quarta-feira, julho 04, 2012

Dos lacaios e dos lambe-botas e dos muitos que por cá existem!


Lacaio: s.m. Criado, geralmente trajado de libré. O lacaio era uma figura do século XVIII, o fiel criado trajado com cabeleira empoada a pó de talco, que cirandou pelos salões da aristocracia, até bem entrado estava o século XIX.
Caiu posteriormente no linguajar, mais solto e desbragado, mas mais honesto, do povo, como sinónimo de alguém que é um capacho, um pau mandado, um Indivíduo servil, subserviente ou mais comum um lambe botas. Justamente o General Wilhelm Keitel, um dos íntimos de Hitler era apodado de “Lakeitel”, um nome pejorativo que brincava com a fonética do nome do general e a sua atitude servil perante o chefe, Keitel era resumindo no dizer dos outros um grande lambe botas.
Os lacaios nesse sentido pejorativo, sempre fizeram escol em terras lusas, hoje mais do que nunca eles aí perambulam, em todas as instituições, os lacaios estão sentadinhos junto ao poder, por vezes instituições que deveriam pugnar por orientações democráticas, orientam antes a sua actividade pelo servilismo nojento e pela vassalagem que prestam aos poderosos, veja-se o caso de vários pasquins jornaleiros locais, regionais e mesmo nacionais, que servem apenas o interesse dos poderes instituídos, cobrindo a sua acéfala peregrinação com a pretensa defesa de um bairrismo acabrunhante ou noticiando parolices abjectas, aliás os apetecidos meios de comunicação, jornais e televisões são manjares apetecidos para os senhores do poder, permeáveis que são essas instituições à influência malévola e corruptora do poder, a troca é simples, eu publico uns editais no teu pasquim, pago, e tu publicas apenas coisas agradáveis ou evitas publicar coisas desagradáveis, sendo que as mais das vezes apenas publicas o que eu quero, simples não é, assim cria-se uma verdadeira relação canina, onde o pasquim não irá nunca morder o dono.
Os lacaios, são os cães de fila dos poderosos, fazem o seu trabalho sujo, se cuidarem de observar, nunca é o poderoso que emite as declarações mais gravosas, ou os actos mais velhacos, isso fica a cargo do lacaio, esse nobre cão de fila que se infiltra e vai fazendo o seu trabalho de sapa, arcando com os riscos dos actos e das palavras que o dono manda reproduzir, o lacaio é recompensado com prebendas e ofertas com lugares bem pagos ou com negociatas de duvidosa legalidade. Poderoso e feliz o lacaio prospera, na actual conjuntura, o servilismo acéfalo e acrítico é premiado, este é o país em que o lacaio nunca desapareceu, antes se foi adaptando aos seus novos lugares e funções.  

Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia

Sem comentários: