terça-feira, novembro 08, 2011

O julgamento do processo Face Oculta!

Começa hoje, outra das inenarráveis palhaçadas trágico jurídicas desta anedota que insistimos em chamar país, dá pelo nome de processo «Face Oculta», mas poderia também ter o nome de Farsa Oculta, porque na realidade é disso que se trata, o julgamento será uma farsa e a rede de vigaristas ficará oculta, continuando a seu bel-prazer a manobrar na sombra os dinheiros públicos, o que deles restar, para gáudio de bordéis caros, restaurantes de luxo, vendedores de carros luxuosos e imobiliárias.

Não são os contornos do caso, as manobras de politiquice rafeira, as artolices dos causídicos, as declarações dos visados sempre remetendo para a presuntiva inocência ou apontando para cabalísticas maquinações de pedreiros livres e amantes da foice e do martelo, temática aliás recorrente, não é isso que me fere os tímpanos, o que realmente e desagrada e me faz ter nojo deste país e desta gentinha torpe, é falar-se desta situação como se fora única!

As maquinações do processo Face Oculta, que não serão provadas claro está, são o dia-a-dia de Portugal há mais anos do que cabelos, tenho no cocuruto, os esquemas do compadrio, do amiguismo, do unto de mãos e de uma mão lava a outra, naquilo que traduzido linearmente será um fenómeno cultural de corrupção endémica e banditismo de colarinho branco que está enraizado na cultura portuguesa e séculos passarão ainda, se o mundo sobreviver, até que se consiga erradicar, se alguma vez se conseguir, facto de que tenho sérias dúvidas, este mal, extirpando-o da génese do «Homus Lusitanus».

Se atentarem bem aos indiciados, notem as classes que representam, o pato bravo, o cacique, o politiqueirote de quinta categoria, o funcionário superior corrupto, o filho do papá nomeado por ser apenas filho de alguém importante, o representante autárquico, só lá falta salvo erro de alguém ligado ao futebol, para termos o completo paradigma da vigarice lusitana. Se vos parecer familiar é porque realmente o é. Porque este esquema passa-se em todo o Portugal, com maior ou menor grau de latrocínio, envolvendo sempre os mesmos tipos de chicos espertos, que enxameiam os corredores do poder, que à descarada em duas décadas amealham colossais fortunas que levaram a outros menos dotados vidas de trabalho árduo, descontando o facto de que, a maioria dos que arduamente trabalham, jamais lá chegarão.

Por isso me enoja o facto de se olhar para este processo como caso único, com declarações de dama ofendida, como se Portugal não fosse, infelizmente, pródigo em muitas faces ocultas! Ou andam a dormir ou então não vivem no mesmo país que eu, infelizmente, tenho de viver!

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

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