trajado com cabeleira empoada a pó de talco, que cirandou
pelos salões da aristocracia, até bem entrado estava o século XIX.
Caiu
posteriormente no linguajar, mais solto e desbragado, mas mais honesto, do
povo, como sinónimo de alguém que é um capacho, um pau mandado, um Indivíduo
servil, subserviente ou mais comum um lambe botas. Justamente o General Wilhelm
Keitel, um dos íntimos de Hitler era apodado de “Lakeitel”, um nome pejorativo
que brincava com a fonética do nome do general e a sua atitude servil perante o
chefe, Keitel era resumindo no dizer dos outros um grande lambe botas.
Os
lacaios nesse sentido pejorativo, sempre fizeram escol em terras lusas, hoje
mais do que nunca eles aí perambulam, em todas as instituições, os lacaios
estão sentadinhos junto ao poder, por vezes instituições que deveriam pugnar por
orientações democráticas, orientam antes a sua actividade pelo servilismo
nojento e pela vassalagem que prestam aos poderosos, veja-se o caso de vários
pasquins jornaleiros locais, regionais e mesmo nacionais, que servem apenas o
interesse dos poderes instituídos, cobrindo a sua acéfala peregrinação com a
pretensa defesa de um bairrismo acabrunhante ou noticiando parolices abjectas, aliás
os apetecidos meios de comunicação, jornais e televisões são manjares
apetecidos para os senhores do poder, permeáveis que são essas instituições à
influência malévola e corruptora do poder, a troca é simples, eu publico uns
editais no teu pasquim, pago, e tu publicas apenas coisas agradáveis ou evitas
publicar coisas desagradáveis, sendo que as mais das vezes apenas publicas o
que eu quero, simples não é, assim cria-se uma verdadeira relação canina, onde
o pasquim não irá nunca morder o dono.
Os
lacaios, são os cães de fila dos poderosos, fazem o seu trabalho sujo, se
cuidarem de observar, nunca é o poderoso que emite as declarações mais
gravosas, ou os actos mais velhacos, isso fica a cargo do lacaio, esse nobre
cão de fila que se infiltra e vai fazendo o seu trabalho de sapa, arcando com
os riscos dos actos e das palavras que o dono manda reproduzir, o lacaio é
recompensado com prebendas e ofertas com lugares bem pagos ou com negociatas de
duvidosa legalidade. Poderoso e feliz o lacaio prospera, na actual conjuntura,
o servilismo acéfalo e acrítico é premiado, este é o país em que o lacaio nunca
desapareceu, antes se foi adaptando aos seus novos lugares e funções.
Um
abraço deste vosso amigo
Barão
da Tróia
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